Ciência e Tecnologia

Adeus! Microsoft desativa seu último data center submerso

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A Microsoft anunciou recentemente que desativou o último de seus data center submerso, que tinha uma instalação originalmente nos mares ao norte da Escócia.

A empresa não tem planos de criar novas instalações similares no futuro próximo. Esses servidores faziam parte do Projeto Natick, iniciado em 2013, com operações começando em 2018.

O propósito desse projeto era entender mais das abordagens alternativas que existem na rede. Além disso, gostariam de melhorar a eficiência dos servidores e de outros serviços de computação de alto desempenho (HPC) que a empresa oferece.

Em entrevista ao site Data Center Dynamics, a vice-presidente corporativa de Inovação e Operações em Nuvem da Microsoft, Noelle Walsh, confirmou que a empresa não está desenvolvendo novos servidores submersos, mas afirmou que os conhecimentos adquiridos com a experiência serão aplicados em outras áreas.

Segundo o responsável, a equipe trabalhou nesse processo e o data center submerso foi um sucesso. Assim, puderam aprender mais sobre as operações ao nível do mar.

Por isso, conseguirão aplicar em outros casos e outras tecnologias. No entanto, permanecerão desativados.

Via Cloud

O que é data center submerso?

Um data center é uma instalação física utilizada para abrigar sistemas de computadores e componentes associados, como servidores, sistemas de armazenamento de dados, dispositivos de rede e equipamentos de telecomunicações.

Os data centers são projetados para garantir alta disponibilidade e desempenho, com recursos de redundância e backups para evitar interrupções nos serviços.

Esses processos contam com servidores, máquinas que executam aplicativos e armazenam dados para empresas e usuários. Além disso, possui equipamentos como roteadores, switches e firewalls que permitem a comunicação entre servidores e com a internet.

Os sistemas que armazenam grandes volumes de dados de forma segura e eficiente funcionam em rede ou independentes, além das fontes de alimentação e sistemas de resfriamento.

No caso do data center submerso, toda a estrutura existe, mas próximo ao mar, o que promove sinais e processos totalmente diferentes.

Os dados possuem alta segurança, tanto física como vigilância e controle de acesso, quanto digitais, como firewalls e criptografia para proteger os dados e sistemas.

Os data centers são essenciais para o funcionamento da internet, hospedagem de sites, serviços de nuvem, e-commerce, aplicativos empresariais e muitas outras atividades que dependem de processamento e armazenamento de dados em larga escala.

Menos falhas que na terra

Via Flickr

Para o experimento, a Microsoft instalou 855 servidores em um data center submerso e os manteve em atividade constante, sem interferência, por 25 meses e 8 dias.

Paralelamente, o projeto também contava com 135 servidores similares instalados em terra firme, rodando serviços de nuvem do Microsoft Azure, para servir como base de comparação.

Os resultados foram impressionantes: apenas 6 dos 855 servidores submarinos apresentaram falhas durante o período do estudo, em contraste com 8 dos 135 servidores do grupo de controle.

Proporcionalmente, isso representa um índice de falhas cerca de 75% menor nas máquinas operando abaixo do nível do mar.

Os especialistas da Microsoft afirmam que essa diferença se deve principalmente à temperatura externa dos servidores, embora outros fatores também tenham influenciado o resultado.

Um desses fatores é que os tubos com os racks foram preenchidos com gás nitrogênio em vez de oxigênio.

Como não havia necessidade de pessoas inspecionarem fisicamente os servidores, a escolha pelo nitrogênio evitou que os equipamentos fossem sujeitos a processos naturais de oxidação.

Agora, apesar dos resultados permanecerem, a estrutura não estará mais em ativação. E com a confirmação de que o projeto se encerra, não teremos outros modelos da Microsoft no futuro.

No entanto, a iniciativa foi inovadora e trouxe insights interessantes para que a gigante da tecnologia desenvolva soluções ainda melhores.

 

Fonte: Canaltech

Imagens: Cloud, Flickr

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