Quando se fala em extinção em massa, logo nos vem à cabeça uma situação caótica e apocalíptica. Contudo, ela pode acontecer de maneira gradual e quase imperceptível. É justamente isso que a atividade humana está fazendo e já fez com várias espécies de plantas e animais. Tanto que, pesquisadores viram que a atividade humana teve um papel na extinção do rinoceronte-lanudo.
De acordo com os pesquisadores, a caça acabou impedindo que o rinoceronte-lanudo acessasse os habitas que eram favoráveis conforme o planeta ia aquecendo depois da última Idade do Gelo. Eles conseguiram fazer essa descoberta através de uma modelagem computacional.
Segundo o estudo, a distribuição do rinoceronte-lanudo para o sul diminui por conta das temperaturas frias e da caça contínua há 30 mil anos. Conforme Damien Fordham, professor associado do Instituto Ambiental da Universidade de Adelaide, a caça impediu que esse animal fosse para outros habitats no norte da Eurásia, o que acabou fazendo com que ele sofresse uma desestabilização e depois uma extinção.
Extinção rinoceronte-lanudo
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Ameaça
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Por mais que os animais e as plantas sejam muito diferentes entre si, o risco de extinção é uma coisa em comum de todos eles, tanto é que um novo estudo feito pelo ecologista conservacionista Haydee Hernandez-Yanez e dois colegas do Alexander Center for Applied Population Biology, no Lincoln Park Zoo, em Chicago, conseguiu identificar traços comuns entre plantas, pássaros e mamíferos com risco de extinção.
“Certas combinações de traços de história de vida e taxas demográficas podem tornar uma população mais propensa à extinção do que outras”, explicou Hernandez-Yanez.
No estudo, Hernandez-Yanez e sua equipe reuniram dados a respeito das taxas de crescimento, expectativa de vida e reprodução de 159 espécies de plantas herbáceas, árvores, mamíferos e pássaros, além de também terem verificado o status de ameaça mais atual na Lista Vermelha da IUCN, que é o principal e maior registro de espécies ameaçadas.
“Apesar de nossa amostra relativamente pequena de espécies, descobrimos que espécies com certos padrões demográficos correm mais risco de extinção do que outras, e que os preditores importantes diferem entre os grupos taxonômicos”, escreveram os pesquisadores.
“Por exemplo, os mamíferos que têm tempos de geração mais longos correm maior risco de extinção. Talvez porque quanto mais tempo as espécies levam para amadurecer e se reproduzir, mais difícil é para elas se adaptarem às rápidas mudanças ambientais. E especialmente se os animais se reproduzem apenas uma vez em sua vida. Enquanto isso, pássaros que se reproduzem com frequência e crescem rápido, de filhotes a adultos maduros, são mais vulneráveis à extinção, o que foi um tanto inesperado. Porque você pode pensar que produzir muitos filhotes aumenta as chances de sobrevivência de uma espécie”, explicaram os pesquisadores.
Na semelhança entre as espécies de plantas, as herbáceas perenes de caule macio, que são do tipo que morrem antes do inverno e florescem na primavera e no verão, têm mais probabilidade de perecer se amadurecerem cedo e tiverem altas taxas de sobrevivência como mudas juvenis. Mas não se observou padrões para as árvores lenhosas ameaçadas de extinção.