Nosso planeta já tem seu longo período de existência e já passou por várias mudanças. Uma delas, que os pesquisadores consideram uma das mais drásticas, é a climática. O aquecimento global vem afetando o mundo de várias maneiras e talvez caminhe para um ponto onde se torne cada vez mais difícil a nossa existência. Justamente por isso que várias ideias já foram dadas para combater o aquecimento global.
Essas ideias são extremamente grandiosas e alarmantes. Esse ramo tem um nome: a geoengenharia. Ela se trata das intervenções na escala do mundo todo usando tecnologia e está sendo bastante fértil, mas com controvérsias. Listamos aqui algumas dessas ideias que podem até parecer boas, mas na realidade não são.
Ideias para combater o aquecimento global
Globo rural
Guarda-sóis espaciais: escurecendo a Terra
Uma das primeiras ideias para combater o aquecimento global era colocar uma espécie de guarda-sol entre o sol e a Terra para que a radiação solar que atinge nosso planeta fosse diminuída.
Em teoria, essa é uma ideia simples e respeita princípios físicos conhecidos. Além disso, implantar uma estrutura reflexiva grande já foi feito com sucesso no projeto russo Znamia, mas que tinha uma outra finalidade.
O problema dessa ideia é por conta da industrialização. Visto que para que os guarda-sóis espaciais consigam ter um impacto significativo eles precisariam de uma área gigantesca. Logo, isso faria com que os custos e recursos necessários fossem desproporcionais.
Dióxido de enxofre: solução eficaz no papel
A segunda ideia é dispersar dióxido de enxofre na atmosfera superior. O princípio físico disso é válido, mas pode, na realidade, fazer com que haja um resfriamento global. Isso aconteceria porque os aerossóis de enxofre dispersam a luz solar e agem como núcleos de condensação de nuvens, o que faz com que elas sejam mais frequentes e duradouras. Justamente por isso que, em 1991, quando o vulcão Pinatubo entrou em erupção nas Filipinas, aconteceu um resfriamento mundial.
O protótipo para combater o aquecimento global é viável e quase fácil demais. Tanto que a start-up norte-americana Make Sunsets testou o lançamento de partículas de enxofre para a estratosfera a partir de solo mexicano. Tendo como base essa demonstração, a empresa está oferecendo a empresas maiores que emitem carbono por compensação das suas emissões mediante um pagamento.
O problema dessa técnica a longo prazo é por conta do seu efeito rebote. Outro ponto é que compensar as emissões de CO2 com SO2 não faz com que o primeiro seja impedido. Então, tratando os sintomas e não a causa, isso faz com que seja sempre necessário o lançamento de SO2 para a estratosfera.
E o impacto disso em larga escala nos climas regionais é extremamente difícil de ser previsto exatamente como o aquecimento global. Além disso, o dióxido de enxofre causa chuva ácida que destrói florestas e não é bom para respirar, sendo que a qualidade do ar depende, entre outras coisas, do seu conteúdo de partículas de SO2.
Existe conclusão?
Olhar digital
Essas falsas boas ideias para combater o aquecimento global não se aplica somente às tecnologias de modificação de radiação solar, mas a todas tecnologias. Alguns outros exemplos são: refletir os raios solares, provocar chuva semeando partículas nas nuvens, capturar ou armazenar carbono, modificar geneticamente as plantas ou colocar cobertores refletivos nas geleiras.
Isso mostra que o tecnossolucionismo, que é a crença de que a tecnologia irá salvar a humanidade dos estragos criados pela própria tecnologia, tem o potencial de colocar todo mundo em risco. Por conta disso, ele deve ser substituído por uma análise de forma racional que resulte na proibição de ideias onde as pessoas bancam aprendizes de feiticeiros. É necessário que o ilusório crescimento verde seja substituído por um caminho compatível com as restrições físicas.
Fonte: UOL
Imagens: Globo rural, Olhar digital
