Curiosidades

Conheça a zona hadal, o submundo onde reina a escuridão, o frio e as pressões esmagadoras

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O nosso planeta esconde segredos que nem mesmo os maiores cientistas conseguiram compreender. Por causa de sua imensidão e tempo de vida, diversas coisas ainda são segredos para nós. Um local que é cheio desses segredos é o oceano. Ele tem chance de ser uma das partes mais inexploradas do planeta, sendo o lar de uma das últimas grandes fronteiras da ciência oceânica: a zona hadal.

Explorar essa zona é uma coisa complexa e muito cara pelo pouco que é sabido a seu respeito. Contudo, as descobertas que foram feitas nas últimas décadas mostraram que essa zona é um lugar bastante surpreendente e diversificado.

Zona Hadal

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A zona hadal tem seu nome derivado do deus grego Hades, que é o regente do submundo. Ela vai de todo espaço oceânico até profundidades superiores a seis mil metros.

Além disso, ela é dividida em duas subzonas. A primeira é a zona abissal, que vai dos seis mil aos 10 mil metros. Já a segunda é a chamada zona hadal, que vai dos 10 mil aos 11 mil metros.

O que caracteriza esse local são suas condições extremas que são um desafio para os limites da vida marinha. Isso porque, nessa zona, a luz do sol não chega. Ou seja, ela é completamente escura.

Outro ponto de dificuldade para a vida marinha é o frio extremo da área. Para se ter uma ideia, a temperatura da água normalmente está entre 1 e 4° C. E a pressão também é elevada. Isso acontece porque ela aumenta conforme mais profundo for o local. Na zona hadal, a pressão pode ser até mil vezes maior do que a pressão atmosférica.

Tem vida?

Curiosamente, mesmo com essas condições extremas, a zona hadal é um loca com uma diversidade surpreendente. E claro que os organismos que vivem nessa região desenvolveram características para conseguir sobreviver nessas condições extremas.

Por exemplo, os peixes tem olhos grandes para conseguir enxergar no escuro e seus corpos são flexíveis para que eles possam fazer manobras nas águas frias e com muita pressão.

No caso dos crustáceos, eles tem conchas duras para poderem resistir à pressão, e seus órgãos são sensíveis à luz para poder detectar a pouca luz existente. E na zona hadal existe uma variedade muito grande de invertebrados, como vários tipos de moluscos, vermes e anelídeos.

Curiosidades

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Como visto, a zona hadal é um lugar bastante diversificado e com vários segredos interessantes. Como por exemplo, o peixe-escorpião tem o título de maior peixe do hadal do mundo, podendo chegar a três metros de comprimento. Ele é o crustáceo mais profundo que é conhecido, e seu habitat está descendo até oito mil metros de profundidade.

Além dele, se tem o nematódeo, que é o animal mais resistente à pressão do mundo. Isso é visto porque ele consegue prosperar mesmo estando a uma profundidade de 11 mil metros.

Exploração

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Mesmo tendo conhecimento desses fatos, a zona hadal é um lugar bastante misterioso e ainda esconde vários segredos. Contudo, a exploração desse local é um desafio bem grande para os cientistas. Mas caso ela aconteça, ela pode dar a eles uma compreensão a respeito da evolução da vida na Terra, e sobre as condições extremas que os organismos podem suportar.

E além dessa zona, o oceano como um todo é um ambiente bem difícil de ser explorado pelo ser humano, e existem várias razões para isso. A profundidade dos oceanos é um dos motivos de o ser humano ainda não conhecer todas as partes desse lugar. Além de serem comuns as recorrentes descobertas de novas espécies de animais que os habitam, inclusive, a redescoberta de animais pré-históricos até então considerados extintos.

Por conta disso, pesquisadores estão sempre considerando formas como essa exploração pode ser feita. Até porque, dentre os grandes desafios está o aumento da pressão da água conforme vai ficando mais profundo.

Além disso, o oceano profundo é extremamente escuro porque a luz do sol é absorvida muito rápido pela água e não consegue ir até muito mais do que mil metros abaixo da superfície.

Por conta disso, as profundezas do oceano foram divididas pelos cientistas. E a luz solar e a pressão da água são os fatores determinantes para qual tipo de vida irá sobreviver por lá.

Outro fator que faz com que a exploração dos oceanos seja difícil para os humanos são as correntes subaquáticas. Por mais que elas não sejam tão fortes como as vistas na superfície, elas envolvem grandes quantidades de água em seus movimentos.

Essas correntes podem ser levadas pelos ventos na superfície que conseguem afetar a coluna de água embaixo, pelas marés profundas ou então pelas diferenças de densidade da água.

Por ser um ambiente não muito convidativo para os humanos, formas de explorar o oceano sempre são criadas pelos pesquisadores, como por exemplo, a equipe de cientistas de Stanford e Caltech, que colocou um microeletrônico de baixa potência na parte de baixo das águas-vivas para criarem robôs bio-híbridos. Eles nadam três vezes mais rápido que as águas-vivas normais.

Com isso, os cientistas querem permitir que um dia essas águas-vivas ciborgues, que estão equipadas com os sensores, consigam explorar as profundezas do oceano de todo o planeta. E com isso, eles não ficarão dependentes de pesados submarinos, que muitas vezes se provam ineficientes, para fazer esse trabalho.

Em um teste, os cientistas conseguiram usar solavancos elétricos de controladores microeletrônicos para conseguir fazer com que as águas-vivas nadassem não somente mais rápido, mas também com uma eficiência maior. Tudo isso de acordo com um artigo publicado no Science Advances.

“Mostramos que elas são capazes de se mover muito mais rápido do que normalmente, sem um custo indevido em seu metabolismo. Isso revela que as águas-vivas possuem uma capacidade inexplorada para nadar mais rápido e mais eficiente. Elas simplesmente não têm um motivo para fazê-lo”, disse Nicole Xu, a coautora e candidata a PhD em bioengenharia.

De acordo com o estudo, o design é bastante simples. E os eletrônicos usam ordens de magnitude, com menos energia externa por massa do que os outros robôs aquáticos.

Essas águas-vivas ciborgues podem revolucionar a forma como se explora os mistérios dos oceanos do planeta. Para isso acontecer, os pesquisadores estão tentando levar esse projeto para um passo adiante. Eles adicionarão controles usando apenas algumas modificações na microeletrônica.

“Se pudermos encontrar uma maneira de direcionar essas águas-vivas e também equipá-las com sensores para rastrear coisas como temperatura do oceano, salinidade, níveis de oxigênio e assim por diante, poderíamos criar uma rede oceânica verdadeiramente global em que cada um dos robôs de água-viva custa alguns dólares para instrumentar e se alimentar de presas já existentes no oceano”, disse John Dabiri, o principal autor e engenheiro mecânico da Caltech.

Fonte: Meteored

Imagens: Meteored, Twitter

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