Aranhas, normalmente, não são um dos animais mais queridos das pessoas. Existem aqueles que são tão traumatizados com o animal que a palavra medo é bastante simplória para descrever o que sentem.
Elas são animais que vivem em diversos lugares, como em matas, pântanos, desertos e buracos no solo. Além disso, elas estão presentes na Terra há tempos. Uma prova disso é essa descoberta paleontológica incrível na região de Mazon Creek, em Illinois, nos Estados Unidos. Foi descoberto o fóssil da aranha Douglassarachne acanthopoda, datada de 308 milhões de anos atrás.
De acordo com a Galileu, essa descoberta trouxe novos insights a respeito da vida das aranhas no Carbonífero e sobre a sua evolução com o passar das eras geológicas.
Importância
A descoberta desse fóssil foi feita no meio de formações rochosas da região, mostrando detalhes extremamente interessantes a respeito da sua estrutura única e do seu papel no ecossistema antigo do período Carbonífero.
A aranha tinha pernas espinhosas e robustas e coexistiu com vários outros aracnídeos, incluindo opiliões, escorpiões e outras formas primitivas. E o que faz com que seu fóssil seja importante é bem mais do que a sua morfologia. Através dele, os pesquisadores têm uma janela para o passado, o que faz com que eles entendam melhor a diversidade e evolução não somente das aranhas, mas também de outros aracnídeos durante centenas de milhões de anos.
Outro ponto importante levantado por especialistas é que essa descoberta também mostra a riqueza dos ambientes antigos e sua relevância para o estudo da vida pré-histórica.
Aranha
Assim como esse fóssil, várias outras descobertas são feitas. Como por exemplo essa, feita pelos cientistas da Universidade Murdoch, na Austrália, e da Universidade Federal do Rio de Janeiro que trabalharam juntos para descrever uma nova espécie de aranha australiana.
Além disso, eles resolveram dar o nome um tanto quanto incomum para essa aranha. A nova espécie foi chamada de “Venomius tomhardyi” em homenagem a Tom Hardy, o ator que interpreta Eddie Brock e seu alter ego, Venom, nos filmes da Marvel.
Essa aranha faz parte do gênero Venomius, que é monoespecífico, isso quer dizer que ele tem somente uma espécie: justamente a Venomius tomhardyi. Essa espécie tecedora de teias foi encontrada em uma expedição à Tasmânia e a outros lugares da Austrália.
O nome da aranha veio por conta das suas manchas pretas no abdômen, que se parece com a cabeça do Venom nos filmes. Além disso, o comportamento dessa aranha também intrigou os cientistas, já que ela faz buracos forrados de seda nos galhos das árvores para ir se abrigar. É justamente esse comportamento que faz com que o gênero Venomius seja diferente dos outros.
De acordo com Pedro Castanheira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, essa descoberta é parte de um esforço de longo prazo para conseguir documentar a diversidade de aranhas na Austrália.
Além disso, a descoberta também é bastante importante para os planos de conservação da biodiversidade para o estudo da taxonomia e da biossistemática na Austrália e na Nova Zelândia.
De acordo com Giulia Rossi, a autora líder do estudo, é importante que se continue a descobrir e descrever novas espécies de aranhas para que se avalie a biodiversidade desses predadores na Austrália.
Esse estudo feito mostrou a diversidade incrível da vida selvagem que ainda não foi totalmente explorada e entendida, além de também mostrar que é possível combinar a ficção científica com a realidade.