Ciência e Tecnologia

Esse sistema criado por brasileiros pode detectar febre a distância

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Saber se uma pessoa está com febre ou não, é uma boa medida para identificar possíveis pacientes infectados pelo novo coronavírus, a SARS-CoV-2. Isso porque, além da tosse e da falta de ar, a alteração na temperatura (acima de 37,8°) é um dos principais sintomas da Covid-19. Pensando nisso, um sistema criado por brasileiros pode detectar febre a distância. Ou seja, antes mesmo que alguém entre em um lugar, medidas já podem ser tomadas.

Por meio de um trabalho colaborativo, duas startups brasileiras desenvolveram o Fevver, um equipamento com Inteligência Artificial, (IA) que identifica pacientes com febre. Hoje, indivíduos que chegam ao Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, já têm suas temperaturas medidas automaticamente e tudo à distância. E isso foi possível graças ao sistema de visão computacional, instalado em um totem na recepção do local.

Esse dispositivo já está sendo usado e mostra resultados

Sendo batizado em alusão à palavra febre, em inglês, o equipamento possui câmera termográfica e algoritmos de reconhecimento facial. Em seguida, ele escaneia o rosto de pessoas e mede suas respectivas temperaturas de maneira automatizada. Depois disso, ao detectar que um paciente está com febre, a tecnologia dotada com IA (Inteligência Artificial) envia um alerta para a equipe de enfermagem do hospital. Isso dá início a um rápido protocolo de triagem e isolamento. Dessa forma, é possível evitar que a pessoa transmita o vírus para outros pacientes no ambiente hospitalar.

Esse sistema foi desenvolvido por duas startups brasileiras, a Hoobox e a Radsquare. Em seguida, o “Fevver” foi incubado pelo próprio Hospital Albert Einstein. Além disso, a Hoobox ainda é apoiada pelo Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe). Um projeto que também faz parte da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

Assim, a ferramenta desenvolvida mescla diferentes tecnologias, como a detecção de faces, desenvolvida pela Hoobox, na sua primeira etapa. Depois, para detectar a elevação da temperatura corporal, a tecnologia que já identificou o rosto de possíveis pacientes, extraí pontos dos cantos ao redor dos olhos com alta precisão. Em seguida, descarta ruídos fisiológicos, como o suor, por exemplo.

Novos para usos para o aparelho

Por meio de uma tecnologia para detecção térmica de radiação de energia infravermelha, desenvolvida pela Radsquare, a temperatura é medida nos cantos dos olhos. Isso porque, é lá que estão localizados os canais lacrimais. “Como são estruturas sem cobertura epidérmica, têm umidade relativamente estável e são vascularmente muito próximas do cérebro. Lá, é onde é realizado o controle térmico corporal. Desse modo, os dutos lacrimais são os locais ideais para avaliar a temperatura corporal por termografia”, explica Felipe Brunetto Tancredi, CSO da Radsquare.

No caso da tecnologia detectar que um paciente esteja com febre, o sistema do Fevver tira uma foto e gera uma notificação. Em seguida, a equipe de enfermagem ou da recepção do hospital recebe a informação. Com isso, é possível identificar facilmente o doente. “Essa tecnologia é extremamente útil para fazer triagem de forma muito rápida. Além de também, direcionar pessoas que estão com febre e eventualmente com Covid-19 para um local adequado. Isso aumenta a segurança dos pacientes. Mas também, dos funcionários do hospital”, afirma José Cláudio Cyrineu Terra, diretor de inovação do Hospital Albert Einstein.

Para além do hospital e de outros setores da rede privada, a ideia dos pesquisadores é que esse sistema possa ser utilizado em hospitais de campanha. Esses são hospitais começaram a funcionar nos últimos dias em diferentes regiões do país. Além de também, no Sistema Único de Saúde (SUS).

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