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Conheça a história da mulher que foi de lavadora de pratos à modelo favorita de Christian Dior

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O mundo da moda está sempre surpreendendo. Novas tendências surgem a todo o momento, assim como tendências antigas voltam com força total. Atualmente, está bastante comum ver modelo com aparência asiática, assim como na década de 1950. Maçãs do rosto largas, olhos puxados e delineado de gatinho bem desenhado chamam a atenção tanto de homens como mulheres. Meio russa e meio cazaque, assim é Alla IIchun, modelo que trouxe traços orientais a moda. Uma grande e feliz coincidência levou a musa da sorte de Christian Dior a conseguir um emprego de moda com esse famoso estilista.

Alla IIchun trabalhava como lavadora de pratos. A princípio, tinha uma carreira de garçonete ou chef em um restaurante francês pela frente. No entanto, acabou em um casting de Christian Dior por pura coincidência do destino. Desde então, tem sido sua modelo preferida. Porém, a origem da mulher permaneceu em segredo, e os detalhes sobre sua vida só foram revelados recentemente. Os contemporâneos de Alla acreditavam que a bela jovem asiática era da China, assim como o próprio Christian Dior. Inclusive, a descreveu em seu livro memórias como “uma modelo chinesa, vinda da Manchúria”. Confira conosco mais detalhes sobre ela a seguir.

Alla IIchun, a modelo preferida de Christian Dior

Alla realmente nasceu na China e tinha cidadania no país. Depois de 1917, a jovem fugiu com sua mãe da cidade de Harbin para Paris. Sua mãe era russa, tendo nascido em uma família aristocrática falida. Já seu pai era filho de um agricultor cazaque. Sendo assim, ela era meio russa e meio cazaque. Já morando na Europa, a modelo guardou o segredo sobre sua origem e só revelou-os dois anos antes de morrer. A França não acolheu mãe e filha imigrantes com grande entusiasmo. Desta forma, tiveram uma vida difícil antes de finalmente se estabelecerem no novo lugar.

A modelo havia feito aula de música em sua terra natal e sua mãe passou a ganhar a vida cantando em um cabaré. Enquanto isso, a futuro modelo conseguiu um emprego como lavadora de pratos em um restaurante. Durante a Segunda Guerra Mundial, Alla se alistou na Resistência Francesa como enfermeira e em serviços no setor de comunicações. Desta forma, ela escreveu seu primeiro encontro ocidental com Christian Dior, o que foi o grande divisor de águas em sua vida.

Descrição do primeiro encontro com Dior

“Certa vez, fui acompanhar uma amiga francesa a uma entrevista para vaga de dublê de Dior. Enquanto eu esperava por ela no saguão, comecei a sentir olhares curiosos vindos dos provadores, me observando dos pés a cabeça. Em determinado momento, fiquei cansada da atenção excessiva e de tanto esperar, então decidi buscar minha amiga. Naquele exato momento, uma mulher disse que Christian Dior estava ansioso para me ver. Relutantemente, aceitei subir até a sala dele. Em seguida, ela me levou para o provador, me fez tirar o vestido, fez um coque grande e aplicou batom vermelho em mim, e deu um vestido e sapatos extremamente desconfortáveis para eu colocar. Depois descemos juntas até o subsolo, onde dei de cara com uma equipe de pintura em jalecos brancos trabalhando duro. ‘Por que ela me vestiu como um macaco e me levou até esses pintores?’. Me perguntei. Saímos tão rápido quanto descemos, mas não encontramos Dior lá. Então a minha companheira exclamou: ‘Mademoiselle, você está contratada!’. ‘Mas já fui contratada para trabalhar no Cabaré Lido’, respondi. E eu nem vi Dior. A mulher deu uma risada e disse: ‘Dior estava entre os pintores, com um ponteiro na mão!”. [sic]

A relação com Dior

Alla conquistou o estilista à primeira vista. A combinação de sua cintura perfeita, um corpo esbelto e um rosto oriental encantador encheu Dior de luz. Ele foi o primeiro a contratar uma modelo com os traços asiáticos. Posteriormente, Hubert de Givenchy e Cristóbal Balenciaga seguiram seu exemplo. pela primeira vez, uma mulher como ela ganhou as passarelas da alta-costura. Dior chegou a admitir que corria um grande risco assinando o contrato com uma modelo asiática. Ela desfilaria com roupas europeias e logo alcançou um sucesso sem precedentes assim.

Christan a chamava de musa e talismã. Ela era a personificação do estilo “new look”, criado pelo mestre, que trouxe de volta o conceito de uma mulher elegante, mais feminina e com cintua fina. Esse era o visual que o estilista buscava, cansado de vestir desenxabidos e pouco elegantes, populares durante a Segunda Guerra Mundial. As peças que a modelo usava entravam rapidamente na moda e saíam rápido dos estoques. A princesa britânica Margaret e a atriz Elizabeth Taylor estavam entre as clientes que escolhiam os vestidos usados pela modelo.

Influência

Na década de 1950, várias modelos adotaram o delineado gatinho e até faziam cirurgias para se parecerem com Alla. A imprensa aclamava o seu estilo único e sua forma de desfilar na passarela. Além de tudo, Alla tinha um olhar misterioso e impenetrável que deixava o seu público hipnotizado.

Durante todos os seus 20 anos trabalhando como modelo, Alla IIchun presenciou a chefia de três designers da moda na casa Dior. Christian, seu sucessor Yves Saint Laurent e, em seguida, Marc Bohan. Ela se casou duas vezes. A primeira com o fotógrafo da casa, Mike de Dulmen, depois com o dançarino russo, Igor Mukhin. Assim foi a vida da modelo preferida de Christian Dior.

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