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A assustadora favela vertical de Hong Kong

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Não é bem uma surpresa que uma das maiores favelas do mundo fique na China. Afinal, o país é o que tem mais habitantes em todo o mundo. A favela de Kowloon se tornou um marco estrutural e arquitetônico devido as suas peculiaridades. Para se ter uma ideia, a luz não chegava ao chão devido aos imensos prédios que cercavam a cidade murada. Eram muitas pessoas, se acomodando em pouco espaço. Tanto que se contabilizavam duas pessoas por metro quadrado. A Cidade Murada de Kowloon reuniu a maior densidade populacional jamais vista pelo homem.

O lugar, que serviu como abrigo para milhares de pessoas, era visto como um lugar caótico e que manchava a paisagem de Hong Kong. Quando foi demolida, em abril de 1994, o governo chinês ficou aliviado, já que era o fim da sua vergonha diante do mundo. Mas para os seus moradores, o adeus à comunidade, que prosperou sozinha sem nenhuma ajuda governamental, foi triste. Aquela favela foi o lar de muitas pessoas por quase 40 anos, um lugar de muitas histórias e experiências. Conheça um pouco da maior favela vertical do mundo.

A favela

No final da década de 1980, a Cidade das Sombras, como também era conhecida, estava no seu auge. Construções gigantescas, que chegavam aos 40 metros de altura, lotavam a favela. Em seus pouco mais do que 27 mil metros quadrados, aproximadamente dois campos de futebol, o lugar abrigava cerca de 50 mil pessoas. Ou seja, isso equivale a quase duas pessoas por metro quadrado. Isso nos dá uma dimensão de como era a situação em uma favela superpovoada.

“Os residentes da favela tiveram sucesso ao criar o que arquitetos modernos, com todos os seus recursos e expertises, não conseguiram: uma megaestrutura orgânica, que respondia às constantes mudanças de seus usuários”, afirma o jornalista Peter Popham, no livro Cidade das Sombras: Vida na Cidade Murada de Kowloon.

Enquanto a maioria das grandes favelas do mundo emerge em cortiços, regiões descampadas e desamparadas, a favela de Kowloon se ergueu sob as ruínas de um antigo forte amuralhado. O antigo posto militar foi transformado em uma muralha de grandes prédios.

Por se tratar de uma terra sem lei, a Cidade das Sombras se tornou um prato cheio para facções criminosas. Essas promoviam diversos negócios ilícitos em seu território. Tais como o narcotráfico, redes de prostituição e casa de jogos de azar. Mas esses criminosos também promoviam o bem-estar da população, financiando inclusive sistemas para abastecer a cidade com água encanada e energia elétrica.

A população

Apesar da rede criminosa, instaurada na favela, e dos estereótipos acerca dos moradores, a maioria das pessoas que vivem ali eram honestas e trabalhadoras. Aqueles que não faziam parte da criminalidade, viviam pacificamente com a vizinhança. “Não existiam assaltos. Apesar de os criminosos usarem a cidade para se esconderem, todos se conheciam, então ninguém nunca tentava se machucar. Era um pouco como a vida nos vilarejos da China antigamente”, conta Chan Pui Yin, que morou na cidade por mais de 40 anos.

Apesar de carregar o estigma de ser uma favela, Kowloon era uma cidade como qualquer outra. Havia diversas fábricas, lojas e comércios familiares que prosperavam ali. Sem contar escolas, ONGs, e até um corpo de bombeiros voluntário. “Mas ainda assim, histórias sensacionalistas da cidade foram contadas durante muito tempo”, conta Seth Harter, professor de estudos asiáticos.

No geral, a Cidade das Sombras era um lugar onde os chineses podiam viver em paz, sem pagar impostos ou serem perseguidos por fiscais. Um lugar onde todos podiam negociar, prosperar e viver bem.

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