Natureza

Cientistas buscam par para ‘planta mais solitária do mundo’

0

A planta mais solitária do mundo está entre as mais ameaçadas do mundo, e o motivo é curioso: só existem exemplares machos da espécie.

No entanto, com a ajuda da inteligência artificial (IA), os cientistas começaram a procurar parceiras.

Um projeto de investigação liderado pela Universidade de Southampton, no Reino Unido, está investigando milhares de hectares de floresta na África do Sul, o único local onde alguma vez foi encontrado Enc truertos woodii (E. woodii).

Na verdade, Encephalartos woodii está quase completamente extinta. Apenas cópias masculinas do único espécime selvagem conhecido estão sob preservação, porque a reprodução natural é impossível.

Essa espécie existia antes do surgimento dos dinossauros na Terra, mas hoje está ameaçada de extinção. Por isso, é considerada uma das espécies mais em risco do mundo.

Via Wikimedia

Laura Ciniti, pesquisadora da Universidade de Southampton, lidera um projeto que usa drones e inteligência artificial para detectar bactérias E. Woodii femininas.

Ele disse que a história de E. woodii realmente a inspirou, parecendo uma daquelas ‘histórias clássicas sobre amor proibido’, disse ela.

Por isso, espera que exista uma fêmea em algum lugar. Afinal, certamente existiu uma em algum momento. Segundo a especialista, seria ‘ótimo trazer de volta esta planta’ quase extinta por meio da reprodução natural.

Outro exemplar da planta mais solitária do mundo

O único exemplar conhecido desta espécie é de 1895, na floresta de Ongoye, perto da costa leste da África do Sul.

Era um macho e nenhum outro exemplar foi encontrado. Assim, todos os exemplares de E. woodii que existem hoje são clones, assim como os machos, deste único exemplar silvestre conhecido.

Atualmente, drones tiram fotos aéreas da floresta, que depois são analisadas por meio de ferramentas de inteligência artificial na busca pela árvore. No entanto, representam menos de 2% de um total de cerca de 4.100 hectares de floresta.

A equipe usa algoritmos de reconhecimento de imagem para identificar as plantas pelo formato, explica Cinti. Eles criaram imagens de plantas e as colocaram em diferentes situações ambientais para ensinar o modelo a reconhecê-las.

Por outro lado, esta floresta ainda não foi totalmente explorada para determinar se existem árvores femininas que poderiam ajudar a planta mais solitária do mundo.

Especialistas do Royal Botanic Gardens de Kew, o jardim botânico de Londres, ainda cultivam e propagam essas espécies. Os visitantes podem conhecer a fábrica lá.

Como ocorre a reprodução?

Via Flickr

As árvores têm diversos métodos de reprodução, que podem ser sexuada ou assexuada.

Na reprodução sexuada, ocorre a união de células sexuais (gametas) masculinas e femininas, resultando em sementes que darão origem a novas plantas.

Inicialmente, existe a polinização, o primeiro passo da reprodução sexuada e envolve a transferência do pólen (que contém os gametas masculinos) das anteras (parte do órgão masculino da flor) para o estigma (parte do órgão feminino da flor).

Essa transferência pode acontecer por meio de agentes polinizadores, como insetos (abelhas, borboletas), vento, água ou outros animais.

No caso da planta mais solitária do mundo, a existência de apenas machos impede esse processo, sem formar a fusão dos gametas que gera uma nova planta.

Em laboratório, os cientistas conseguem chegar a algumas dessas fases, por exemplo, desenvolvendo um embrião dentro da semente de forma artificial.

Contudo, é preciso ter os gametas femininos, e eles buscam encontrar a fêmea em algum lugar do mundo.

Além disso, existe a reprodução assexuada também, onde uma nova planta se desenvolve a partir de uma parte da planta mãe, sem a necessidade de fusão de gametas.

Geralmente, a plantação dos caules ou dos ramos da mãe gera o nascimento sem fusão. Por outro lado, a E. woodii já está grande, e, sendo macho, não pode gerar outras sementes para dar essa continuidade.

Assim, a expectativa é realmente ter brotos sexuados com uma possível fêmea na floresta. Enquanto isso, os clones assexuados mantém a espécie viva mais algum tempo, em busca de uma parceira planta.

 

Fonte: Terra

Imagens: Wikimedia, Flickr

Planta brasileira possui canabidiol e será testada como remédio

Artigo anterior

Nova espécie de primata grande é descoberta na Alemanha

Próximo artigo