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Como é morar no prédio com o metro quadrado mais caro do Brasil

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Quando o assunto é moradia, a maior parte das pessoas sonha em ter  sua casa própria. E por mais que esse sonho se realize, ele pode ser diferente para cada pessoa. Até porque, a condição financeira influencia muito nisso. Por exemplo, morar no prédio com o metro quadrado mais caro do Brasil é algo para poucos, no caso, para pouquíssimos.

O prédio que tem o título de metro quadrado mais caro do Brasil é o Tom Delfim Moreira, recém-inaugurado na orla do Leblon, no Rio de Janeiro. Para se ter uma noção, os apartamentos do local tem o metro quadrado avaliado a partir de 100 mil reais.

Por conta disso, um apartamento de 284 m²custa no mínimo R$ 38 milhões. Mas esse valor muda de acordo com a planta e acabamento escolhidos pelo futuro dono, já que essas coisas são totalmente personalizáveis. A cobertura desse prédio tem 500 m², o que a coloca em um valor muito acima desse.

Prédio com o metro quadrado mais caro do Brasil

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O objetivo inicial não era que o edifício batesse recordes, mas sim ser a aposta da Gafisa no segmento de altíssimo padrão. O prédio foi construído como uma comemoração dos 70 anos da incorporadora no nosso país. “Esse é um projeto ícone para nós, em todos os sentidos”, explicou Sheyla Resende, CEO da empresa.

“Era um terreno muito pequeno, de apenas 360 metros quadrados, como uma joia que precisávamos lapidar. Foram muitas ideias até chegar nessa fachada diferenciada, com materiais que a gente nunca tinha utilizado”, continuou.

“A gente já sabia que ele tinha uma localização única, mas como negócio realmente faltava um pouco mais de ousadia”, contou Luis Fernando Ortiz, vice-presidente de negócios da Gafisa.

Nesse ponto eles fizeram uma parceria com o escritório internacional de arquitetura Gensler para elaborar o conceito da fachada, que é de varandas grandes com um formato curvo dando a ideia de ondas do mar.

Diferenciais

Forbes

Embora o Tom Delfim Moreira seja o prédio com o metro quadrado mais caro do Brasil, todos os apartamentos já estavam vendidos antes de as obras acabarem. E um dos maiores diferenciais desse edifício boutique é sua galeria de arte. No lobby estarão 14 obras de artistas brasileiros renomados, como por exemplo, Vik Muniz, Sebastião Salgado, Claudia Andujar e Ernesto Neto. E a frente do prédio é decorada pela escultura ‘As Três Graças’, de Iole de Freitas.

A construção também tem seus diferenciais por dentro. Por exemplo, são três tamanhos de apartamento. O primeiro andar tem 315 m², enquanto os outros quatro são de 284 m²; já a cobertura duplex, no sexto andar, tem 501 m². Na planta original dos apartamentos do prédio com o metro quadrado mais caro do Brasil, todos tem quatro suítes e vista para a praia.

Moradia

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Claro que morar no prédio com o metro quadrado mais caro do Brasil é um status, mas no futuro as moradias podem ser ainda mais tecnológicas. Normalmente se vê nos filmes de ficção científica que as cidades do futuro são estruturas abrangentes e independentes. Mas será que elas poderiam se tornar realidade algum dia?

Em 1969, o arquiteto Paolo Soleri propôs o conceito de arcologia, que é uma combinação de arquitetura e ecologia, quando ele quis combinar construção com filosofias ecológicas. Depois de um ano, ele começou a trabalhar em Arcosanti, uma cidade experimental na América, que colocaria em prática seus conceitos.

Foi esse conceito de Soleri que inspirou a ficção científica e seu conceito de cidades futuristas onde as pessoas vivem e trabalham sem sair do prédio onde moram. E assim como a ficção se baseou na vida real, suas criações também inspiraram o mundo real.

Um exemplo disso é a proposta da Arábia Saudita chamada The Line. Ela é uma cidade inteligente enorme que poderia abrigar nove milhões de pessoas em um único edifício de 200 metros de largura que se estende por 170 quilômetros e tem 500 metros de altura. Esse prédio/cidade seria alimentado por energia solar e turbinas eólicas, no entanto, ele não seria totalmente autossuficiente, porque ainda seriam necessários alimentos e outros suprimentos para os moradores. E isso seria fornecido por fontes externas a essa cidade.

Contudo, o curioso é que algumas estruturas parecidas com o conceito de arcologia já existem, como exemplo, pode-se ver as bases de pesquisa da Antártida, que são comunidades relativamente autossuficientes, justamente por conta do seu afastamento. A Estação McMurdo tem um alojamento com cerca de três mil pesquisadores e pessoas de apoio. Mas ela precisa de suprimentos significativos de alimentos e combustível a cada ano.

Além dessas bases, outras estruturas também são planejadas para serem o mais independente e autossuficiente possíveis. Como por exemplo, contarão com porta-aviões, submarinos nucleares e plataformas de petróleo. Eles têm todas as áreas de vida e trabalho para as pessoas que estão neles, mas é por um período curto. Para se ter uma ideia, um porta-aviões precisa ser reabastecido a cada poucas semanas, em comparação, um submarino nuclear pode permanecer submerso por até quatro meses. Mas nenhum desses lugares são agradáveis de viver.

Tendo lugares assim já sendo uma realidade, será que seria possível construir cidades arcológicas?  “Você pode construir quase tudo dentro do razoável. Os carregamentos seriam enormes, mas nada é inatingível. Apenas custará mais construir as bases para isso”, disse a engenheira estrutural Monika Anszperger da BSP Consulting.

O maior desafio, por conta da altura dos prédios, seria o efeito do vento. Esse efeito já é um pouco preocupante para uma casa, e no caso de torres colossais, como o Burj Khalifa em Dubai, é preciso levar em consideração o fluxo do vento e os vórtices resultantes. O vórtice é o efeito que o vento que atinge a superfície de um edifício causa, criando uma área de baixa pressão no lado oposto e depois girando para preenchê-la. É isso que faz os prédios grandes oscilarem quando há ventos fortes.

“Uma maneira de mitigar os vórtices é mudar a forma do edifício à medida que sobe. Se você não mudar a forma do edifício, esse vórtice tem a oportunidade de construir sobre si mesmo e criar ondas de movimento. Elas se sincronizam com a estrutura do edifício e causam colapso progressivo”, disse Adrian Smith, arquiteto de muitos edifícios grandes, incluindo o Burj Khalifa.

Fonte: Forbes, BBC

Imagens: Forbes, BBC

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