Curiosidades

Afinal, por que não comemos carne de cavalo?

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Adoramos uma maminha, idolatramos uma picanha e nos derretemos com um cupim. A gama de cortes, que faz parte do cardápio dos brasileiros e de outros cidadãos, é enorme. Entretanto, há uma pergunta que paira no ar: por que, afinal, não comemos carne de cavalo?

Recentemente, na Europa, a carne de cavalo tem provocado um verdadeiro pesadelo. A empresa suíça Nestlé, por exemplo, anunciou que retiraria, das prateleiras de supermercados, refeições prontas, que continham esse específico tipo de carne. Além disso, órgãos reguladores, constantemente, tentam rastrear como a carne de cavalo passou por uma complicada cadeia em vários produtos.

A descoberta levantou a questão que fizemos logo no início da matéria: por que comer carne de cavalo é considerado tabu em algumas nações?

A carne

Em muitos países, comer carne de cavalo é extremamente normal. Além disso, há inúmeras nações que consideram tal carne uma verdadeira iguaria. México, Suíça, Cazaquistão, Bélgica, Japão, Alemanha, Indonésia, Polônia e China estão entre os países em que a carne de cavalo é apreciada.

Para entendermos o escândalo que norteia o assunto, é preciso voltar no tempo. Na época da Segunda Guerra Mundial, os americanos, de acordo com uma fotografia publicada pelo Seattle Times, em 2010, não tinha nenhum problema em comer carne de cavalo.

De acordo com Marion Nestlé, professora da Universidade de Nova York, nas décadas de 1940 e 1950, havia um “mercado negro” de carne de cavalo. Inúmeros estabelecimentos vendiam o produto para consumo próprio. Ou seja, não existia em supermercados. Exatamente nessas duas décadas, a carne de cavalo era mais barata, em relação à carne bovina.

Como o pensamento mudou?

Anne Bellows, professora de estudos alimentares da Universidade de Syracuse, disse que o tabu envolto a carne de cavalo “se ajustou às circunstâncias”. Segundo a especialista, quando as culturas enfrentam tempos difíceis, os tabus tendem a se extinguir. “Às vezes, as escolhas que fazemos estão relacionadas ao quão carentes somos”, explica.

A carne de cavalo já foi o principal ingrediente para a produção de inúmeros alimentos. De acordo com a empresa Nestlé, a carne de cavalo foi um ingrediente importante para a fabricação de alimentos para animais de estimação, até, pelo menos, a década de 1940. Hoje, segundo a Nestlé, a maioria das empresas de alimentos para animais prefere não usar carne de cavalo, por temer que isso desencoraje as pessoas a comprar o produto.

Embora os americanos, hoje, tenham evitado a carne de cavalo, em períodos de escassez, como em 2006, o cenário era outro. Nesse mesmo ano, mais de 100.000 cavalos foram abatidos, principalmente para exportação. Destino? Europa e Ásia. A proibição do consumo da carne de cavalo ocorreu somente, em 2011.

Em contrapartida, mesmo contra a vontade de ativistas, atualmente, cavalos ainda são enviados ao Canadá e ao México para abate. Segundo Bellows, hoje, um dos motivos pelos quais a carne não faz parte da nossa dieta é a utilidade do animal. O cavalo, quando jovem, é muito utilizado em trabalhos no campo. Uma vez velho, a carne já não é mais desejada.

Outro tabu, que prolifera nos Estados Unidos, está ligado à percepção de que os cavalos se enquadram na categoria de animais de estimação. É uma percepção, que foi reforçada na cultura popular, com programas de televisão. Comparado à carne bovina, não há riscos significativos à saúde em degustá-la. De fato, há quem elogie por ser baixa em gorduras, cheia de proteínas e deliciosa.

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