Inovação

Conheça a “pele viva” que vai deixar robôs (ainda mais) parecidos com humanos

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A cada dia que passa, as máquinas se parecem mais com a gente, tanto física quanto mentalmente, e, agora, existe até mesmo robô com pele viva!

E mais que isso, os futuros robôs poderão ter uma pele virtual capaz de se reparar, assim como a nossa pele se regenera. Como isso vai acontecer? Cultura de células da pele.

Mas enquanto isso não acontece, existe outra forma de tornar uma máquina mais realista. Pesquisadores estão tentando fixar pele viva na estrutura do robô.

Os responsáveis ​​pelo novo tipo de pele publicaram nesta terça-feira (25) um artigo sobre o assunto na revista Cell Reports Physical Science.

Os cientistas há muito acreditam que a pele artificial faria os robôs parecerem humanos. Desta forma, a pele melhorada parece mais realista do que os materiais sintéticos habitualmente utilizados, como o látex.

No entanto, como aponta a LiveScience, se essa nova pele não tiver o tipo certo de adesão para se fixar ao corpo do robô, ela poderá cair – e isso é preocupante.

Fixação

Via Olhar Digital

Experimentos têm sido realizados repetidamente para tentar resolver o problema do afundamento do couro artificial, com tentativas de superá-lo com “âncoras”, ganchos ou estruturas em forma de cogumelo.

Desta forma, a pele não se move sobre a estrutura do robô, mas as estruturas anexas podem ser expostas como saliências sob a pele, dando ao robô uma aparência não humana.

Agora, os pesquisadores responsáveis ​​são vistos como pioneiros por criar uma forma que mantém o robô com pele viva sem que ela caia.

Essa criação usa pequenos orifícios através dos quais a pele artificial pode estender ganchos em forma de V, chamados de “âncoras de perfuração”, que ajudam a manter a pele artificial presa ao corpo do robô e na posição, mantendo liso e seguro, como nosso próprio rosto.

Nova tecnologia realista

A pele artificial fica em camadas no robô e tratada com plasma a vapor. Essa mistura o torna hidrofílico (ou seja, sua superfície começa a atrair líquidos).

Portanto, o gel da pele desenvolvida é sugado profundamente nas cavidades do esqueleto do robô, para que adira cada vez melhor ao rosto da máquina.

A nova tecnologia beneficia os robôs que cooperam com os humanos sem o envelhecimento que de outra forma sofreriam.

Os pesquisadores que o desenvolveram explicam que ele “cura” sozinho pequenos rasgos ou deformidades. Só há um problema: eles não mediram seu tempo de regeneração.

Durante a apresentação, eles também recriaram a forma como a pele humana muda e se estica ao sorrir. Para conseguir isso, a nova tecnologia se fixa na face do robô com uma camada de silício que desliza por baixo.

Dessa forma temos uma espécie de “inchaço das bochechas”, quando os músculos se contraem e fazem com que o epitélio seja empurrado para cima em qualquer parte da boca.

Ajustes

Graças às brocas, a pele pode se ajustar perfeitamente à face 3D sem a necessidade de parafusos ou ganchos salientes.

Além disso, a tecnologia utilizou âncoras com e sem furos. Com as âncoras instaladas, o robô com pele viva encolheu até 84,5% em sete dias, em comparação com 33,6% quando reforçada com âncoras de 1 mm.

A contração da pele do robô irá separá-la da estrutura interna, destruindo sua aparência natural e danificando o epitélio. A pele em áreas com tamanhos de âncora maiores que 3 mm e 5 mm demorou ainda mais: 26,4% e 32,2%, respectivamente.

No entanto, ainda existem alguns passos a superar antes que a nova pele artificial sirva nos robôs de grande escala.

É o que explica Shoji Takeuchi, pesquisador do Instituto de Ciência Industrial (IIS) da Universidade de Tóquio.

Ele diz que, primeiro, precisam aumentar a durabilidade e a longevidade da pele desenvolvida para uso em robôs, especialmente abordando questões relacionadas ao fornecimento de nutrientes e umidade. Isto pode incluir o desenvolvimento de vasos sanguíneos incorporados ou outros sistemas de resfriamento na pele.

Em seguida, seria importante melhorar a resistência da pele para combinar com a pele natural de uma pessoa. Isso se associa à melhoria da estrutura e dos níveis de colágeno na pele.

Via Freepik

O que ainda precisa?

Takeuchi também observa que, para funcionar de forma eficaz, ele precisa, em última análise, transmitir informações sensoriais, como temperatura e toque, a qualquer robô que esteja coberto, além de ser resistente à contaminação biológica.

Os pesquisadores destacam que pesquisas nesta área podem aprofundar nossa compreensão de como os músculos faciais comunicam emoções.

Por sua vez, isso poderia levar a avanços nas técnicas cirúrgicas para tratar doenças como deformidades faciais ou expandir as possibilidades de cirurgia estética e ortopédica.

Além disso, uma melhor compreensão da adesão do robô com pele viva pode evitar a necessidade de furos em forma de V nas novas gerações de estruturas robóticas.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Freepik, Olhar Digital

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