Depois de mais de meio século, o mistério em torno das pegadas de dinossauros que apareceram no teto dessa caverna finalmente foi resolvido. Além disso, Anthony Romilio, paleontologista da Universidade de Queensland, encontrou o quebra-cabeças de décadas, em um lugar um tanto quanto incomum, um armário sob as escadas de uma casa suburbana de Sydney.
Depois de mais de 50 anos, a resposta para o enigma foi relatada em um artigo, publicado na revista Historical Biology. “A cidade de Mount Morgan, perto de Rockhampton, tem centenas de pegadas fósseis e a maior diversidade de dinossauros de toda a metade oriental da Austrália”, afirmou o pesquisador.
Um material bastante detalhado
Antes de responder esse enigma, primeiro, precisamos entender como os dinossauros se locomoviam. “Os exames anteriores das pegadas do teto sugeriram um comportamento muito curioso dos dinossauros: que um terópode carnívoro andava sobre quatro pernas “, disse Romilio. Contudo, “você não acha que o Tyrannosaurus rex usava seus braços para andar, e não esperávamos que um de seus parentes predadores anteriores de 200 milhões de anos atrás o fizessem”, afirmou o pesquisador.
Os pesquisadores queriam determinar se esse dinossauro se movia, usando os pés e os braços. Mas acharam difícil acessar o material de pesquisa. “Durante uma década, o sítio de Mount Morgan foi fechado. E as fotografias publicadas dos anos 1950 não mostram todas as cinco pegadas no teto dessa caverna“, disse Romilio.
Contudo, Romilio teve uma chance de se encontrar com o dentista local, Roslyn Dick, cujo pai encontrou muitos fósseis de dinossauro ao longo dos anos. “Tenho certeza de que Anthony não acreditava em mim até eu mencionar o nome de meu pai, Ross Staines”, afirmou Dick. “Nosso pai era geólogo e informou sobre as cavernas de Mount Morgan que continham as pegadas de dinossauros em 1954″.
Além do relato, que foi publicado, “ele tinha fotografias de alta resolução e cadernos detalhados, e minhas irmãs e eu tínhamos guardado tudo”, continuou Dick. “Até temos o molde de gesso da pegada de dinossauro, armazenada no armário Harry Potter da minha irmã em Sydney.
Afinal, como as pegadas foram para lá?
Segundo Romilio, a riqueza e as condições das “informações sobre dinossauros” arquivadas foram surpreendentes. “Digitalizei as fotos analógicas e fiz um modelo 3D virtual da pegada de dinossauro e deixei o material de volta aos cuidados da família”, afirmou. Assim, “em combinação com a nossa compreensão atual dos dinossauros, esse material contou uma história bastante clara”, concluiu Romilio.
Dessa forma, a equipe concluiu primeiramente que todas as cinco pegadas eram impressões de pés. Portanto, nenhuma era impressão de mão de dinossauro. Além disso, os dedos abertos e o dedo médio moderadamente longo das pegadas se assemelhavam a de um dinossauro herbívoro. Que com duas pernas, suas impressões se diferem das feitas pelo terópodes. “Em vez de um dinossauro andando sobre quatro patas, parece que conseguimos dois pelo preço de um. Dessa forma, ambos herbívoros andavam sobre pés ao longo da costa de um lago antigo”, disse Romilio.
Por fim, as pegadas que revestiam o teto da caverna não eram feitas por dinossauros pendurados de cabeça para baixo. Mas sim, dinossauros que caminhavam no sedimento do lago. Assim, essas impressões estavam cobertas de areia, afirmou o pesquisador. “Nas cavernas de Mount Morgan, o sedimento mais macio do lago foi corroído. Por isso, deixou o arenito mais duro dentro”, completou o pesquisador.
Sabendo da resposta, podemos apenas imaginar que a ideia de dinossauros andando de cabeça para baixo daria um bom filme. Quem sabe, em um futuro próximo, vejamos dinossauros andando dessa maneira no cinema.
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