Curiosidades

Jornalista chinês que cobria notícias do coronavírus desapareceu misteriosamente

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No final de janeiro, o jornalista e advogado Chen Qiushi chegou à Wuhan, cidade a qual iniciou-se o as contaminações do coronavírus Covid-19. Ali, portando apenas um smartphone e um cabo de selfie, o profissional percorria todos os cantos da cidade com um único intuito: produzir vídeos sobre a catástrofe sanitária na China.

Desde o início de fevereiro, Qiushi deixou de contatar a família. Os familiares, então, iniciaram uma incansável busca por notícias. Em um dos últimos vídeos produzidos pelo profissional, Qiushi revela uma expressão abatida. “Tenho medo. Diante de mim, há o vírus. Atrás de mim, o governo da China”, diz.

Geral

Os familiares do jornalista que têm acesso a sua conta, no Twitter, publicaram um vídeo em que a mãe de Chen Qiushi faz um apelo por ajuda. “Essa noite Qiushi disse que iria ao Hospital Fang Cang. Mas desde às 19 horas até 20 horas, não consegui mais contatá-lo. Estou aqui para implorar que vocês me ajudem a encontrar Qiushi”, afirma.

Após a publicação, a mãe de Qiushi recebeu a notícia de que ele havia sido colocado em quarentena. Em contrapartida, para alguns blogueiros e amigos próximos do profissional, há grandes possibilidades de que ele tenha sido preso. O motivo? Por divulgar informações não autorizadas pelo governo chinês.

O material elaborado por Qiushi foi publicado no WeChat, principal rede social da China. Durante o tempo em que esteve em Wuhan, o jornalista fez questão de registrar e divulgar a situação alarmante em hospitais, funerárias e supermercados.

Além de retratar tal realidade, Qiushi também conversou com famílias daqueles que foram vítimas do coronavírus Covid-19 e voluntários. Basicamente, em todo o momento, o jornalista lutou para promover um serviço de informação.

“Faltam máscaras, roupas para a proteção, material médico e sobretudo – o mais importante – faltam kits de diagnóstico. Sem isso é impossível verificar que você está doente. A única coisa que você pode fazer é se colocar em quarentena por conta própria”, afirmou o profissional em um outro vídeo.

Ameaças

Ao que parece, não foi apenas Chen Qiushi que recebeu ameaças. Segundo uma publicação do portal UOL, outros jornalistas estrangeiros que trabalharam na cobertura da crise do coronavírus Covid-19 em Wuhan também foram ameaçados.

De acordo com os profissionais da comunicação, as autoridades chinesas ofereciam dois caminhos: o isolamento em um hospital chinês ou voltar a Pequim ou Xangai de avião.

A conta de Qiushi no WeChat, por exemplo, foi suspensa. Além disso, os perfis de quem compartilhou os vídeos do profissional ou simplesmente mencionou o nome do jornalista foram bloqueados.

A censura que tomou conta das redes sociais chinesas ganhou mais força ainda após a morte do oftalmologista, Li Wenliang. Wenliang, para quem não sabe, foi o primeiro a alertar sobre a gravidade do coronavírus Covid-19.

Segundo informações oficiais, o médico morreu após ter contraído a doença de um paciente. Antes de ir a óbito, Wenliang foi detido por ter sido acusado de propagar boatos sobre a epidemia.

A morte do médico despertou revolta no país. Milhões de chineses exigiram liberdade de expressão. “Queremos o pedido de desculpas da parte do governo e da polícia de Wuhan”, afirmavam publicações que foram pouco a pouco sendo apagadas.

Como o paradeiro do jornalista Chen Qiushi, um grupo de universitários chineses pediram, recentemente, por meio de petição, explicações urgentes. “Não queremos um novo caso como o de Li Wenliang”, escreveu um dos signatários.

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