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Brasileiro descobre manuscrito inédito sobre a vida de Jesus

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O cristianismo é uma religião abraâmica monoteísta. Ela se centra na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, como se apresenta no Novo Testamento. A fé cristã acredita essencialmente em Jesus como o Cristo, filho de Deus, e segue os seus ensinamentos.

Mesmo quem não segue o cristianismo sabe da história de Jesus e da sua morte na cruz. No entanto, pouco se fala sobre a infância de Jesus. Mas agora os pesquisadores descobriram a cópia mais antiga com registro da história de Jesus fazendo um milagre ainda na sua infância. Ela estava em um manuscrito de papiro, datado de aproximadamente dois mil anos.

Essa descoberta da vida de Jesus contou a participação de um brasileiro, e ele deu uma entrevista contando como foi participar desse feito.

Brasileiro na descoberta

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O brasileiro no caso é Gabriel Nocchi Macedo, natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ele se mudou para a Bélgica 20 anos atrás e estudou letras clássicas com especialização em papirologia, a ciência que examina papiros antigos.

Na entrevista que ele deu para o G1, Macedo contou que dá aula a respeito desse tema. “A principal atividade é consultar papiros em diversas coleções e museus”, disse. Justamente assim que ele e Lajos Berkes, pesquisador do Instituto para o Cristianismo e a Antiguidade da Humboldt-Universität zu Berlin (HU), descobriram esse material a respeito da vida de Jesus.

“Por sorte, estávamos examinando fotos dos papiros da Universidade de Hamburgo, que foram digitalizados, e encontramos um papiro, lemos o texto (escrito em grego antigo) e identificamos como uma passagem sobre a vida de Jesus”, contou.

O que destacou esse trabalho feito por eles foi se atentar a um documento que, aparentemente, era insignificante.  “É um papiro pequeno, não é bonito e está mutilado. Registros assim podem fornecer muita informação e enriquecer nosso conhecimento do passado. Todas as fontes, mesmo que ‘menores’ e ‘feias’, podem ser importantes”, pontuou Macedo.

Na visão dele, esse texto não teve a atenção necessária porque se parecia com um registro do dia-a-dia, sem nenhuma relevância histórica. Mas Macedo e Berkes fizeram a descoberta porque notaram a palavra “Jesus” no texto. E comparando ele com vários outros papiros, eles conseguiram decifrar as letras e concluíram que ele não podia ser somente um documento do cotidiano.

Então, através de análises e comparando palavras como “cortar” e “galho”, que aparecem no texto, eles foram capazes de relacioná-lo com uma história conhecida como “vivificação dos pardais”.

A história contada no fragmento de papiro é sobre o segundo milagre de Jesus, quando ele estava brincando em um riacho fazendo pardais de barro. Ele foi repreendido por seu pai, José, porque estava fazendo isso no sábado, que era dia de resguardo. Então, Jesus teria batido palmas e dado vida aos pássaros de lama.

A importância da descoberta está justamente em corroborar com a ideia de que no começo do cristianismo os textos eram escritos em grego. “O grego era a língua da cultura. Esse evangelho da infância é conhecido em 9 línguas antigas, mas o original era grego, e este papiro é o documento mais antigo que registra esse texto, provando isso”, afirmou Macedo.

Outro ponto dito por ele é que como a página não era parte de um livro e que a caligraifa não é das melhores, o documento pode ter sido escrito por um estudante e não por um copista profissional.

Descoberta

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De acordo com o que os pesquisadores acreditam, o manuscrito deve ter sido escrito entre os séculos IV e V no Egito e fazia parte de um exercício escolar ou uma comunidade religiosa.

No papiro de cinco por 10 centímetros é contada a famosa história do Evangelho da Infância de Tomé. Ele fala da “vivificação dos pardais”, que é conhecida também como o “segundo milagre”. Ele foi feito quando Jesus tinha cinco anos e teria transformado os pombos de barro em pássaros vivos.

“Acreditávamos que era um documento do dia-a-dia, como uma carta ou uma lista de compras, porque a escrita parecia tão desajeitada”, afirmou o dr. Lajos Berkes, pesquisador da faculdade de teologia da universidade alemã.

Contudo, a equipe acabou percebendo um detalhe que mudou completamente essa ideia. “Nós reparamos a palavra ‘Jesus’ no texto. Então, comparando com vários outros papiros digitalizados, o deciframos letra por letra e concluímos que não se tratava de um documento qualquer”, disse.

Esse  Evangelho da Infância de Tomé faz a descrição da vida de Jesus dos cinco aos 12 anos. Ele foi escrito no século II para preencher as lacunas existentes dessa época da vida do Messias. Contudo, ele acabou sendo omitido na bíblia por ser tido como inautêntica.

Fonte: Olhar digital, O Dia

Imagens: Olhar digital

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