Saúde

Eis o que acontece com o pulmão de quem fumou por 20 anos

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Fumar por 20 anos pode parecer um longo tempo, mas os danos no pulmão de quem alcançou esse recorde são ainda piores do que se imagina.

Poucas pessoas pensam nos efeitos de fumar um maço de cigarro por dia durante duas décadas ou mesmo sobre como isso afeta seus órgãos.

Em linhas gerais, os pulmões dos fumantes tendem a escurecer, perdendo a coloração rosada e a vitalidade. Além disso, a capacidade pulmonar é comprometida, dificultando a respiração. Essas mudanças não são apenas superficiais. Elas podem desencadear complicações graves para a saúde.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 8 milhões de pessoas morrem anualmente devido ao uso do tabaco em todo o mundo.

Dessas mortes, mais de 7 milhões estão diretamente ligadas ao hábito de fumar, enquanto 1,2 milhão são atribuídas ao tabagismo passivo. Ou seja, aquelas pessoas que não fumam mas são expostas à fumaça de cigarro.

Compreender as alterações que ocorrem nos pulmões de quem está a fumar por 20 anos é fundamental para conscientizar sobre os riscos à saúde.

Via Freepik

Como fica o pulmão?

Para conscientizar sobre os danos causados pelo fumo, os pesquisadores do MD Anderson Cancer Center, da Universidade do Texas (EUA), realizaram uma comparação entre o funcionamento e a aparência de um pulmão saudável e o de um fumante crônico — alguém que consumiu 20 cigarros diários por 20 anos — em uma demonstração.

Ambos os pulmões foram conectados a um sistema que simula o processo respiratório, proporcionando uma representação do funcionamento pulmonar como se estivessem em atividade dentro do corpo humano.

Saudável x fumante

Os pulmões saudáveis conseguem se encher de ar. À medida que o órgão se expande, o ar preenche os pulmões, impulsionando o oxigênio para a corrente sanguínea.

Esse oxigênio é absorvido pelos alvéolos pulmonares, pequenos sacos semelhantes a balões. Existem cerca de 600 milhões de alvéolos, todos revestidos por vasos sanguíneos extremamente finos.

Ao observar o pulmão escurecido de alguém que está a fumar por 20 anos, por exemplo, é evidente que algo está errado.

Isso porque a coloração escura toma conta do órgão, principalmente pelo alcatrão, uma substância preta e viscosa liberada pela queima e reação dos produtos químicos presentes no cigarro.

O acúmulo excessivo de alcatrão nos pulmões, conforme explicado por Henigan, pode resultar em problemas pulmonares e dificuldades respiratórias. Isso ocorre devido à inflamação exacerbada do órgão, que pode levar a obstruções parciais.

Além disso, a presença de uma mistura de produtos químicos e compostos resultantes da combustão aumenta significativamente o risco de câncer de pulmão, uma das formas mais comuns de câncer em todo o mundo. No modelo apresentado, uma protuberância específica indica o início da doença.

Outra complicação do tabagismo é a gradual perda de elasticidade e capacidade de expansão de certas partes dos pulmões, conforme demonstrado no experimento.

Nessas situações, os pacientes podem desenvolver doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e enfisema.

Indivíduos com essas condições enfrentam dificuldades respiratórias e experimentam limitações em atividades cotidianas simples, como caminhar. Veja uma simulação em inglês:

Como parar de fumar?

Diante dos inúmeros riscos associados à fumar por 20 anos, ou até menos, muitas pessoas procuram maneiras de abandonar o vício.

Segundo Maher Karam Hage, diretor médico do programa de tratamento para dependência de tabaco em uma instituição dos Estados Unidos, a abordagem mais eficaz envolve uma combinação de medicação e aconselhamento psicológico.

Existem benefícios em ambos os métodos para quem deseja parar de fumar, mas as chances de sucesso aumentam consideravelmente ao utilizar ambos em conjunto, em comparação com o uso de apenas um deles.

Além disso, algumas estratégias adicionais são úteis, como técnicas de respiração profunda durante momentos de crise e identificação de gatilhos, visando evitá-los.

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Benefícios de parar de fumar

Conforme destaca a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), os benefícios para aqueles que deixam de fumar são vários.

Logo nas primeiras 12 semanas sem cigarros, existe uma notável melhora na circulação sanguínea e na função pulmonar.

No período que varia de um mês a nove meses após a cessação do tabagismo, ex-fumantes costumam experimentar alívio da tosse e da falta de ar.

Entre cinco e 15 anos após parar de fumar, o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame, é reduzido a níveis semelhantes aos de não fumantes.

Por fim, o risco de morte por câncer e outras doenças cardíacas diminui consideravelmente.

 

Fonte: Canaltech

Imagens: Freepik, Freepik

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