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7 filmes de terror com mensagens ocultas que você não percebeu

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O terror não é um gênero querido apenas por conter morte, sangue e situações assustadoras. O gênero é frequentemente usado para retratar os problemas, angústias, dificuldades e o que mais precisar, presentes na sociedade. As produções agregam temas contemporâneos nas narrativas, explorando as adversidades e propondo reflexões sobre o cenário. Por isso, é natural encontrarmos filmes de terror com mensagens ocultas em suas histórias.

Filmes de terror são tão populares na cultura pop quanto as produções de super-herói. Até porque, a história desse gênero nas artes é muito mais antiga. No cinema, por exemplo, ele passou por diversas transformações no decorrer das décadas. Inclusive nos últimos anos. Assim, selecionamos alguns filmes de terror com mensagens ocultas em suas histórias que talvez você não tenha percebido.

1 – Arraste-me Para o Inferno (Bulimia)

Sam Raimi é um cineasta que sempre esteve envolvido com o terror, sendo inclusive responsável pelo clássico Evil Dead. Não diferente, ao lado do irmão Ivan Raimi, ele escreve e dirige outra ótima obra do gênero. Na história, Christine (Alison Lohman) trabalha numa empresa e empréstimos e ao não conseguir ajudar uma senhora com sua dívida, ela é amaldiçoada pela mesma.

A partir de então, Christine tenta de todas as maneiras para livrar sua vida do inferno. O filme, contudo, não é apenas mais uma história demoníaca. No fundo, Christine trava uma luta individual com a bulimia. Sua jornada para salvar a própria alma de ser consumida pela entidade maligna também é um reflexo de sua briga interior contra o transtorno alimentar.

Durante a projeção, é revelado que a personagem sofria com sobrepeso quando criança. Christine se recusa a fazer as pazes com seu passado, sendo constantemente assombrada pela ideia do excesso de comida. Não por menos, ao longo do filme, sua boca funciona como uma espécie de imã para variados tipos de secreção. No geral, em momentos envolvendo comida.

2 – Madrugada dos Mortos, 2004 (Consumismo)

George A. Romero é considerado o pai do zumbi moderno. No seu clássico A Noite dos Mortos Vivos, o cineasta introduziu à história de terror temas políticos, os quais foram adotados em inúmeras obras posteriores. Assim, os filmes desse subgênero começaram a conter críticas sobre a atual sociedade de suas respectivas épocas.

O longa de Zack Snyder retrata os vícios de consumo coletivo. O quanto as pessoas ficaram cada vez mais imersas em adquirir coisas que não precisam, transformando-se em acumuladoras de lixos. Já se perguntou, por exemplo, por que, de todos os lugares possíveis, o grupo de sobreviventes da história fica preso justamente em um shopping? Pois então.

3 – A Mosca (Doença e envelhecimento)

https://youtu.be/7BzwxJ-M_M0

Os filmes de David Cronenberg sempre terão alguma mensagem escondida por trás de toda loucura aparente. No seu sensacional remake A Mosca, ele trabalha temas como a doença e o envelhecimento. Devido a um incidente, ao longo da história Seth (Jeff Goldblum) passa por transformações físicas grotescas. A mudança serve como metáfora para o desgaste não natural do corpo humano. Ou seja, quando este está tomado por alguma doença, como o câncer.

A história também mostra que a degradação não fica apenas no físico, ela se espalha para a mente. Com o tempo, o psicológico de Seth entra em desequilíbrio. Ele passa de um cientista brilhante a uma criatura quase irracional. O espectador acompanha o colapso do personagem como ser humano.

4 – Carrie (Bullying)

De todos os filmes dessa lista, muito provável que Carrie seja o filme com a mensagem mais óbvia. A adolescência já é uma fase complicada da vida e os próprios jovens a tornam ainda mais difícil. Degradar uma pessoa simplesmente porque ela não se comporta como você e seus amigos é um ato de covardia.

Carrie é uma adolescente tímida, sem amigos e isolada pelos outros alunos na escola. Ela vive sob a constante opressão de sua mãe extremamente religiosa. A jovem possui poderes telecinéticos, os quais são despertados de forma brutal depois de ela ser humilhada no baile de formatura da escola. Não existe um lugar seguro para Carrie e ela não tem uma pessoa com a qual possa contar. Ela não tem paz nem mesmo em casa.

Na vida real, adolescentes marginalizados, humilhados e sem apoio emocional, tendem a retribuir o tratamento com tiroteios nas escolas ou em outros lugares públicos. A única diferença entre as ações de Carrie no filme e os massacres da realidade é que, no longa, ao invés de armas de fogo, ela usa seus poderes para matar.

5 – Semente do Diabo, 1979 (Poluição ambiental)

Não faltam exemplos de filmes onde a temática envolva a vingança da natureza contra os atos de destruição da humanidade. Embora racionais, os humanos são uma espécie com graves dificuldades de coexistência. Tal incapacidade leva a alterações no comportamento não apenas da própria linhagem biológica como também do ambiente a sua volta.

O filme é ambientado numa cidade pequena em Maine, onde uma companhia despeja livremente mercúrio na água do rio local. Devido à poluição, os animais da floresta sofrem mutações. Eles passam a ter tamanhos fora do padrão, comportamentos mais agressivos e tolerância curta. Alterado pela poluição, um urso passa a matar os habitantes do lugar. O filme é de 1979 e a ideia de um urso assassino pode ser ridícula, mas não deixa de ser atual.

6 – Bird Box (Mídias sociais)

No geral, Bird Box é visto como uma metáfora para a maternidade. Uma posição na qual a protagonista luta desde o início. No entanto, a situação na qual as criaturas obrigam as pessoas a viver na história, abre brecha para mais interpretações. Uma delas está relacionada ao uso descontrolado das mídias sociais.

Apesar dessa tecnologia ter seu lado positivo, o constante abuso dos usuários tem provocado cada vez mais doenças mentais. As pessoas estão menos sociais, com mais dificuldade de se relacionar com terceiros e com o mundo em si. O filme também pode ser encarado como a inabilidade das pessoas em se conectarem umas com outras. O isolamento social crescente e a decaída no convívio coletivo.

7 – Massacre na Festa do Pijama (Sexismo)

A intenção inicial do filme era fazer uma paródia sobre os filmes de terror. Mas os produtores mudaram de ideia e decidiram tentar levar as coisas mais a sério. Mesmo assim, o longa não escapa completamente. A premissa é muito simples, mas compensa por todas as simbologias espalhadas durante a projeção.

Na história, um grupo de meninas organiza uma festa do pijama e são surpreendidas pelo ataque de um serial killer. O filme foi escrito e dirigido por mulheres, detalhe que ajudou bastante na construção das metáforas. O longa contém cenas bastante violentas, nudez e insinuações sexuais. A diferença, porém, está no tratamento concedido a ele. Por meio do humor sagaz, Amy Holden Jones (diretora) e Rita Mae Brown (roteirista) desconstroem o sexismo e a masculinidade dominante no subgênero slasher.

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