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Cientistas viram golfinhos adotarem um órfão de outra espécie

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O golfinho é um animal marinho. Ele pode saltar até cinco metros acima da água, nadar a uma velocidade de até 40 km/h e mergulhar a grandes profundidades. Sua alimentação consiste basicamente de peixes e lulas. Pode viver de 25 a 30 anos e dá à luz a um filhote de cada vez. Além de serem extremamente inteligentes por natureza própria, ainda são muito sociáveis.

Os golfinhos-nariz-de-garrafa, por exemplo, quando são pais, são bastante atenciosos, atentos e flexíveis. Inclusive. porque a sobrevivência de seus filhotes depende disso. E, em alguns casos, todo esse cuidado também é dado para seus filhos adotivos. Foi visto por cientistas, pela primeira vez, uma mãe cuidando de um órfão de uma outra espécie, como se fosse legitimamente dela.

Os pesquisadores da Polinésia Francesa acompanharam esses golfinhos-nariz-de-garrafa, por mais de três anos. Em todo esse período, a mãe estava criando um golfinho-cabeça-de-melão, junto com o seu próprio recém-nascido biológico.

Até onde se sabe, esse é um caso único e sem precedentes nos golfinhos. E é o segundo exemplo de adoção entre gêneros documentado entre nos animais silvestres. O primeiro aconteceu em 2006, quando duas mães de macacos-prego levaram um filhote de sagui.

Golfinhos

No caso dos golfinhos, foi um pouco mais fácil por terem os dois pais presentes. Os golfinhos-nariz-de-garrafa dão à luz a um filhote de cada vez, e cuidam dele por até seis anos. A adoção de outro filhote é uma coisa extremamente incomum para a mãe, até porque não faz parte de sua genética.

“Uma fêmea que, além de seu próprio filhote, cuida de um bebê heteroespecífico [de uma espécie diferente], é algo muito surpreendente”, diz a pesquisadora Pamela Carzon, que trabalha no Groupe d’Etude des Mammifères Marins (GEMM).

O que pode acontecer, às vezes, é os golfinhos-nariz-de-garrafa sequestrarem um filhote de uma outra espécie. Mas esses outros animais são adotados por fêmeas, que não conseguiram criar seus próprios filhos.

Mas uma coisa inexplicável acontece com os golfinhos-nariz-de-garrafa, do Atol de Rangiroa. Em 2014, uma fêmea adulta do golfinho foi fotografada com sua suposta primeira prole. E depois de dois meses, um filhote de bico curto, de um mês de idade, se juntou à ela.

Como a mãe já tinha os seus próprios filhos os pesquisadores acham que é improvável que o outro filhote tenha sido sequestrado. E eles também tem certeza que a espécie não é um híbrido de baleia com golfinho.

“O segundo filhote foi documentado como masculino. Possuía um perfil esguio, cabeça arredondada e rúmen rombudo, barbatanas peitorais pontiagudas, pigmentação escura e padrões esbranquiçados entre a garganta e a área urogenital. Todas características morfológicas de uma baleia com cabeça de melão”, dizem os autores.

Comportamento

Depois de um ano, os pesquisadores conseguiram observar o filhote de baleia amamentando em sua mãe adotiva e nadando abaixo dela, o que é uma posição tipicamente infantil. E várias vezes, o filhote de outra espécie foi filmado empurrando o seu irmão para longe da barriga da própria mãe.

E, no final de 2015 e começo de 2016, o filhote biológico desapareceu. Não se sabe o porquê, mas os pesquisadores acreditam que pode estar relacionado com o segundo filhote.

“É muito difícil explicar tal comportamento. Especialmente porque não temos informações sobre como o recém-nascido de baleia com cabeça de melão foi separado de sua mãe natural”, ressaltou Carzon.

Adoção

Essa adoção peculiar pode ter acontecido pela inexperiência do golfinho como mãe. E o convívio com mergulhadores também pode tê-la tornado mais tolerante com relação a outras espécies.
“Provavelmente, foi apenas um momento perfeito para este filhote aparecer. Quando [a mãe] estava em um período muito receptivo para formar aqueles laços com seus próprios filhos, e isso levou a essa situação um tanto maluca”, Kirsty MacLeod, um ecologista comportamental, da Universidade de Lund.

“Parece que a jovem baleia com cabeça de melão foi bem integrada a sua comunidade adotiva. Ele adota um comportamento consistente com o de seu grupo adotado. Ele surfa e pula com os golfinhos, ele socializa com jovens machos e fêmeas, e parece comunicar com outros membros da comunidade”, continua.

“Se ele chegar à idade de desmamar, é muito provável que ele viva uma vida de golfinho-nariz-de-garrafa”, conclui.

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