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Conheça a história real por trás da fantasia de A Bela e a Fera

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A história de A Bela e a Fera ganhou o mundo em 1991 quando a Disney realizou uma adaptação da fábula para os cinemas. Apesar da trama ter se popularizado a partir da animação, foi inspirada numa fábula francesa escrita em 1740 que, por sua vez, foi baseada numa história real.

A história verdadeira da Bela e da Fera não envolvia uma maldição mágica, é claro, o que remove elementos como relógios, xícaras ou candelabros falantes, mas realmente contou com uma fera real. Petrus Gonsalvus era um homem que sofria de uma condição genética conhecida como hipertricose. O problema faz com que uma quantidade anormal de pelo cresça no corpo e, no caso de Gonsalvus, tomava conta de toda a sua pele, incluindo a sua face.

Apesar de real, a história do encontro de Petrus Gonsalvus com sua esposa Catherine aconteceu no século 17, e não no século 18, como o clima da fábula e da animação da Disney sugerem a partir dos hábitos e vestimentas apresentados.

A Fera

Petrus Gonsalvus nasceu em 1537 numa das Ilhas Canárias e, logo jovem, foi capturado e colocado numa jaula. Tratado como um animal, ele foi enviado como presente para o Rei Henrique II, da França. Henrique não via Petrus como uma aberração e decidiu que ele deveria ser educado como um verdadeiro cavalheiro. Ele ganhou novas roupas, passou a comer refeições normais e aprendeu a ler e escrever em três línguas. A única condição do rei foi que o jovem utilizasse o seu nome de batismo, Pedro González, em sua forma latina: Petrus Gonsalvus.

Depois que o Rei Henrique II morreu, Gonsalvus se tornou propriedade da rainha viúva, Catherine de Medici. Dona do rapaz, que ainda era visto como algo menor que um humano por muita gente, ela decidiu fazer um experimento. Ela passou a questionar o que aconteceria se Gonsalvus se relacionasse com uma mulher comum e tivesse filhos. Será que a mulher poderia gerar novas pequenas feras?

A Bela

A rainha organizou um casamento para Gonsalvus com uma jovem donzela filha de um servente da corte real. Somente no dia do casamento, Gonsalvus e sua esposa Catherine se conheceram pela primeira vez. A relação do casal deu origem a sete herdeiros e provou que a teoria da rainha estava certa. Dos sete filhos da união da Bela com a Fera, quatro possuíam a mesma condição genética do pai.

A nova família viajou por vários países da Europa até que se fixou em Parma, na Itália, onde foram contratados (ou comprados) pelo Duque Ranuccio Farnese. O duque chegou a pagar por várias pinturas da família, mas nenhuma delas apresentava as crianças que nasceram normais, pois elas não eram consideradas interessantes. Por outro lado, as crianças que apresentavam pelos por todo o corpo foram exploradas pelo duque, sendo enviadas como presentes e servindo como animais de estimação para nobres e membros da alta classe europeia.

O relacionamento de Petrus e Catherine durou por mais de 40 anos. Catherine morreu em 1623, supostamente anos depois da morte do marido. Não existem registros oficiais da morte de Petrus, possivelmente porque ele não era considerado um humano digno de um funeral comum. A última menção da vida de Petrus aconteceu em 1617, durante o batismo de um de seus netos e, por isso, acredita-se que ele tenha morrido por volta de 1618.

Mesmo depois da morte dos verdadeiros Bela e Fera, a história da família continuou popular pela região, eventualmente se tornando inspiração para uma das maiores fábulas da história.

Diferenças para a ficção

Quando comparamos as mais famosas adaptação de A Bela e a Fera, é possível perceber que a fábula de Jeanne-Marie Leprince de Beaumont possui muitos menos elementos mágicos do que a história contada pela Disney. Na versão da literatura, personagens importantes como Horloge ou Lumiére são deixados de fora.

Na verdade, todo o conceito de personagens humanos sendo transformados em objetos e a existência de uma maldição foram criados inteiramente pela Disney. Na fábula original, a Fera vive sozinha e tem uma existência muito mais solitária. Por isso, é mais fácil estabelecer paralelos entre a versão original da história e a adaptação literária.

Outro personagem que não aparece na fábula é Gastão, o vilão que tenta conquistar Bela e ataca a Fera. Na versão da fábula, Bela tem duas irmãs mais velhas que a tratam muito mal – semelhante à história de Cinderela. Quando a Fera permite que Bela visite sua família, as irmãs fazem com que a garota fique ali mais tempo do que fora determinado pela Fera, na esperança de que a criatura se revolte e devore a irmã.

Durante a visita, Bela tem um pesadelo com a morte da Fera e percebe que ama a criatura, mesmo que tenha uma aparência diferenciada. Bela volta para casa e percebe que seu amado ficou seu comer durante todos os dias em que aguardava a moça. Nesse momento a garota confessa o seu amor e o feitiço é quebrado, fazendo com que a Fera assuma sua forma humana.

E aí, já tinha imaginado que um conto tão fantasioso poderia ter sua inspiração na vida real? Por mais que pareça estranho, uma Bela realmente se casou com uma Fera ao longo da história, mostrando que o amor realmente pode romper fronteiras, não só nas fábulas e histórias de ficção.

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