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Cromossomo Y está evoluindo muito mais rápido que o X

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Os cromossomos são longas sequências de DNA cercados por diversos genes e outras sequências de nucleótidos que possuem específicas funções. Localizados no núcleo da célula, os seres humanos possuem 23 pares deles, totalizando em 46. E é o cromossomo Y que determina o sexo dos bebês humanos e de outros mamíferos. Além disso, um fato interessante foi visto, o cromossomo Y está evoluindo bem mais rápido do que o X.

A descoberta vista em um estudo da revista Nature ajuda no fortalecimento de ideias anteriores vistas na literatura científica de que o cromossomo Y está desaparecendo na espécie humana.

Esse estudo foi feito pelos pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano (NHGRI). Para fazê-lo, eles sequenciaram por completo os cromossomas sexuais de alguns primatas, no caso de chimpanzés (Pan troglodytes), bonobos (Pan paniscus), gorilas ocidentais de planície (Gorilla gorilla gorilla), orangotangos de Bornéu e de Sumatra (Pongo pygmaeus e Pongo abelii) e gibões-siamangues (Symphalangus syndactylus). Depois disso, eles os compararam com os cromossomos dos humanos.

Foi nessa comparação que os pesquisadores viram que entre as espécies os cromossomos Y têm muita diferença, ao passo que os cromossomos X continuam parecidos. Mais especificamente, mais de 90% das equências do cromossomo X dos macacos são iguais as do mesmo cromossomo humano. Isso mostra um grau de mudança relativamente pequeno durante milhões de anos de evolução.

Já com relação ao cromossomo Y, somente entre 14 e 27% dos vistos nos macacos são alinhados com o dos humanos. Isso quer dizer que o cromossomo Y está evoluindo bem rápido.

Cromossomo Y evoluindo

Canaltech

De acordo com os pesquisadores, algumas das espécies analisadas se separaram da linhagem humana somente sete milhões de anos atrás, o que com relação à evolução não é muito tempo. Isso é um outro fato que faz com que se conclua que o cromossomo Y está evoluindo bem rápido.

Na visão dos pesquisadores, essa grande variação é provavelmente por conta do cromossomo Y não trocar muita informação genética com outros cromossomos. Por conta disso, ele tem a tendência de captar outros tipos de mutações. Como resultado, com o passar do tempo o cromossomo Y tem diminuído de forma progressiva.

“Descobrimos que o macaco Y está encolhendo, acumulando muitas mutações e repetições e perdendo genes. Devido a esta degradação, sugere-se que o cromossoma Y esteja em vias de extinção nos mamíferos”, disse o estudo.

Mesmo com essa descoberta isso não quer dizer que o cromossomo Y irá desaparecer. Ainda conforme os pesquisadores, mesmo que ele possa estar diminuindo, é impossível que ele desapareça por completo porque alguns genes dele são protegidos por mecanismos de segurança que deixam as sequências importantes intactas.

“Estudos futuros deverão investigar genes não codificadores e elementos reguladores do cromossomo Y que podem ser essenciais para o sexo masculino e contribuir ainda mais para a pressão seletiva”, concluíram os pesquisadores.

Implicações

Canaltech

Como dito, esse estudo viu que o cromossomo Y está evoluindo de forma bem rápida. E ele está passando por uma degeneração e em alguns milhões de anos pode desaparecer. Isso levará a humanidade à extinção, a não ser que as pessoas desenvolvam um novo gene sexual.

Nos humanos, assim como em outros mamíferos, as fêmeas possuem dois cromossomos X e os machos têm um X e o Y, que é um cromossomo menor. O cromossomo X tem aproximadamente 900 genes que têm várias funções não relacionadas ao sexo, enquanto o Y tem cerca de 55 genes e vários DNAs não codificante.

No entanto, o cromossomo Y tem um gene bastante importante que começa o desenvolvimento masculino no embrião. Mais ou menos 12 semanas depois da fecundação, o gene mestre ativa outros que fazem a regulação do desenvolvimento de um testículo. Esse testículo no embrião começa a produzir hormônios masculinos e é isso que faz com que o feto se desenvolva como um menino.

Em 1990, esse gene sexual foi identificado como SRY, região sexual no Y. Ele desencadeia um caminho genético começando com um gene chamado SOX9. Em todos os vertebrados, esse gene é o que determina o sexo masculino em todos os vertebrados.

Mesmo com as estimativas variando, esse iminente desaparecimento do cromossomo Y levantou algumas questões sobre como o futuro da humanidade será.

No caso de espécies exclusivamente femininas, como algumas cobras e os lagartos, eles conseguem produzir ovos a partir dos próprios genes através da chamada partenogênese. Contudo, nos humanos e em outros mamíferos isso não é capaz de acontecer porque as pessoas têm, pelo menos, 30 genes essenciais que só funcionam se vierem do pai através do esperma.

E claro que para que o esperma seja produzido é preciso de homens. Por conta disso, o fim do cromossomo Y pode significar a extinção da humanidade. Mesmo assim, isso pode apoiar uma alternativa de que as pessoas consigam desenvolver um novo gene determinante do sexo.

Por mais que isso possa acontecer, essa evolução vem acompanhada de alguns riscos. Até porque, existe o risco de mais de um novo sistema evoluir em vários cantos do mundo. Se isso acontecer, essa “guerra” de genes poderia levar a uma separação de novas espécies.

Fonte: Canaltech, Science alert

Imagens: Canaltech

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