Inovação

Cientistas exploram potencial energia do magma

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Com a busca por alternativas mais sustentáveis de abastecimento, os cientistas agora consideram até mesmo a energia do magma como opção menos prejudicial ao meio ambiente.

Tudo começou em 2009, quando cientistas islandeses embarcaram em uma missão para perfurar uma câmara de magma no núcleo da Terra.

Inicialmente visando uma meta de 4,5 km de profundidade, a expedição encontrou obstáculos inesperados a apenas 2 km de profundidade.

A erupção súbita do magma danificou o equipamento e liberou gases nocivos, destacando os desafios dessa empreitada exploratória. Apesar das adversidades, tentativas subsequentes foram realizadas em 2014.

Longe de ser um retrocesso, esses contratempos atuaram como um insight para uma abordagem ainda mais audaciosa. A descoberta de magma em uma profundidade mais rasa do que o antecipado ofereceu uma perspectiva promissora.

Além de servir como objeto de estudo, a proximidade do material encontrado nas profundezas da Terra à superfície sugere a viabilidade de sua utilização para a geração de energia geotérmica em uma escala até então inédita.

Via Freepik

Potencial da energia do magma

O Projeto Krafla Magma Testbed (KMT), patrocinado por um consórcio internacional de parceiros de renome, deseja se tornar o primeiro observatório de magma do mundo, representando um marco monumental na exploração científica das profundezas da Terra.

Além de seu propósito inicial de explorar os mistérios do magma, os objetivos do KMT ultrapassam a mera pesquisa científica.

Eles abrangem um espectro amplo que inclui o estudo detalhado da dinâmica vulcânica, o aprimoramento contínuo das técnicas de monitoramento e, sobretudo, a busca por soluções inovadoras na produção de energia.

Estrategicamente localizado próximo à Usina de Energia Krafla, o projeto promete não apenas desvendar os segredos do magma, mas também fornecer informações valiosas sobre a integração do calor proveniente das profundezas à infraestrutura energética já existente.

Este aspecto é crucial, pois poderá informar futuras estratégias de utilização de recursos geotérmicos de forma mais eficaz e sustentável.

No centro dessa empreitada ambiciosa está o potencial transformador do magma para a geração de energia geotérmica.

Ao elevar a temperatura da água a estados supercríticos — acima de 373°C sob pressão extrema — o magma desbloqueia uma fonte de energia densa e sustentável, que tem o potencial de revolucionar a matriz energética global.

Esta inovação oferece uma alternativa limpa e eficiente às fontes convencionais de energia, posicionando-se como um passo significativo em direção a um futuro mais sustentável e ecologicamente consciente.

O que é magma?

Via Freepik

Magma é uma substância extremamente quente e fluida, composta principalmente por rochas fundidas, gases dissolvidos e cristais minerais em suspensão.

Ele é encontrado nas profundezas da Terra, sob a superfície sólida, em regiões conhecidas como câmaras magmáticas.

O magma se forma através do processo de fusão parcial das rochas no manto terrestre. Isso ocorre devido às altas temperaturas e pressões encontradas nas profundezas da Terra.

Essa fusão parcial pode acontecer por diversos fatores, como o aumento da temperatura, a diminuição da pressão ou a introdução de substâncias voláteis.

Enquanto isso, quando o magma saiu para a superfície terrestre por meio das erupções vulcânicas, ele se torna lava.

As erupções vulcânicas são eventos naturais que ocorrem quando a pressão do magma subterrâneo se torna tão alta que ele é forçado a sair através de fissuras na crosta terrestre, resultando em uma erupção.

Energia geotérmica

As alternativas de energia geotérmica já são comuns em diversos setores, aproveitando o calor natural do interior da Terra para gerar eletricidade ou para aquecimento direto.

Casas residenciais, prédios e indústrias conseguem utilizar essa forma de abastecimento sem emitir muito carbono para a atmosfera.

No entanto, esse novo potencial de energia do magma pode ampliar ainda mais as possibilidades de uso. Com o material mais próximo da superfície, seria possível usá-lo antes que se torne lava, tendo ainda mais calor em seu núcleo.

Contudo, a pesquisa é apenas inicial, e exige aparelhos avançados para não comprometer a retirada do calor e transformá-lo em energia. Mesmo assim, é uma alternativa para reduzir a queima de combustíveis e aproveitar mais as ferramentas naturais que a Terra proporciona.

 

Fonte: Olhar Digital, UOL

Imagens: Freepik, Freepik

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