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Como e por que teve aurora boreal no mundo no fim de semana

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As auroras boreais são um fenômeno causado pelo choque do plasma solar com partículas da atmosfera, após o contato com o campo magnético da Terra. No hemisfério Norte, chama-se Aurora Boreal, e no hemisfério Sul, Aurora Austral.

Por mais que as mais conhecidas sejam as formadas na Finlândia, elas não são as únicas. O fato é que uma aurora chama a atenção e fascina sempre que é avistada. E no último final de semana, o mundo se tornou palco de um espetáculo celeste bem raro, no caso, a existência de auroras tanto boreais como austrais.

O motivo que fez com que as auroras se expandissem pelo mundo todo foi por conta de uma tempestade solar com uma magnitude não vista nos últimos 20 anos. A causa direta foi essa tempestade classificada como “severa” pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).

Motivo

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Essa tempestade teve início na última sexta-feira, liberando uma ejeção de massa coronal (CME) do sol. A CME é uma expulsão grande de plasma e campos magnéticos que, quando interagem com o campo magnético da Terra acabam produzindo auroras.

Os relatos sobre as auroras na Europa foram vistos de  Budapeste, Londres e até do norte de Portugal. No hemisfério sul, a rara aurora foi observada na Argentina e no Chile.

De acordo com a NOAA, pode ser que aconteçam perturbações nos satélites e redes elétricas por conta das tempestades solares que ainda virão. Por conta disso, os operadores das companhias aéreas foram aconselhados a prepararem medidas preventivas para esses casos.

Ainda conforme a NOAA, é previsto que a tempestade geométrica continue ainda nessa semana. Por conta disso é esperado que a aurora seja visível mais ao norte do globo e em maiores altitudes.

Aurora

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O nome “aurora” e “borealis” veio dos gregos, que pensavam que as luzes que estavam no céu eram a deusa da aurora andando em sua carruagem no céu. Outros povos também tinham suas crenças sobre o que esse fenômeno natural era.

Mesmo sabendo o que esse fenômeno é hoje em dia, as auroras intrigam os pesquisadores há tempos. Isso porque sempre teve uma pergunta no ar: as exibições de luz verde e carmesim da aurora boreal produzem algum som perceptível?

Geralmente, as auroras acontecem perto dos polos terrestres. Nessa região, o campo magnético é mais forte. Contudo, relatos de auroras fazendo barulhos são bem raros. Além disso, os cientistas, historicamente, rejeitam-nos.

Um estudo finlandês feito em 2016 disse ter confirmado que as auroras realmente produzem sons audíveis ao ouvido humano. Tanto é que uma gravação feita pelos pesquisadores desse estudo mostrou a captação do som feito pelas luzes das auroras 70 metros acima do nível do solo.

Mesmo com a gravação feita, o mecanismo por trás do som ainda é um tanto quanto misterioso, da mesma forma que as condições que devem ser necessárias para que o som das auroras seja ouvido.

O estudo mais recente analisa relatos históricos de sons aurorais para entender os métodos de investigação desse fenômeno e o processo de estabelecer se os sons relatados eram objetivos, ilusórios ou imaginários.

O som produzido por auroras foi um assunto de debate bem movimentado nas primeiras décadas do século XX. Nessa época, relatos de assentamentos em latitudes ao norte relataram que o som às vezes acompanhava as luzes vistas no céu.

Além disso, testemunhas falaram a respeito de um ruído silencioso, quase imperceptível, durante as exibições particularmente violentas da aurora boreal. Por exemplo, no começo dos anos 1930, relatos encheram o The Shetland News fazendo uma comparação do som do fenômeno com “seda farfalhante” ou “duas tábuas encontrando caminhos planos”.

Contudo, a comunidade científica não se convenceu muito desses relatos. Principalmente levando em consideração que bem poucos exploradores ocidentais disseram ter ouvido esses ruídos.

Nessa época, a credibilidade dos ruídos estava totalmente relacionada com as medições de altitude das luzes do norte. Considerava-se que somente as que descessem baixo na atmosfera conseguiriam ser ouvidas pelos humanos.

Ainda assim, os resultados registrados durante o Segundo Ano Polar Internacional de 1932 e 1933 revelaram que as auroras aconteciam, mais comumente, 100 quilômetros acima da Terra. Isso sugeria que seria impossível que se transmitisse o som dessas luzes para a Terra.

Som

Então, Clarence Chant sugeriu a resposta para o mistério, pela primeira vez, em 1923. Esse astrônomo canadense disse que o movimento das luzes do norte altera o campo magnético da Terra, o que, por sua vez, induz mudanças na eletrificação da atmosfera, mesmo a uma distância significativa.

Como resultado, essa eletrificação produz um som bem mais perto da superfície do nosso planeta quando encontra objetos no solo. O som é bem parecido com o da estática.

Essa teoria proposta por Chant vai ao encontro de vários relatos de som aurorais. Além de ser apoiada por outros relatos ocasionais do cheiro de ozônio. Ele, supostamente, carrega um odor metálico parecido com uma faísca elétrica durante a aurora boreal.

Só que essa teoria de Chant ficou despercebida na década de 1920. Foi apenas na década de 1970 que ela recebeu reconhecimento. Nessa época, dois físicos aurorais revisaram as evidências históricas.

Como resultado, atualmente essa teoria do canto é amplamente aceita pelos cientistas, mesmo ainda existindo debates a respeito de como exatamente funciona o mecanismo da produção de som.

Portanto, o que está claro é que as auroras, em raras ocasiões, emitem sons audíveis ao ouvido humano. Então, todos os relatos de ruídos crepitantes, zunidos e zumbidos que acompanham esse fenômeno não são uma coisa falsa ou imaginada.

Fonte: Gizmodo, BBC

Imagens: Gizmodo, YouTube,

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