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Entenda como o coronavírus pode dizimar os povos indígenas

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Conforme o novo coronavírus se alastra pelo Brasil, crescem os temores de que comunidades indígenas sejam dizimadas pela Covid-19, a doença causada pelo patógeno. Atualmente, doenças respiratórias já são a principal causa de morte entre as populações nativas brasileira. Dessa forma, a atual pandemia se torna especialmente perigosa para esses grupos, uma vez que pode dizimar os povos indígenas.

Há ainda preocupações quanto ao desabastecimento de muitas comunidades indígenas, que compram alimentos em cidades. Além de ainda, comunidades que dependem de programas sociais como o Bolsa Família. Mas, que estão sendo orientadas a evitar deslocamentos para impedir o contágio.

Comunidades que estão buscando refúgio longe das cidades

Mesmo com a gravidade em que o cenário se encontra, associações indígenas e entidades que os apoiam, afirmam que órgãos federais não têm adotada providências para proteger as comunidades. Dessa forma, falta materiais básicos, como máscaras, para lidar com eventuais casos nas aldeias. “Há um risco incrível do vírus se alastrar pelas comunidades e provocar um genocídio”, diz a médica sanitarista, Sofia Mendonça, pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Ela afirma que o novo coronavírus pode ter para povos indígenas brasileiros impacto comparável ao de grandes epidemias do passado, com as causadas pelo sarampo. “Todos adoecem, e você perde todos os velhos, sua sabedoria e organização social. Fica um buraco nas aldeias”, afirma a pesquisadora.

Por outro lado, a memória de epidemias passadas pode estimular comunidades que vivem em territórios extensos a se dividir em grupos menores e buscar refúgio no interior da mata. “Provavelmente, alguns vão se munir de materiais que precisam para caçar e pescar e vão fazer acampamentos, esperando lá até a poeira baixar”, afirma.

Muitos métodos utilizados em áreas urbanas para reduzir o contágio são impraticáveis nas aldeias. Por exemplo, podemos citar o uso de álcool gel para higienizar as mãos. Por isso, é preciso concentrar os esforços para impedir que o vírus chegue as comunidades. Além disso, também é preciso voltar a atenção, para o isolamento de eventuais infectados.

Algumas comunidades são mais vulneráveis à doenças respiratórias

Nas últimas semanas, vários grupos cancelaram reuniões e rituais abertos a turistas. Contudo, ainda há chances consideráveis de que o vírus chegue às aldeias. Dessa forma, será preciso isolar os doentes antes que eles infectem os pacientes.

Os modos de vida de vários povos indígenas, que incluem compartilhar utensílios, como cuias, e morar em habitações com muitas pessoas, tendem a ampliar o poder de contágio de doenças infecciosas. Além disso, muitos territórios habitados por esses grupos são alvo de madeireiros, garimpeiros, caçadores e missionários, que podem levar o vírus até as comunidades.

Diante da falta de recursos e ações governamentais para enfrentar a pandemia, Mendonça afirma que servidores estão se organizando por conta própria. Assim, eles estão arrecadando itens de limpeza e alimentos, para enviar às comunidades.

Em 2018, segundo o Ministério da Saúde, doenças infecciosas e parasitárias foram responsáveis por 7,2% das mortes ocorridas entre indígenas. Em comparação, a média nacional é de 4,5%. Contudo, entre crianças indígenas com menos de um ano, doenças respiratórias foram responsáveis por 22,6% das mortes registradas em 2019. Esse índice só é inferior ao de mortes causadas por problemas no período perinatal, que é de 24,5%.

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