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Criança recebe 1º implante cerebral para epilepsia do mundo

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Cientistas de todo o mundo trabalham constantemente para fazer descobertas que possam, de alguma forma, ajudar a humanidade. Esse é um trabalho contínuo e sempre existe algo a mais para aprender e aprimorar. Com tantas limitações impostas aos seres humanos, a ciência tem buscado alternativas para solucionar diversos problemas. Como no caso de um implante cerebral.

Agora, Oran Knowlson, um menino do Reino Unido, recebeu o primeiro implante cerebral pediátrico criado para tratar epilepsia grave no mundo. Para controlar essa condição e diminuir o número de convulsões, o dispositivo usa a técnica da estimulação cerebral profunda (DBS).

A cirurgia para colocar esse implante cerebral no menino aconteceu em outubro de 2023, época em que ele tinha 12 anos. Depois de oito meses, Oran de 13 anos teve uma diminuição de 80% na quantidade de convulsões diurnas que a epilepsia o causava. Além disso, ele tem até autonomia para andar a cavalo.

“Oran é a primeira criança no mundo a receber este dispositivo, e estamos extremamente satisfeitos por ter trazido um benefício tão positivo para ele e sua família”, afirma Tim Denison, engenheiro-chefe do projeto e professor da Universidade de Oxford.

Implante cerebral

Canaltech

Oran foi o primeiro a receber um implante cerebral para tratar epilepsia, mas não deve ser o único. A iniciativa que fez a cirurgia é conhecida oficialmente como Projeto CADET e tem planos de recrutar mais de 20 crianças nos próximos meses para que sua tecnologia seja testada e validada nos estudos clínicos.

Para fazerem parte do estudo, todos os participantes tem que ter o diagnóstico para síndrome de Lennox-Gastaut, que é um tipo raro e grave de epilepsia. Esse diagnóstico é essencial porque o implante cerebral só pode ser testado em pessoas que não respondem aos tratamentos convencionais e não tem outras formas de parar ou diminuir as convulsões.

Com o implante, o objetivo é que as vias elétricas sejam bloqueadas e, por consequência, isso impeça que as convulsões se propaguem no cérebro. E é justamente isso que está sendo visto com Oran.

Colocando

Para implantar o dispositivo Picostim, da Bioinduction, é necessário uma cirurgia de oito horas. Nela, os médicos abrem o crânio do paciente e instalam eletrodos na região cerebral do tálamo, que é o centro de sinais elétricos no cérebro.

Depois disso, os fios dos eletrodos são anexados no implante cerebral. O formato deles é quadrado e medem 3,5 cm por 3,5 cm, com uma espessura de 0,6 cm. E quando ele está instalado, o dispositivo pode ser carregado através de um carregador sem fio ou com fones de ouvido especiais. Ou seja, não é preciso nenhum fio nessa etapa importante para que ele funcione bem.

Primeiro

No caso de Oran, antes de ele receber o implante cerebral ele tinha muitas limitações. Como ele tinha convulsões bem graves, ele caia no chão e podia se machucar, perdia a consciência e a respiração e, em casos mais graves, ele precisava até ser reanimado.

Por conta de tudo isso, era necessário um cuidado de 24 horas pela família do menino. Contudo, depois que ele fez a cirurgia, a vida dele mudou. De acordo com sua família, a quantidade de crises diminuiu.

“A estimulação cerebral profunda nos aproxima mais do que nunca da interrupção das crises epilépticas em pacientes que têm opções de tratamento eficazes muito limitadas”, afirmou Martin Tisdall, professor associado da UCL e neurocirurgião pediátrico.

“Estamos entusiasmados em construir a base de evidências para demonstrar a eficácia da estimulação cerebral profunda no tratamento da epilepsia pediátrica. Esperamos que, nos próximos anos, este se torne um tratamento padrão que possamos oferecer para mais crianças em todo o mundo”, concluiu.

Fonte: Canaltech

Imagens: Canaltech, Twitter

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