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Chifres radioativos podem combater a caça ilegal de rinocerontes

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Quando se fala em extinção em massa, logo nos vem à cabeça uma situação caótica e apocalíptica. Contudo, ela pode acontecer de maneira gradual e quase imperceptível, sendo na maior parte dos casos causada pela atividade humana. Por exemplo, a caça ilegal dos rinocerontes.

Por mais que a África do Sul abrigue a maior população de rinocerontes do mundo, sendo aproximadamente 15 mil espécimes, isso não quer dizer que os animais não estejam ameaçados por conta da caça ilegal. Justamente por isso que cientistas criaram uma maneira fora do comum para tentar combater esse crime.

Caça ilegal de rinocerontes

Quem liderou o projeto foi uma equipe da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul. O objetivo do projeto é injetar uma quantidade pequena de material radioativo nos chifres dos rinocerontes vivos.

Até o momento, vinte animais que vivem no orfanato de rinocerontes de Limpopo, na área de Waterberg, no nordeste sul-africano receberam dois pequenos chips radioativos. Com essa aplicação, o que os pesquisadores querem é que os chifres se tornem prejudiciais para o consumo humano e que isso acabe desincentivando a procura por eles e consequentemente diminuindo a caça ilegal dos rinocerontes.

De acordo com os pesquisadores, os animais não sentem nenhuma dor no momento da aplicação do material radioativo. Outro ponto ressaltado é que a quantidade do material é bem baixa e não consegue afetar a saúde dos rinocerontes e nem o meio ambiente. Contudo, os níveis aplicados já são suficiente para que os detectores instalados em postos fronteiriços em volta do mundo para prevenir o terrorismo nuclear sejam disparados.

Ainda conforme os pesquisadores, os rinocerontes irão ser monitorados através de coletas de sangue que serão feitas de forma periódica para que seja garantido que não existam efeitos inesperados causados pelo material. E o previsto é que esses efeitos radioativos durem cinco anos.

Aumento

Olhar digital

A iniciativa de colocar material radioativo nos chifres desses animais vem por conta do infeliz fato que a caça ilegal de rinocerontes tem aumentado. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente da África do Sul, mesmo com os esforços do governo para o combate do comércio ilegal, em 2023, 499 rinocerontes foram mortos.

Esse número equivale a um aumento de 11% com relação à 2022. O aumento acontece porque justamente os chifres dos rinocerontes são bastante procurados no mercado clandestino, e o preço deles é comparado com o do ouro e da cocaína.

Além disso, os chifres dos rinocerontes podem ser usados na medicina tradicional por seu suposto efeito terapêutico. Tudo isso faz com que a caça ilegal desses animais aumente e por conta disso medidas têm que ser criadas para que ela possa ser combatida.

Punição

G1

Por mais que a caça de rinocerontes esteja aumentando, infelizmente esses não são os únicos animais que são mortos dessa forma. Felizmente, em alguns casos, as pessoas que fazem essa prática são punidas. Como no caso do dentista Temístocles Barbosa Freire, que também é caçador e foi condenado a uma indenização de 429 mil reais por conta de caça e abate ilegal de animais.

Os animais que esse dentista/caçador matava estavam na zona rural do Acre e dentre eles estavam espécies ameaçadas de extinção. A decisão de multá-lo foi tomada depois de uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF).

Segundo o órgão, o dentista era líder de um grupo de caçadores que foi responsável pela morte 12 onças-pintadas, 14 capivaras, sete porcos-do-mato e dois veados-vermelhos. Todos esses abates aconteceram em 2016.

Com a condenação, a Justiça bloqueou e indisponibilizou os bens do caçador no valor da indenização por conta dos seus crimes cometidos contra a fauna. Além disso, ela também determinou que o dentista pare de promover qualquer tipo de caçada ou alguma prática análoga a ela, podendo ser multado em 100 mil reais por cada ato.

A indenização que ele terá que pagar é dividida entre o pagamento de danos morais coletivos, R$ 357.500, e pelo abate dos animais, R$ 71.500. Esse dinheiro do abate irá ser passado para o Fundo Nacional do Meio Ambiente.

Depois de receberam denúncias que alegavam práticas de caça ilegal pelo dentista, a Polícia Federal fez investigações no consultório de Temístocles Freire. Com isso, a Justiça Federal autorizou medidas cautelares que tiveram como resultado a Operação Mustache. Essa operação conseguiu confirmar a existência de um grupo de caçadores que usavam armas legais e ilegais, veículos adaptados e cães treinados para fazer a caça de animais silvestres. Tudo isso era feito com a orientação do dentista.

Visto isso, o Ministério Público Federal apresentou uma ação civil pública pedindo que todos os bens do caçador fossem bloqueados, a proibição da caça ilegal e condenação com uma indenização por conta dos danos materiais e morais coletivos que foram causados.

O dentista não negou o dano ambiental, mas em sua contestação questionou o valor pedido como indenização pelo MPF. Ele disse que parte dos abates não tinham sido comprovados. Inicialmente, o MPF pediu cinco milhões como indenização pelo abate ilegal de 48 animais. Esse pedido foi acolhido parcialmente pela Justiça Federal.

Fonte: Olhar digital,  Terra

Imagens: YouTube, Olhar digital, G1

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