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7 maiores equívocos sobre os indígenas brasileiros

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Os povos indígenas brasileiros estão aqui desde milênios antes dos portugueses chegarem e colonizar o Brasil, isso por volta do século XVI. Antes disso, o território que hoje é o Brasil era apenas o lar de diferentes grupos étnicos. Se tem alguém que tem direito a essas terras, são os índios. Mas ainda assim, esses povos lutam constantemente pelo direito de poder habitar a terra que um dia foi apenas deles.

Embora o ensino da história e da cultura dos povos indígenas no Brasil, seja obrigatório tanto em escolas públicas quanto particulares, o conhecimento que a maioria das pessoas tem a respeito desses povos ainda é muito limitado, em alguns casos até genérico. Por exemplo, você sabia que no Brasil existem cerca de 305 povos indígenas diferentes? E que eles representam aproximadamente 0,4% de toda a população do país?

O tema dos povos indígenas é muitas vezes citado apenas quando se fala no período pré-descobrimento do Brasil e nas comemorações de Dia do Índio. Depois disso, quase não é falado sobre o assunto, o que faz com que se crie uma imagem equivocada sobre eles, carregada de estereótipos que não condizem em nada com a sua realidade. Confira a seguir alguns dos maiores equívocos sobre os indígenas brasileiros.

1 – Índios em extinção?

Muito pelo contrário, a população indígena só vem crescendo nos últimos anos. Essa ideia de extinção dos índios é uma representação convencional que predominou na história até a década de 1980. De fato, desde o século XVI para a atualidade, o número de povos indígenas diminuiu drasticamente, mas isso não os coloca em risco de extinção. O censo do IBGE, de 2012, mostrou um aumento significativo de pessoas autodeclaradas índias. Estima-se que hoje exista pelo menos 305 etnias diferentes e falantes de 274 idiomas. Esse censo ainda que revelou que, em todos os estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal, há populações indígenas.

2 – Índio é tudo igual

O termo “índio” é usado apenas por pessoas fora dessa cultura, os indígenas mesmo não se nomeiam assim, de forma tão genérica. Existem nomes diferentes para chamar a si mesmo e a outros povos. Por exemplo, Tupi, significa “o ancestral”, Tupinambás, “os antecedentes do ancestral”, Tupiniquins, “os galhos do ancestral” e por aí vai. De fato, estamos falando sobre povos que compartilham alguns traços culturais e históricos, mas ainda assim, carregam grandes diferenças culturais. Cada povo ou tribo tem a sua língua, sua religião, arte, ciência e dinâmica histórica particular.

3 – Índio que vive na cidade, usa roupa e tecnologia não é mais índio

Esse é um dos maiores equívocos relacionados aos povos indígenas. Ainda existe um conceito errôneo de que existe “índio puro” e “índio aculturado” e até mesmo “ex-índio”, o que definitivamente não faz nenhum sentido. A cultura não é algo estático, imutável e parado no tempo. A cultura está constantemente em mutação, interagindo com o ambiente, circunstâncias e outras culturas. Não é porque um índio veste roupa, usa celular, ou tem um carro que ele deixou de ser índio. Não é como se ele perdesse a sua identidade ou cultura por isso.

4 – A cultura indígena é arcaica

Essa ideia está diretamente ligada com o nosso costume de comparar diferentes culturas com a nossa. Comparar os indígenas a partir do nosso mundo tecnológico e valores sociais realmente não se encaixa. Mas isso não significa que a sua cultura seja obsoleta ou atrasada. Os povos indígenas também produzem saberes, ciências, arte refinada, literatura, poesia, música, religião, dança etc. Diferente da nossa? Sim, mas isso não quer dizer que seja menos válida ou evoluída.

5 – Índio só vive na floresta

De fato, a maioria dos povos indígenas vive em regiões de zona rural ou na floresta Amazônica, onde está concentrada a sua maior população. Mas, também há um número significativo de indígenas vivendo em zonas urbanas, e a tendência é que esse número aumente. Cerca de 38,5% dos índios brasileiros já vivem em zonas urbanas.

6 – Os índios não construíram nenhuma obra memorável

Ignorar o patrimônio cultural indígena é condenar esses povos ao esquecimento. Não há como negar o grande e diverso legado deixado por esse povo. E isso inclui práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas, que a comunidade indígena reconhece como parte fundamental da sua identidade cultural.

7 –  Os índios não precisam de muita terra

A Constituição de 1988 deu aos índios os “direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens” (Art. 231). As terras indígenas são aquelas ocupadas por esses povos em território brasileiro, e os povos indígenas têm o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos existentes nelas. Isso não é uma questão de necessidade ou quantidade, é uma questão de direitos e justiça.

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