Curiosidades

Bateria funciona há mais de 180 anos com a mesma carga

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Geralmente, quando falamos em bateria logo nos lembramos dos dispositivos eletrônicos que usamos no dia a dia, como celulares e notebooks. Contudo, outros dispositivos também usam bateria, como aqueles que são usados na medicina ou os que são feitos como experimentos.

Um exemplo disso é a Campainha de Oxford Electric Bell, também conhecida como Pilha-de-Volta de Clarendon, que foi criada em 1840 em um experimento feito pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. Atualmente, o toque desse sino quase não dá para ser ouvido, mas o dispositivo ainda impressiona porque a sua bateria já funciona há 184 anos.

Depois que a campainha experimental foi criada, Robert Walker, professor de física da Universidade de Oxford, a comprou e desde então ela está em exposição envolta em um vidro no Laboratório Clarendon da universidade.

Bateria

Olhar digital

E claro que sabendo que ela funciona há tanto tempo as pessoas ficam curiosas para saber como isso é possível. Uma parte da explicação para essa campainha continuar a funcionar é por conta do dispositivo não precisar e nem gastar muita energia.

“À medida que ele se move para frente e para trás, o que acontece é que o pequeno sino de chumbo toca os dois sinos de cada lado, e carrega e descarrega continuamente. Uma pequena quantidade de carga escorre entre as duas extremidades e a única perda, basicamente, é a resistência do ar”, explicou Robert Taylor.

Além disso, a composição da bateria também pode ser um fator contribuinte. Contudo, o grande mistério é que ninguém sabe como ela é feita. É visto que ela tem um revestimento externo parecido com enxofre e é parecida com a pilha criada pelo padre e físico italiano Giuseppe Zamboni, que foi criada com discos de folha de prata, papel e zinco.

Por mais que seja impressionante o tempo de funcionamento dessa bateria, ela está perto do seu fim. “Vai continuar, possivelmente, por mais cinco ou dez anos, dado o fato de que desacelerou visivelmente nos últimos 40 anos. Vai ficar sem energia, todas as baterias eventualmente ficam sem energia”, concluiu Taylor.

Inovações

Eurekalert

Como dito, várias coisas usam bateria. E no caso de dispositivos que estão dentro de alguém não é uma coisa tão simples. Felizmente a medicina e a tecnologia estão sempre avançando e um novo avanço é essa bateria recarregável que pode ser a solução do problema visto na saúde. Isso porque ela é feita de elementos comestíveis e pode ser dissolvida de forma segura no estômago depois que ela tiver cumprido o seu papel.

Um estudo descreveu o protótipo desse dispositivo. Ele irá operar com 0,65 volts e conseguirá dar uma corrente de 48 microamperes durante 12 minutos. Esse é o tempo necessário para que os pequenos eletrônicos dentro do corpo recebam energia.

“Os usos potenciais futuros variam de circuitos comestíveis e sensores que podem monitorar as condições de saúde até a alimentação de sensores para monitorar as condições de armazenamento de alimentos. Além disso, dado o nível de segurança dessas baterias, elas podem ser usadas em brinquedos infantis, onde há alto risco de ingestão”, disse Mario Caironi, autor sênior e pesquisador de eletrônica molecular do Instituto Italiano de Tecnologia.

Essa bateria foi construída a partir de uma lista de ingredientes bem variada e é a primeira bateria recarregável funcional que pode ser engolida. Dentre os seus componentes estão: a vitamina riboflaviana para sua extremidade “negativa”, e o suplemento quercetina no lado “positivo”. Quem gera a carga elétrica, fazendo as vezes do eletrólito, é uma solução à base de água. E para evitar curtos-circuitos eles usaram nori, que é uma alga muito usada na culinária.

Outro ingrediente dessa bateria é o carvão ativado que, nesse caso, aumenta a condutividade elétrica. E os contatos externos, que servem para transferir a eletricidade para outro dispositivo, são feitos de cera de abelha.

Claro que o gosto pode não ser dos melhores, mas o potencial desse dispositivo é enorme. Até porque essa bateria consegue manter sua carga por dezenas de ciclos, mas ela precisa estar fora do corpo para ser recarregada. Até o momento, o protótipo mede um centímetro quadrado. No entanto, os pesquisadores já disseram que estão estudando formas de fazê-lo ficar menor.

“Na verdade, já estamos desenvolvendo aparelhos com maior capacidade e reduzindo o tamanho total. Esses desenvolvimentos serão testados no futuro também para alimentar robôs macios comestíveis”, disse Caironi.

Para quem ainda não entendeu como essa bateria pode ajudar na medicina, ela pode ter várias possibilidade. Como na varredura feita por alguma câmera ou dispositivo dentro do corpo, o que não é uma das coisas mais confortáveis. É justamente nesse ponto que essa bateria pode ajudar.

Outro possível uso para ela é no monitoramento da qualidade dos alimentos. Até porque ela pode ser usada para fazer a verificação dos alimentos e observar se eles estão nos padrões exigidos quando estão no intestino de alguém.

Claro que isso ainda são possibilidades para o futuro. Mesmo assim, os pesquisadores que criaram essa bateria esperam que sua criação traga desenvolvimento para a área como, por exemplo, a criação de baterias maiores que possam ser usadas para armazenar energia e também em carros elétricos.

“Embora nossas baterias comestíveis não forneçam energia para carros elétricos, elas são a prova de que as baterias podem ser feitas de materiais mais seguros do que as atuais baterias de íons de lítio. Acreditamos que eles inspirarão outros cientistas a construir baterias mais seguras para um futuro verdadeiramente sustentável”, concluiu Ivan Ilic, um dos coautores e cientistas de armazenamento de energia sustentável do Instituto Italiano de Tecnologia.

Fonte: Olhar digital, Science alert

Imagens: Olhar digital, Eurekalert

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