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7 coisas que deram certo no remake de Rei Leão

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Apenas há duas semanas nos cinemas, Rei Leão ultrapassou um bilhão de dólares arrecadados mundialmente. O filme se tornou o quinto maior lançamento do ano, cobrindo o custo de sua produção. Esse longa é resultado da estratégia de monetização da nostalgia utilizada pela Disney. Por isso tem se tornado cada vez mais comum nos depararmos com algum remake da empresa nos cinemas. Seu projeto de refilmagens das clássicas animações da década de 1990 tem capturado parte do público pelo saudosismo, e atraído outra parte pela inovação tecnológica. Todavia, esse hábito de reproduzir narrativas já conhecidas tem gerado discussões.

Embora seja um dos filmes mais aguardados dos últimos tempos, o longa dirigido por Jon Favreau chegou dividindo opiniões. Enquanto alguns amaram a fidelidade mantida na retratação da história do jovem Simba, outros a consideraram previsível. “Todo mundo tem sua própria fórmula. Eu não estou dizendo que essa é a maneira certa de fazer isso, mas foi como eu fiz”, disse o cineasta à Variety. Favreau ainda explicou que não buscou reinventar o projeto por completo. Ele queria que as pessoas assistissem o filme e fossem capazes de reconhecer que viram O Rei Leão. Levando em consideração o que ele se propôs à apresentar, selecionamos alguns pontos assertivos do remake.

7 – Os efeitos visuais

Embora o filme divida opiniões, o único consenso entre as críticas é que Rei Leão é um espetáculo visual. O trabalho de Favreau e sua equipe pode ser facilmente classificado como um dos melhores usos de CGI em um blockbuster moderno. Flanando entre o live-action e a animação, o remake pode ser definido como uma produção fotorrealista. The Moving Picture Company, o mesmo estúdio por trás de Mogli: O Menino Lobo, de 2016, retorna para dar vida às Terras do Reino e seus habitantes. Assim como James Cameron, em Avatar, Favreau criou uma nova forma de fazer filmes. Para que o longa fosse possível, além dos famigerados equipamentos para captura de movimento, realidade virtual e escala aumentada, foi necessário investir no desenvolvimento de novas tecnologias. Se alguém disser jamais ter visto algo como Rei Leão, pode acreditar que é verdade.

6 – As hienas

Na versão de 1994, as hienas são lembradas como ajudantes completamente manipuláveis de Scar. Shenzi, Banzai e Ed retornaram, dessa vez como Shenzi, Kamari e Azizi. Além dos nomes, sua postura também foi reformulada. Apesar de continuarem bem humoradas, as hienas se tornaram mais ameaçadoras e sagazes. Entre o trio perceptivelmente letal, podemos destacar Shenzi. A líder das hienas, magnificamente dublada por Florence Kasumba, se mostra tão intimidante quanto Scar e uma força a ser reconhecida pelos felinos.

5 – Quem dorme é o leão

Embora não conte com muitos números musicais, o Rei Leão acertou no que decidiu apresentar. Antes de Nala atacar Timão e Pumba, os dois são vistos cantando Quem Dorme é o Leão. O remake segue fielmente a premissa do original, porém apresenta melhorias. Além de ser mais entusiasmante, a música é melhor cantada. Billy Eichner e Seth Rogen, os respectivos dubladores do suricato e do javali, recebem ajuda de outros animais em sua cantoria. A performance da bicharada acaba se tornando um dos melhores alívios cômicos do filme e a música reflete perfeitamente a natureza divertida da dupla.

4 – Ciclo da vida?

O ciclo da vida é a filosofia central de O Rei Leão. Embora seja apresentada de forma inquestionavelmente poética, tanto no original quanto no remake, o último inovou ao apresentar uma crítica à mesma. A ideologia, pregada por Mufasa, é muito bonita, porém, se olharmos por outra perspectiva, acabamos percebendo uma essência elitista intrínseca nessa ideia. O longa de Favreau consegue apresentar muito bem um contraponto, sem apelar para um discurso super elaborado. Se esse pensamento beneficia aqueles que estão no topo da cadeia alimentar, Timão e Pumba, geralmente presas, contra-argumentam com sua própria teoria: a linha da indiferença sem sentido. Como os dois poderiam ser devorados a qualquer momento, adotaram uma atitude niilista, como justificativa para sua despreocupação. Hakuna matata!

3 – Um uso coerente das músicas

Levando em consideração que o clássico de 1994 ostenta uma impressionante trilha sonora, é normal se decepcionar à primeira vista com o remake. Porém, basta ponderar um pouco para perceber que a decisão de cortar alguns números musicais e encurtar outros, foi acertada. Para atingir a aceitação é preciso ter em mente que o objetivo do filme era soar como um drama, não um musical. Daria para fazer os dois? Sim, mas aí entra outra limitação, a priorização do realismo à criatividade. Não tivemos Zazu cantando “tenho uma dúzia de cocos tão bonitinhos…” e nem Timão e Pumba dançando ula. Contudo, como o foco do longa é fazer das interações entre os personagens as mais críveis e naturais possíveis, é preciso admitir que as músicas foram administradas de forma coerente.

2 – Mais destaque para Nala e as leoas

Assim como as outras leoas, dessa vez, Nala saiu do plano de fundo e recebeu mais destaque. A felina chegou a assumir um papel crucial na luta contra Scar. A cena em que ela foge da Pedra do Rei foi uma sagaz adição ao filme, mostrando sua subversão contra o regime ditatorial do usurpador. A rivalidade entre a leoa e Shenzi, a líder das hienas, também foi uma decisão assertiva. Da ameaça no cemitério de elefantes ao confronto final pelas Terras do Reino, vimos uma evolução significativa, mesmo que rápida, da relação entre as duas personagens. Além disso, a história de fundo de Sarabi ganhou mais espaço no remake. A mãe de Simba é mostrada como detentora do respeito da alcateia, algo que Scar tenta tirar proveito, sem muito sucesso.

1 – Atualizações significativas capazes de manter a essência da narrativa

O remake de Rei Leão é quase que totalmente idêntico ao original, atenção para o quase. Mesmo sendo uma das propriedades mais amadas da Disney, o objetivo do filme era conquistar uma nova audiência ao redor do mundo. O presidente de marketing da Casa do Mickey Mouse, Asad Ayaz, falou sobre a importância fazer o longa chegar àqueles que não tiveram contato com a versão de 94. Por isso se fez crucial manter a ideia original inalterada.

Essa produção nada mais é do que uma atualização. Mesmo sendo previsível para aqueles que cresceram com o clássico, ela conseguiu se apoiar no encantamento e proporcionar satisfação. Seja através da alteração dos nomes das hienas para substantivos originalmente africanos, ou pela inclusão de uma canção empoderadora da Beyonce, tudo está além de meras alterações técnicas ou narrativas. O que realmente deve ser destacado é que essa versão promove uma quebra de estereótipos juntamente com uma valorização cultural.

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