Ciência e Tecnologia

Esse aplicativo detecta dor em animais domésticos

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Recentemente, pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu, no interior de São Paulo, em conjunto com a escola de inovação CESAR School, em Recife, desenvolveram o aplicativo Animal Pain. Bem como o nome diz, (“Dor Animal”, em tradução livre), o aplicativo detecta dor em animais domésticos em tempo real.

O estudo é coordenado por Stelio Luna, professor e médico veterinário, juntamente com à veterinária, Marianna Ulbrik, Haidee Lima e Melissa Pontes, professoras da CESAR School Erica Campos e o mestrando Luiz Henrique Correia de Melo.

Uma pesquisa em que o Brasil é pioneiro

De acordo com os pesquisadores, a ideia de criar o app surgiu para ajudar tutores e veterinários. Isso porque, geralmente, medir a sensação dolorosa de animais não é uma tarefa nada fácil. Nesse sentido, os profissionais costumam utilizar escalas para medir essa sensação. Porém, com a ajuda do software especializado, tudo fica mais fácil. Como uma forma facilitar o acesso e o desenvolvimento de futuras pesquisas, os dados também ficarão disponíveis em uma nuvem que poderá ser acessada de maneira internacional.

Atualmente, o aplicativo está configurado para avaliar apenas a dor de gastas recém-castradas. No entanto, com o tempo, o projeto será aperfeiçoado. “Mais para frente, pretendemos incluir testes para outros bichos”, afirma Luna. Para além de gatas, o projeto poderá ajudar nas dores de equinos, bovinos e caprinos. Além disso, também vale lembrar que o Brasil é pioneiro na crianção de um instrumento de tão fácil acesso.

Antes do desenvolvimento do aplicativo, não havia uma maneira específica de definir o nível de dor em felinos, por exemplo. Nesse sentido, quando os animais sentiam algo de errado, eles escondiam a dor, o que não acontece com cachorros, por exemplo. “O gato não é um cachorro pequeno. Portanto, a avaliação de dor entre as espécies é diferente também. Cada uma tem um comportamento que condiz com sua dor ou estresse”, afirma Melissa Pontes, engenheira sênior de testes e professora da CESAR School.

Como funciona o aplicativo?

Segundo Pontes, o funcionamento do aplicativo é bastante simples. Dessa forma, primeiro é necessário criar um perfil para o animalzinho, inserindo informações como peso, sexo e idade. Depois disso, um formulário é aberto e mais questões sobre o anima podem ser respondidas. Aqui, são levantadas questões da alimentação do animal, como ela está se movimentando e como anda seu sono. Nessa avaliação, todos esses fatores precisam ser levados em consideração.

Com o perfil criado, é possível responder a perguntas teste e entender o que há de errado. Ainda nessa parte, também é possível utilizar materiais de referência para alguns comportamentos. “O app disponibiliza vídeos com situações reais para o tutor ou veterinário conseguir avaliar melhor o animal”, afirma Pontes. Entretanto, também vale lembrar que o recurso não substitui uma consulta médica. “Se a gata estiver com pneumonia, por exemplo, ela não estará apresentando dor e o app não saberá identificar a doença. Portanto, ele não substitui uma visita ao veterinário e não dispensa exames”, afirma o especialista Luna. “Agora, queremos que pessoas leigas, os tutores, também aprendam a mexer no app porque quanto maior for a experiência, melhor a performance”, completa.

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