História

Antiga deusa egípcia do céu pode ter ligação com a Via Láctea

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As civilizações antigas possuíam uma profunda conexão com o cosmos, refletida em suas crenças religiosas e mitológicas, e uma deusa da Via Láctea é a prova disso.

O Sol, a Lua e as estrelas frequentemente recebiam personificações como divindades, dotadas de poderes e atributos específicos.

Por exemplo, para os egípcios, o deus Sah era associado às estrelas da constelação de Orion, enquanto a deusa Sopdet era venerada como a divindade ligada à estrela Sirius.

Entretanto, um estudo recente trouxe à tona uma relação surpreendente entre uma divindade egípcia e a própria Via Láctea. Isso amplia ainda mais nosso entendimento das complexas interações entre mitologia e astronomia na antiguidade.

Quem é a deusa da Via Láctea

Via Olhar Digital

Na mitologia egípcia, a deusa Nut desempenha um papel crucial. Segundo as lendas, Nut é responsável por engolir o Sol ao anoitecer e dar à luz novamente a cada novo amanhecer, quando a estrela ressurge no horizonte.

Esta representação mitológica da renovação diária do Sol é profundamente simbólica e reflete a percepção do ciclo contínuo de vida, morte e renascimento.

Para compreender a suposta ligação entre Nut e a Via Láctea, os pesquisadores empreenderam uma análise detalhada, comparando as descrições mitológicas da deusa com simulações da aparição da galáxia nos céus da época.

Este estudo multidisciplinar exigiu uma cuidadosa revisão dos textos antigos e uma análise precisa das posições e movimentos das estrelas e da Via Láctea.

As conclusões deste estudo foram apresentadas em um artigo publicado no Journal of Astronomical History and Heritage.

Este trabalho lança luz sobre uma fascinante interseção entre mitologia e astronomia. Além disso, também destaca a habilidade dos antigos em perceber e interpretar os fenômenos celestes, incorporando-os em seus sistemas de crenças e narrativas mitológicas.

Presença de Nut no céu

Entre os documentos antigos que passaram por examinação, destacam-se os Textos das Pirâmides, uma fonte venerável esculpida nas paredes das pirâmides egípcias há mais de quatro mil anos.

Estes textos compõem uma rica coleção de feitiços destinados a facilitar a jornada dos faraós em direção à vida após a morte, revelando assim as crenças e práticas religiosas da antiga civilização egípcia.

Via Olhar Digital

Além disso, outras pistas sobre a relação entre a deusa da Via Láctea são encontradas nos Textos do Caixão. Estas inscrições, pintadas nos caixões alguns séculos após a era das pirâmides, constituem uma espécie de compêndio paralelo de feitiços e rituais funerários, oferecendo uma visão complementar das concepções religiosas e cosmológicas dos antigos egípcios.

Por sua vez, o Livro de Nut fornece uma narrativa mais detalhada do papel desempenhado pela deusa no contexto do ciclo solar. Este texto sagrado foi descoberto em diversos monumentos e papiros, remontando a uma versão original datada de cerca de três mil anos atrás.

Através dessas fontes variadas e complementares, é possível traçar uma imagem mais completa e elucidativa da importância de Nut na mitologia egípcia e, potencialmente, de sua conexão simbólica com a Via Láctea.

Provas

Nesta obra antiga, a cosmologia egípcia se desenha, revelando a deusa Nut como uma figura central associada aos horizontes ocidental e oriental, representados respectivamente pela cabeça e a virilha da divindade.

Uma passagem intrigante descreve Nut não apenas como a consumidora do Sol ao anoitecer, mas também como a devoradora de uma série de estrelas conhecidas como “decanais”, presumivelmente utilizadas para marcar a passagem do tempo durante a noite.

Além disso, o documento detalha a disposição corporal de Nut, com seu braço direito estendido no noroeste e o braço esquerdo no sudeste, formando um ângulo de 45 graus em relação ao seu corpo.

Uma simulação do céu no antigo Egito revelou que essa orientação coincidia com a posição da Via Láctea durante os meses de inverno, sugerindo uma possível correlação entre a figura da deusa e a própria galáxia.

A conclusão é fascinante: a deusa da Via Láctea pode ser a forma figurativa para ressaltar a presença e a importância de Nut no firmamento egípcio.

A iconografia tradicionalmente associada à deusa, frequentemente em murais de túmulos e papiros funerários como uma mulher nua e arqueada, guarda uma semelhança inegável com a curvatura da própria Via Láctea.

Isso sugere ainda mais a profunda interconexão entre mitologia e a observação astronômica na antiga civilização egípcia.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Olhar Digital, Olhar Digital

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