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Dubai investiu bilhões para construir ilhas artificiais para milionários – agora elas estão abandonadas e afundando

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Com o objetivo de reduzir sua dependência do petróleo como principal fonte de recursos, Dubai investiu em diversos projetos grandiosos no setor imobiliário com ilhas artificiais.

O principal desses projetos é o The World, um conjunto de 300 ilhas destinadas a milionários, formando a silhueta do mapa-múndi.

O apelo visual e as possibilidades oferecidas pelo projeto, iniciado em 2003, atraíram muita atenção.

Aqueles que comprassem uma das ilhas poderiam construir sua própria mansão e ser o único morador da “ilha da Espanha”, por exemplo. Não é surpreendente que mais da metade das ilhas tenha donos antes mesmo do lançamento oficial.

Com um investimento inicial de 12 bilhões de libras (aproximadamente R$ 68,5 bilhões na cotação atual), o The World teria pequenas ilhas com tamanhos variando entre 1,4 e 4,2 hectares.

Para a construção, utilizaram 321 milhões de m³ de areia e 386 milhões de toneladas de pedra, abrangendo uma área com quase 54 km².

Projeto parado

Via Arcos Engenharia

Apesar de 60% do complexo ter compradores, o projeto das ilhas artificiais parou há anos, já que poucas pessoas planejam se mudar para o The World.

Apenas quatro ilhas tiveram um desenvolvimento completo – uma delas abriga o projeto piloto entregue ao jogador de futebol Cristiano Ronaldo.

Um dos fatores que pode ter influenciado o abandono do projeto é seu “isolamento”.

Isso porque a viagem entre as ilhas do The World e o continente acontece via marítima, dificultando a mobilidade.

Em contraste, a famosa Palmeira Jumeirah, em Dubai, é conectada ao continente por uma ponte e inclui marinas, resorts de férias, 4 mil habitações, além de grandes hotéis e centros comerciais, levando a exploração comercial a outro nível.

Além disso, o problema maior é que as ilhas artificiais abandonadas do The World estão acelerando a erosão nos canais que circundam as ilhas e na sua silhueta, transformando-as em terras desertas de areia.

Diante da crescente crise climática, esses tipos de iniciativas são questionadas: segundo dados do Greenpeace, as ilhas do projeto estão afundando a uma taxa de 5 mm por ano.

Como ilhas artificiais ajudam?

As ilhas artificiais podem ajudar na redução da dependência do petróleo por meio da diversificação da fonte de economia para Dubai.

Em lugares com espaço limitado, elas oferecem uma solução para aumentar a área disponível para construção, permitindo o desenvolvimento de novas infraestruturas sem a necessidade de invadir ou destruir terras naturais.

Além disso, projetos de ilhas artificiais frequentemente atraem investimentos significativos e podem ser desenvolvidos como destinos turísticos de luxo, resorts, marinas, centros comerciais e residenciais. Isso pode gerar empregos, estimular o turismo e diversificar a economia.

Em algumas regiões, também podem ajudar a proteger áreas costeiras da erosão e de tempestades. Elas podem funcionar como barreiras naturais, ajudando a dissipar a energia das ondas e protegendo a costa. Assim, impacta positivamente nos gastos

Claro, algumas ilhas artificiais existem para criar novos habitats para a vida marinha e aves. Elas podem servir como áreas de preservação ou recuperação ambiental, ajudando a manter a biodiversidade.

Via Pexels

Em certos casos, permitem desenvolver infraestrutura crítica, como aeroportos, portos e instalações de energia. Isso é especialmente útil em áreas onde a terra firme é escassa ou valiosa demais para outros usos.

Para cidades como Dubai, a construção de ilhas artificiais pode reforçar sua imagem de modernidade, inovação e luxo, atraindo a atenção internacional e consolidando sua posição como destino de alto padrão.

Todos esses motivos ajudariam o país a se livrar da sua dependência econômica. No entanto, apesar da atratividade, a manutenção é cara, as mudanças climáticas influenciam e os compradores não parecem interessados.

Ou seja, é um projeto que exige nova atenção, ou pode comprometer ainda mais o país.

 

Fonte: Casa Vogue

Imagens: Pexels, Arco Engenharia

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