Recentemente, uma maneira um tanto quanto inusitada de copiar chaves foi testada. Pesquisadores da Universidade Nacional de Singapura descobriram que é possÃvel copiar chaves apenas pelo som que elas produzem ao percorrer os pinos de uma fechadura.
De fato, é no mÃnimo impressionante e até assustador. Assim, normalmente, esse som seria completamente imperceptÃvel para humanos. Entretanto, uma vez capturado da maneira correta, é possÃvel gerar uma réplica tridimensional da chave original. Em seguida, a nova chave pode ser impressa em 3D e já está pronta para ser usada.
Como traduzir o som em uma nova chave?
De acordo com Soundarya Ramesh, lÃder da pesquisa, o conceito foi colocado em prática por meio de um aplicativo chamado SpiKey. Assim, o experimento não funcionou somente dentro de um laboratório, mas, dessa forma, foi mostrado que o barulho pode ser facilmente traduzido apenas pelo microfone de nossos celulares. O que, reforça a ideia de que, esse tipo de dispositivo deve ter cuidado redobrado para com a nossa segurança, seja dentro ou fora do mundo virtual.
Ainda que o projeto lide com um protótipo de eficácia reduzida, os autores garantem que o uso do recurso para invasões é possÃvel. “Quando a vÃtima insere uma chave na fechadura da porta, um invasor pode gravar o som”, afirma o artigo. Mas, nesse caso, seria necessário a implantação de um microfone discreto próximo ao local, um captador de áudio de longa distância, ou ainda, um vÃrus que possibilite entrar no celular da vÃtima.
Podendo ser instalado em qualquer smartphone, o aplicativo pode gerar de cinco a dez combinações possÃveis para a chave em situações ideais para a captura do som. Depois disso, desse número, três combinações são geradas e uma delas é a certa. Em “média, o SpiKey é capaz de fornecer de 5 a 10 chaves possÃveis, incluindo a chave correta a partir de um total de 330.424 chaves, com 3 chaves candidatas sendo o caso mais frequente”, afirma o estudo.
Problemas de segurança do mundo moderno
Até o momento, o protótipo tem funcionado bem. Contudo, o recurso ainda não é perfeito e alguns pontos fracos podem ser destacados. Dentre eles, o principal está em situações com muito ruÃdo. Com isso, podemos afirmar que é mais seguro produzir barulhos adicionais enquanto você abre a porta de sua casa, por exemplo. Além disso, outra medida que “burla” o funcionamento do aparelho é abrir a fechadura de maneira extremamente lenta. Nesse caso, o software não consegue reconhecer longos intervalos entre um “click” e outro. Mas, de toda forma, isso não é algo que você deve se preocupar, pelo menos por enquanto. Também vale lembrar que o recurso não funciona para todos os tipos de fechadura. “Portanto, planejamos explorar a possibilidade de combinar informações em várias inserções”, afirmam os pesquisadores.
Atualmente, já encontramos câmeras e outros recursos implantados em casas que já estão sendo hackeados. Em exemplos recentes, lembramos das câmeras de segurança feitas pela Ring, uma empresa voltada para casas inteligentes. Porém, em muitos casos, a falta de segurança está relacionada a senhas fracas. Com isso, aprendemos que nossa mentalidade ao lidar com dispositivos eletrônicos também deve ser melhorada. Afinal, cada vez mais, eles se conectam com tudo a nossa volta.
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