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China está cavando poço de 10 mil metros de profundidade – e tem um bom motivo para isso

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A exploração da Terra pelos humanos parece já ter sido feita em todos os lugares possíveis do planeta. No entanto, parece que sempre surgem ideias novas de como continuar a explorar o planeta que é a nossa casa. Um exemplo disso é essa plataforma de 12 mil toneladas que irá perfurar um poço de 10 mil metros de profundidade na crosta terrestre.

Quem está por trás dessa iniciativa é a China e o objetivo do poço é explorar as reservas geológicas de gás natural. Esse será o buraco mais profundo já perfurado na China e ficará localizado na Bacia do Tarim, na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, rica em petróleo.

Por mais que esse poço seja muito estreito, ele irá penetrar em mais de 10 estratos continentais e irá atingir o sistema Cretáceo na crosta terrestre, onde são vistas rochas de mais de 145 milhões de anos.

Embora esse tamanho possa ser bem impressionante, esse buraco não será detentor do recorde. Isso porque o buraco mais profundo da Terra feito pelos humanos é o poço russo Kola Superdeep. A União Soviética começou essa escavação em 1970 e depois de 20 anos de perfuração ele chegou a uma profundidade de 12.262 metros.

Poço chinês

IGN

Para fazer seu poço, a China está usando equipamentos extremamente pesados, para se ter uma ideia, eles têm nada menos do que duas mil toneladas. Isso se faz necessário porque, de acordo com os especialistas, escavar todas as camadas de rocha é uma coisa bem complicada.

O motivo dessa perfuração ser tão complicada é justamente o local que foi escolhido para fazê-la. Ele está sendo feito na Bacia do Tarim, uma vasta depressão de terra drenada pelo rio Tarim onde o clima é extremamente seco.

No meio dessa bacia está o deserto de Taklamakan, que é o maior do país. “A dificuldade do projeto pode ser comparada à condução de um grande caminhão sobre dois finos cabos de aço”, explicou Sun Jinsheng, cientista da Academia Chinesa de Engenharia.

A perfuração desse poço já começou e é um marco na exploração da Terra. Até porque ela dá uma oportunidade única para que sejam estudadas as profundezas da superfície do nosso planeta.

Um ponto importante a ser ressaltado é que a China explora o interior do nosso planeta há vários anos. E com esse poço super profundo, o país quer descobrir recursos minerais e energéticos que possam ser usados para que a economia do país prospere.

Além disso, a China também tem o objetivo de estudar a composição inexplorada do nosso planeta para entender os riscos de desastres ambientais, como por exemplo, terremotos e erupções vulcânicas.

Mais possibilidades

Science alert

Existe outra possibilidade para a escavação desse poço na China. Desde 2020 uma empresa de energia chamada Quaise chamou atenção com seu plano de furar o buraco mais fundo na crosta terrestre já feito.

O objetivo da empresa é cavar esse poço e chegar o mais perto do centro da Terra. Ela fará isso através da combinação de métodos convencionais de perfuração com uma lanterna de potência de megawatts. Essa tecnologia pode um dia fazer com que a energia de fusão nuclear seja possível.

O buraco tem o objetivo de fornecer energia geotérmica, que ficou mais esquecida do que as outras formas. Até porque, embora seja uma escolha boa de energia limpa, ininterrupta e ilimitada, existem poucos lugares onde as rochas quentes são adequadas para se fazer essa extração. Contudo, a empresa Quaise quer mudar essa realidade fazendo uma tecnologia que irá dar a possibilidade de se fazer buracos na crosta terrestre até grandes profundidades.

Para conseguir cavar um buraco ainda mais profundo que o russo é preciso encontrar formas de triturar o material espremido por dezenas de quilômetros de rocha suspensa e depois transportá-lo de volta à superfície. Além disso, as ferramentas que serão usadas nessa escavação também precisam ser capazes de moer as rochas a uma temperatura maior que 180° Celsius. Uma alternativa para isso é perfurar menos e queimar mais.

A solução pensada pela Quaise veio de uma pesquisa de fusão nuclear no MIT Plasma Science and Fusion Center. A empresa pensou em usar ondas milimétricas de radiação eletromagnética que forçam os átomos a derreterem juntos. Assim, os dispositivos chamados girotrons podem produzir, de maneira eficiente, feixes contínuos de radiação eletromagnética agitando elétrons em alta velocidade dentro de campos magnéticos poderosos.

A empresa espera que conectando um girotron de energia de megawatt às mais recentes ferramentas de corte, um buraco possa ser aberto através da rocha mais dura e quente. Esse caminho atingiria aproximadamente 20 quilômetros em questão de meses.

Já nessa profundidade, o calor da rocha circundante pode atingir temperaturas de aproximadamente 500° Celsius. Essa temperatura já é suficiente para que a água líquida seja bombeada em um estado supercrítico semelhante ao vapor, perfeito para gerar eletricidade.

Fonte: IGN, Science Alert

Imagens: IGN, Science Alert

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