Ciência e Tecnologia

Desequilíbrio energético é observado pela primeira vez em Saturno, diz estudo

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Um novo estudo publicado na revista Nature Communications, conduzido por uma equipe de cientistas da Universidade de Houston (UH), nos Estados Unidos, revelou um desequilíbrio energético em Saturno que pode proporcionar insights sobre a evolução dos planetas gasosos.

Utilizando dados da sonda Cassini da NASA, a descoberta aconteceu por um doutorando em Ciências da Terra e Atmosféricas da UH.

Os cientistas destacam que esta é a primeira vez que observam um desequilíbrio energético sazonal global em um corpo celeste como Saturno.

Esses dados podem auxiliar os pesquisadores a aprofundar a compreensão sobre a formação e evolução dos planetas, além de abrir novos horizontes para a ciência planetária e atmosférica.

De acordo com os dados da Cassini, o desequilíbrio energético de Saturno é atribuído à sua excentricidade orbital elevada, ao contrário da Terra, que não apresenta as mesmas características devido à sua baixa excentricidade orbital.

Os pesquisadores também notaram que a quantidade de energia desequilibrada em Saturno desempenha um papel crucial na formação das gigantescas tempestades no planeta gasoso.

Xinyue Wang, doutorando e um dos autores do estudo, em um comunicado oficial, explicou a situação.

Ele diz que todos os planetas recebem energia do Sol na forma de radiação solar e perdem energia ao emitir radiação térmica. No entanto, Saturno, assim como os outros gigantes gasosos, possui uma fonte adicional de energia na forma de calor interno profundo, que afeta sua estrutura térmica e clima.

O especialista, inclusive, diz que o calor interno da Terra é insignificante e suas estações duram apenas alguns meses, em contraste com as estações de vários anos em Saturno.

Via Wikimedia

Desequilíbrio energético em Saturno

Atualmente, as tempestades gigantes ocorrem regularmente em Saturno, sendo consideradas um fenômeno climático dominante no planeta.

O estudo sugere que o desequilíbrio energético pode desempenhar um papel crucial na formação dessas tempestades.

Para confirmar essa hipótese, a equipe planeja estudar outros corpos celestes gasosos para verificar se esse aspecto é comum em outras regiões do Sistema Solar.

Essa descoberta pode ter um grande impacto na astronomia, pois os modelos e teorias atuais sobre as características dos gigantes gasosos sugerem que o balanço energético desses corpos geralmente se equilibra.

No entanto, os cientistas ainda precisam coletar mais dados para confirmar essa hipótese.

Wang indica que os dados que eles possuem indicam que esses planetas também podem apresentar desequilíbrios energéticos significativos, especialmente Urano.

Eles possuem previsões de que existirá um desequilíbrio mais acentuado devido à sua excentricidade orbital e alta obliquidade. O que eles investigam agora identificam as limitações nas observações atuais.

Isso permitirá formular hipóteses testáveis que beneficiarão futuras missões emblemáticas.

Mais sobre Saturno

Via Flickr

Saturno é o sexto planeta do Sistema Solar, conhecido por seus impressionantes anéis e seu status como um dos gigantes gasosos.

Ele foi observado pela primeira vez na antiguidade, sendo conhecido por várias culturas antigas. No entanto, a descoberta de seus anéis é de Galileo Galilei em 1610, quando ele os viu através de seu telescópio, embora inicialmente não entendesse sua verdadeira natureza.

Saturno é o segundo maior planeta do Sistema Solar, com um diâmetro de aproximadamente 116.460 km, sendo superado apenas por Júpiter.

Ele possui uma composição principalmente de hidrogênio e hélio, com traços de outros gases como metano e amônia. A densidade de Saturno é tão baixa que, se existisse um oceano suficientemente grande, ele flutuaria.

Uma das características mais marcantes de Saturno é o seu sistema de anéis, compostos predominantemente por gelo e rocha, variando em tamanho desde minúsculas partículas até blocos do tamanho de casas.

Saturno tem uma atmosfera ativa e dinâmica, apresentando tempestades gigantescas e ventos rápidos, que podem alcançar velocidades de até 1.800 km/h.

Além dos anéis, Saturno possui um extenso sistema de satélites naturais, com 83 luas confirmadas até agora. A maior delas, Titã, é maior que o planeta Mercúrio e possui uma atmosfera densa e rica em metano. Isso a torna um objeto de grande interesse para os cientistas que estudam a possibilidade de vida em outros mundos.

A missão Cassini-Huygens, lançada em 1997 e ativa até 2017, foi crucial para a nossa compreensão de Saturno e seu sistema. A sonda Cassini forneceu imagens detalhadas e dados valiosos sobre os anéis, as luas e a atmosfera de Saturno, revolucionando nosso conhecimento sobre este gigante gasoso.

 

Fonte: Tecmundo, Wikipedia

Imagens: Flickr, Wikimedia

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