Ciência e Tecnologia

Após 8 anos, astrônomos descobrem o que é essa “borboleta gigante” no espaço

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Finalmente a borboleta gigante do espaço foi descoberta! Essa imagem intrigava os cientistas, mas, agora, tudo tem uma explicação.

Originalmente, um disco de formação planetária que estava sendo anteriormente confundido como uma “borboleta gigante”, que fica a mil anos-luz da Terra, foi identificado recentemente.

Descoberto em 2016 como IRAS 23077, o objeto astronômico permaneceu sem uma caracterização definitiva por oito anos. No entanto, agora os pesquisadores esclareceram sua verdadeira natureza em dois estudos distintos.

Um desses estudos, aceito para publicação no periódico The Astrophysical Journal Letters, propôs que IRAS 23077 é, na verdade, uma estrela jovem situada no centro de um disco de formação planetária.

Enquanto isso, outra pesquisa conduzida com o observatório Submillimeter Array (SMA) e também publicada no mesmo periódico, confirmou que o objeto é, de fato, o maior disco de formação de planetas já observado.

A borboleta gigante do espaço foi seu apelido inicial. Ele veio de Ciprian T. Berghea do Observatório Naval dos EUA, que utilizou o telescópio Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System (Pan-STARRS).

Via Revista Galileu

A análise dos dados do SMA forneceu evidências concretas de que se trata de um disco e, juntamente com a estimativa da distância do sistema, foi possível  concluir que ele está girando em torno de uma estrela provavelmente duas a quatro vezes mais massiva que o nosso Sol.

É o que afirma a astrofísica Kristina Monsch, que liderou a investigação com o observatório, em um comunicado à imprensa.

Borboleta gigante do espaço tem grande matéria

De acordo com a pesquisadora, a borboleta gigante do espaço, agora um disco, possui uma quantidade substancial de material capaz de formar diversos planetas gigantes. No entanto, seriam localizados a distâncias cerca de 300 vezes maiores do que a distância entre Júpiter e o Sol.

Este disco é abundante em poeira e gás, componentes essenciais para a formação planetária.

Tais estruturas são cruciais para a formação de planetas rochosos, como a Terra e Marte. O mesmo vale para planetas gigantes, como Júpiter e Saturno, em torno de estrelas jovens.

A equipe de pesquisa considera crucial realizar novas investigações para compreender as possíveis trajetórias de formação planetária nestes discos jovens. Também desejam ver como elas se comparam aos exoplanetas encontrados ao redor de estrelas distantes, que possuem massa superior à do Sol.

Além de adquirir dados inéditos sobre o IRAS 23077, também é fundamental continuar a busca por objetos similares se quiserem desvendar a história da evolução dos sistemas planetários extra-solares em seus estágios iniciais.

É o que declara Jeremy Drake, cientista-chefe de astrofísica no Centro de Tecnologia Avançada da Lockheed Martin, uma empresa aeroespacial americana.

Por que importa?

A descoberta de discos de formação planetária como o IRAS 23077 tem implicações profundas e amplas em nosso entendimento do cosmos e do processo de formação de sistemas planetários.

Esses discos fornecem uma ideia de como os sistemas planetários começam a se formar. Ao estudar a composição, estrutura e dinâmica desses discos, os cientistas podem inferir os processos pelos quais os planetas rochosos e gasosos se formam e evoluem ao redor de suas estrelas hospedeiras.

Além disso, a presença de discos de formação planetária está intimamente ligada ao processo de formação estelar. Ou seja, na investigação, os astrônomos podem aprimorar nossa compreensão de como as estrelas surgem e viram galáxias.

Ainda, discos tão densos como a borboleta gigante do espaço também ajudam a desvendar a diversidade dos exoplanetas em todo o universo.

Via Flickr

Ao compreender melhor as condições que levam à formação de planetas ao redor de estrelas jovens, os cientistas podem contextualizar e interpretar melhor as características de elementos descobertos em outras partes da galáxia.

Ao mapear e estudar uma variedade da formação planetária em diferentes estágios de evolução, os astrônomos podem reconstruir a história do céu ao longo do tempo cósmico.

Assim, pode nos ajudar a entender como o nosso próprio sistema solar se formou e como ele se compara a outros sistemas planetários.

Na prática, é um passo importante para pesquisas futuras, com pistas sobre a presença de planetas ainda não detectados ou de outros fenômenos astrofísicos interessantes, alimentando investigações que serão ainda mais impressionantes no futuro.

 

Fonte: Revista Galileu

Imagens: Revista Galileu, Flickr

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