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Cientistas dizem ter encontrado origem do campo magnético do Sol

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Várias já foram as expedições e os estudos para tentar entender o sol e como ele funciona. E esse estudo da nossa estrela ainda é feito. Justamente por isso que sempre existem novas descobertas. Como por exemplo, a respeito do seu campo magnético.

Para quem não sabe, o sol tem um campo magnético poderoso que cria manchas solares em sua superfície e resulta em tempestades solares, como as que aconteceram recentemente e proporcionaram auroras boreais na Terra.

Contudo, como esse campo magnético é gerado dentro do sol é uma questão que intriga os astrônomos durante séculos, desde o tempo de Galileu Galilei, que fez as primeiras observações de manchas solares no começo dos anos 1600 e viu que elas mudavam com o passar do tempo.

Estudo

Space today

Agora, na última quarta-feira, pesquisadores apresentaram uma nova teoria. De acordo com esse estudo interdisciplinar, ao contrário dos trabalhos anteriores que falavam que o campo magnético do sol tem origem no interior da estrela, a nova suspeita é que a origem esteja bem mais perto da superfície.

O modelo criado pelos pesquisadores pode ajudar os cientistas a entender melhor o ciclo solar de 11 anos e melhorar sua previsão do tempo espacial.

“Este trabalho propõe uma nova hipótese sobre como o campo magnético do Sol é gerado, que se ajusta melhor às observações solares e, esperamos, poderia ser usada para fazer previsões mais precisas da atividade solar,” disse Daniel Lecoanet, professor assistente de ciências de engenharia e matemática aplicada na McCormick School of Engineering da Northwestern University e membro do Center for Interdisciplinary Exploration and Research in Astrophysics.

“Queremos prever se o próximo ciclo solar será particularmente forte ou talvez mais fraco do que o normal. Os modelos anteriores (assumindo que o campo magnético solar é gerado no interior do Sol) não foram capazes de fazer previsões precisas ou (determinar) se o próximo ciclo solar será forte ou fraco,” continuou.

No caso das manchas solares, elas ajudam os cientistas a fazerem o rastreamento da atividade solar. Até porque elas são o ponto de origem para as erupções e eventos de ejeção que liberam luz, material solar e energia no espaço. Recentemente, a tempestade solar vista foi uma evidência que o sol está chegando perto do seu máximo solar.

“Porque achamos que o número de manchas solares acompanha a força do campo magnético dentro do Sol, pensamos que o ciclo de 11 anos de manchas solares está refletindo um ciclo na força do campo magnético interno do Sol,” disse Lecoanet.

Campo magnético do sol

Exame

No caso do campo magnético do sol, é difícil ver suas linhas que se curvam através da atmosfera solar formando uma teia de estruturas magnéticas complicadas e bem mais complexas do que o campo magnético do nosso planeta. Então, para compreender como ele funciona, os cientistas usaram modelos matemáticos.

O modelo criado por Lecoanet e seus colegas tem o fenômeno chamado oscilação torcional, que são  fluxos magneticamente impulsionados de gás e plasma dentro e em volta do sol que ajudam na formação de manchas solares.

Em determinados locais, a rotação desse recursos acelera ou desacelera, enquanto em outros permanece constante. Da mesma forma que o ciclo magnético solar de 11 anos, essas oscilações torcionais também têm um ciclo de 11 anos.

“Observações solares nos deram uma boa ideia de como o material se move dentro do Sol. Para nossos cálculos em supercomputação, resolvemos equações para determinar como o campo magnético muda dentro do Sol devido aos movimentos observados. Ninguém tinha feito esse cálculo antes porque ninguém sabia como executar o cálculo de forma eficiente”, disse Lecoanet.

De acordo com os cálculos do grupo, os campos magnéticos podem ser gerados a aproximadamente 32.100 quilômetros abaixo da superfície do sol. Isso é bem mais perto da superfície da estrela do que o imaginado anteriormente.

“Nossa nova hipótese fornece uma explicação natural para as oscilações torcionais que estão faltando nos modelos anteriores,” concluiu Lecoanet.

Fonte: CNN

Imagens: Space today, Exame

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