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Homúnculo, o conceito da alquimia para a criação de vida artificial

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A alquimia é uma prática que combina elementos da física, medicina, química, astrologia, matemática e outras áreas de conhecimento, que acabou sendo um dos pilares da ciência como conhecemos hoje. E a sua prática é motivada por alguns objetivos principais, um deles seria a transformação de metais comuns em ouro, outro seria a obtenção do elixir da longa vida, um remédio que curaria todas as doenças, e possivelmente até a morte, e também a criação de vida artificial, em especial a geração de vida humana.

O resultado dessa criação, no caso os humanos artificias, seriam os chamados homunculus – do latim homúnculo, que significa homem pequeno -. A primeira vez em que se apareceu um homúnculo na alquimia foi com Paracelso. Segundo ele, um ser de doze polegadas de altura, poderia ser gerado a partir do sêmen humano colocado em uma retorta completamente fechada e aquecida em esterco de cavalo, durante quarenta dias. Depois desse processo, seria formado o embrião. Esse conceito tem sido aplicado em várias áreas do conhecimento humano.

Homunculus

Fica evidente a influência cabalística no conceito de homunculus na alquimia, sendo associado a sua analogia com a criação do golem. Na tradição mística do judaísmo, em particular a cabala, o golem é um ser artificial mítico, que pode ser trazido à vida por meio de um processo divino.

Na alquimia, o homúnculo pode ser também uma alegoria, uma representação literal, de novas entidades minerais através da arte. A figura do homúnculo geralmente é representada por um ser humano ou um animal, podendo ou não ser de origem quimérica, ou seja, uma imagem fictícia fruto da imaginação.

Além de Paracelso, que deixou a receita de como criar uma criatura artificial descrita em seu livro, De Natura Rerum, um outro alquimista ganhou fama por tentar criar homúnculos. No entanto, Johanned Konrad Dippel, usava outros métodos mais bizarros, como fecundar ovos de galinha com sêmen humano e tapar o buraco com sangue de menstruação.

A criação de um homúnculo pode refletir a pretensão que a alquimia tem de elevar o ser humano, acreditando na ideia de que a criação da vida seja naturalmente de natureza divina.

O conceito

E esse conceito do homúnculo alquímico pode ter originado o uso do termo na ciência. Na biologia, o termo foi usado pela primeira vez com Antonie van Leeuwenhoek, que ao ver um espermatozoide pensou que ali estava uma miniatura do ser humano, e que seria um homúnculo. Ele deu início ao estudo sobre a fecundação, mas foi com Lazzaro Spallanzani que se confirmou que era necessário um espermatozoide e um óvulo para haver a reprodução, e que sem a fecundação dos dois, não seria possível gerar uma vida.

Hoje, a ideia de homúnculo é frequentemente vista no imaginário popular, mesmo que a maioria não saiba da sua origem. Exemplos disso são as aparições nas formas de monstros artificiais, como no anime/mangá Fullmetal Alchemist, ou Ragnarok, e o mais conhecido de todos, Frankenstein, personagem criado por Mary Shelley.

E você, já tinha ouvido falar sobre o homúnculo? Conta para a gente aí nos comentários.

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