História

Maior descoberta sobre os Maias em décadas é reveladora

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Este tem sido um ano excepcional para os entusiastas das civilizações antigas, especialmente agora com o Trem Maia. Recentemente, vários tesouros e restos mumificados foram descobertos no Egito, em um túmulo escavado na rocha.

A milhares de quilômetros a oeste, os Maias se destacam como protagonistas.

Por conta desse projeto ambicioso de Trem Maia (Tren Maya), cientistas puderam encontrar milhões (sim, milhões) de artefatos e até palácios que faziam parte desta civilização.

Estas descobertas podem ser cruciais para entender melhor um povo histórico sobre o qual ainda existem muitos mistérios a serem desvendados.

Via Flickr

O Trem Maia

O objetivo do governo, apesar das muitas controvérsias, é transformar o Trem Maia na nova espinha dorsal do México. O trem percorrerá os estados de Chiapas, Tabasco, Campeche, Yucatán e Quintana Roo, operando como trem de passageiros durante o dia e como trem de carga à noite.

Com 15 estações e um trajeto totalizando 1.525 quilômetros, cerca de 95% do percurso aproveitará infraestrutura já existente.

Originalmente previsto para ser concluído em 2024, o término das obras foi adiado para 2026. É nessas novas construções que os arqueólogos estão descobrindo verdadeiros tesouros Maias.

Civilização colossal

Não é segredo que os Maias são fascinantes. Eles foram uma das culturas mais avançadas da antiguidade, com uma história de mais de 3.500 anos antes do declínio de seu império. Esta civilização era mestre em diversas áreas, especialmente matemática, agricultura, escrita e astronomia.

Durante as obras de infraestrutura do Trem Maia, arqueólogos do INAH (Instituto Nacional de Antropologia e História do México) descobriram inúmeros vestígios do passado, como um colar da era pré-hispânica e uma canoa cujas amostras foram para o Louvre para estudo.

Além disso, também encontraram vários restos ósseos de humanos e animais. Os números totais são impressionantes.

Diego Prieto Hernández, diretor do INAH, declarou em janeiro deste ano que eles descobriram mais de 1,4 milhão de fragmentos cerâmicos, mais de 50 mil bens móveis e imóveis, como palácios e estruturas.

Isso constitui o maior conjunto valioso arqueológico encontrado nas últimas décadas no México. Eles encontraram até mesmo uma pirâmide de 25 metros de altura, com uma acrópole de 80 metros de comprimento.

Segundo Diego Hernández, o aproveitamento das obras do Trem Maia representa o projeto de pesquisa mais importante já realizado na região Maia do México.

E com razão, pois o percurso inclui vários trechos, todos repletos de elementos de grande valor pertencentes aos Maias.

Via World History

Achados

Um dos achados é uma urna com a imagem do deus do milho. Este pote de barro cru, que contém os restos mortais de uma pessoa, possui diversas inscrições, incluindo o símbolo maia Ik, que alude ao vento e ao sopro divino.

Além disso, há a figura do próprio deus do milho, representado como uma espiga em fase de crescimento.

O milho é uma parte fundamental da mitologia Maia, pois os deuses criaram os homens com barro, madeira e massa de milho. Contudo, apenas esta última sobreviveu. A urna estava ao lado de outra ornamentada com relevos que simulam os espinhos de uma ceiba, árvore sagrada tanto para os antigos Maias quanto para alguns nativos de hoje.

Essas descobertas ajudam os pesquisadores a estabelecer conexões com o passado. Por exemplo, eles podem teorizar que a área onde a gargantilha estava era um importante centro político, pois esses objetos de luxo serviam para intercâmbios diplomáticos. Além disso, um disco solar em Chichén Itzá sugere que o local era um centro religioso ou de estudos.

Controvérsias

Nem tudo é positivo quando se trata do Trem Maia. Além das controvérsias sobre o sistema de votação indígena e o impacto ambiental, com protestos do Greenpeace envolvendo ativistas se amarrando ao maquinário para deter o desmatamento de uma das áreas, o The Washington Post publicou um artigo intitulado “Destruindo tesouros Maias para construir um trem turístico”.

Surpreendentemente, o INAH contradisse esse artigo em 2022, afirmando que o patrimônio do país está protegido e que não há destruição arqueológica devido ao Trem Maia.

No entanto, o próprio INAH enviou cartas em 2020 e 2021 nas quais admitia que “um número indeterminado de bens nacionais” se perdeu.

Segundo o site Xataka, o INAH afirma que pretende preservar esses tesouros, que ficarão em museus como o Museu Arqueológico de Puuc e o futuro Museu Histórico de Yucatán. Diego Hernández destaca que a intenção do instituto é “conservar materiais e sítios arqueológicos para as gerações futuras”.

 

Fonte: IGN

Imagens: World History, Flickr

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