Por Uma teoria recente sugere que o que percebemos como o fluxo do tempo é, na verdade, uma ilusão gerada pelo emaranhamento quântico. Confuso, certo? Mas é simples de entender.
Além disso, a ideia de que o tempo é uma construção mental não é nova. Filósofos e cientistas vêm debatendo a natureza do tempo há séculos.
No entanto, essa nova teoria traz essa discussão para o campo da física quântica, propondo que o tempo emerge de relações quânticas e não é uma entidade fundamental do universo.
Desenvolvida por cientistas italianos, a teoria se baseia no conceito de emaranhamento quântico. Esse é um fenômeno em que partículas quânticas se tornam tão interligadas que o estado de uma influencia instantaneamente na forma da outra, independentemente da distância entre elas.
Este fenômeno desafia a noção clássica de localidade e sugere que as conexões quânticas transcendem o espaço e o tempo convencionais.
O estudo foi publicado no mês passado na revista Physical Review A. No artigo, os cientistas do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália argumentam que o emaranhamento quântico poderia ser a base para a percepção do tempo.
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Como funciona o fluxo do tempo?
O fluxo do tempo deveria ser uma dimensão contínua e independente. Contudo, nessa teoria, é mais como uma sequência de eventos que se relacionam, de onde surge o emaranhamento de partículas no nível quântico.
Isso sugere que o “tic-tac” do relógio é apenas uma representação conveniente de uma série de eventos entrelaçados.
Essa perspectiva tem implicações profundas para nossa compreensão do universo, pois se o tempo é uma ilusão, então conceitos como passado, presente e futuro são simplesmente convenções que usamos para descrever nossa experiência subjetiva.
Além disso, essa ideia pode explicar por que as equações da física quântica são simétricas no tempo, funcionando tanto para frente quanto para trás.
No entanto, essa teoria ainda está em seus estágios iniciais. Muitos físicos argumentam que, embora o emaranhamento quântico seja um fenômeno real e comprovado, não há evidências suficientes para sugerir que ele seja a origem de nossa percepção do tempo.
Teoria estudada há tempos
Embora a teoria de que o tempo é uma ilusão criada pelo emaranhamento quântico seja intrigante, é importante reconhecer que ainda não temos meios definitivos para comprová-la.
No entanto, essa concepção não é exclusiva da ciência contemporânea. Ao longo da história, várias obras e autores exploraram ideias semelhantes, lançando luz sobre a natureza complexa e elusiva do tempo.
Na literatura, encontramos reflexões sobre a relatividade do tempo em obras como “A Máquina do Tempo”, de H.G. Wells, onde o protagonista viaja para o futuro e testemunha diferentes concepções temporais.
Outro exemplo é “O Tempo Desconjuntado”, de Philip K. Dick, que desafia a linearidade do tempo ao explorar realidades paralelas e múltiplos fluxos temporais.
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Na filosofia, pensadores como Friedrich Nietzsche e Martin Heidegger questionaram a natureza do tempo, argumentando que nossa percepção temporal é moldada por nossas experiências e interpretações individuais.
Para Nietzsche, o “eterno retorno” sugere uma circularidade do tempo, enquanto Heidegger discute a ideia de que o tempo é inseparável da existência humana, influenciando nossa compreensão do ser.
Essas obras e pensadores oferecem perspectivas diversas sobre o fluxo do tempo, enriquecendo o debate sobre sua verdadeira natureza. Enquanto a ciência busca compreender o tempo através do prisma do emaranhamento quântico, é importante reconhecer que outras disciplinas e visões de mundo também contribuem para essa busca por entendimento.
A complexidade do tempo continua a desafiar nossas noções e instigar nossa imaginação, mantendo viva a fascinante exploração desse enigma universal.
Fonte: UOL
