Inovação

Após repetidos fracassos, as empresas privadas chegam ao espaço

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Após tanto tempo, parece que chegou a vez das empresas privadas no espaço.

Na década de 1970, poucos anos após Neil Armstrong se tornar o primeiro ser humano a pisar na Lua, a NASA lançou um estudo com perspectivas de uma promissora economia espacial.

As expectativas eram altas: em breve, pelo potencial das empresas privadas, milhares – quem sabe milhões – de pessoas estariam viajando para fora da Terra.

A ideia, entretanto, não prosperou: por cinco décadas, nem mesmo o solo lunar, que parecia tão próximo, recebeu visitantes. Agora, no entanto, essa realidade começa a mudar.

Em meio a uma acirrada corrida espacial, as empresas privadas finalmente começam a emergir, prometendo a tão esperada popularização do espaço sideral.

A conquista mais recente veio do polêmico Elon Musk. A compra do Twitter, embora ele não admita, foi um desastre, e na Tesla, as controvérsias em torno dos carros elétricos e autônomos causam sucessivas quedas nas vendas.

A SpaceX, porém, é um sucesso absoluto. Com um número incontável de satélites Starlink e um quase monopólio nos lançamentos espaciais tripulados, a empresa acaba de estabelecer outro marco, com o teste bem-sucedido do Starship, o maior foguete já construído pela humanidade.

Via Pexels

Sucesso ou não?

Elon Musk saiu do Texas e conseguiu chegar na atmosfera, entrando em órbita a uma velocidade maior que 25.700 quilômetros por hora.

A missão não foi perfeita, mas superou os resultados dos voos anteriores, nos quais o foguete se destruiu ou perdeu o contato com a Terra.

Além disso, enquanto voltava, a nave enfrentou temperaturas extremas, entretanto, foi possível ter um pouso controlado com sucesso.

Essa parece ser a grande aposta da SpaceX entre as empresas privadas no espaço. Em 2021, com um desses modelos reutilizáveis, a empresa do bilionário já havia feito história ao se tornar a primeira companhia privada a levar humanos para o espaço.

Agora, no entanto, o objetivo é ainda mais ambicioso. Com um foguete de tais proporções – 120 metros de altura, 33 motores no módulo de propulsão e seis na espaçonave – viagens ainda mais distantes se tornam uma possibilidade.

Entre as promessas estão voos turísticos levando bilionários para uma volta ao redor da Lua, um grande apoio para a ambiciosa missão Artemis e, em um cenário extremo, embora improvável, de acordo com Gonçalves, uma missão tripulada para Marte.

A notícia veio em um momento oportuno. Em 2023, além das dificuldades da Starship em completar seu voo de testes, várias outras missões comerciais decepcionaram.

Entre inúmeros cancelamentos, duas tentativas, uma americana e uma japonesa, falharam aos olhos ansiosos do mundo ao tentar pousos controlados na Lua.

Enquanto isso, duas agências governamentais conseguiram o feito: uma do governo japonês e outra dos executivos indianos.

Empresas privadas no espaço

2024, no entanto, promete ser um ano de sorte. No início do ano, a empresa americana Intuitive Machines quebrou o tabu ao realizar a primeira alunissagem comercial no satélite natural, com apoio da NASA.

Agora, desafiando o monopólio de Musk, a Boeing finalmente conseguiu lançar com sucesso uma missão tripulada a bordo do Starliner, que deverá passar a prestar serviços para a NASA.

Empresas como a Blue Origin, de Jeff Bezos, também estão fazendo avanços notáveis, com planos ambiciosos para voos suborbitais e orbitais.

Essa mudança tem sido bem recebida, especialmente pelas agências governamentais. Afinal, com as empresas privadas no espaço, é possível diluir os riscos de falhas nas missões.

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Opinião das agências públicas

Apesar disso, executivos públicos demonstraram otimismo. Em fala, eles dizem que esses serviços ficam mais acessíveis com as empresas privadas no espaço.

Assim, até mesmo universidades e outras instituições de pesquisa podem se beneficiar no futuro.

Contudo, existe outro motivo para investir no setor comercial. Essa corrida tecnológica não traz, necessariamente, um benefício científico imediato. Mas é possível ter descobertas com o investimento que acontece.

Embora o futuro pareça promissor, os desafios desse mercado são inegáveis. A segurança continua sendo uma preocupação primordial e cada falha serve como um lembrete dos riscos envolvidos.

Além disso, a regulamentação do espaço, o gerenciamento do tráfego e do lixo espaciais e a sustentabilidade das operações são questões que precisam ser abordadas.

É inegável a exploração do espaço, antes algo apenas das agências do Governo, agora se transforma. O aumento da participação do setor privado revolucionou isso. Convém prestar atenção aos próximos passos dessa jornada cósmica.

 

Fonte: Veja

Imagens: Pexels, Pexels

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