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Mesmo em cadeira de rodas, noivo dança valsa com sua esposa durante seu casamento

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Se casar é o sonho de muitas pessoas. Aquelas que acreditam em um amor verdadeiro e em alma-gêmea e que querem passar o resto da vida ao lado da pessoa que amam e compartilhar esse momento com as pessoas que gostam, assim como amigos e familiares.

E foi com esse pensamento que Cinthia Zanuni, de 33 anos, e Hugo Rohling, de 38, decidiram celebrar o seu amor um pelo outro. O casal oficializou a união no começo do ano e emocionou todos os convidados presentes na hora da valsa. Isso porque Hugo é cadeirante, mas com a ajuda do pai e do irmão ele se levantou e dançou com sua mulher. E o vídeo com a dança, tirou lágrimas de várias pessoas na internet.

Os dois se conheceram em 2017, por um aplicativo de relacionamento. Desde o primeiro momento, Hugo já estava na cadeira de rodas fazia três anos, por causa de um acidente de moto que tinha sofrido na estrada do Manso no Mato Grosso.

Uma coisa que os noivos falavam é que até o momento da cerimônia, eles nunca tinham conseguido se abraçar como as outras pessoas. “O Hugo não consegue me abraçar como todo mundo, de pé, de corpo inteiro. Aí um dia ele falou para mim ‘a minha visão de vida é outra, eu vejo tudo de baixo. Eu queria tanto ver nosso casamento de cima, como todo mundo’”, disse Cinthia.

A partir do momento em que Hugo falou aquilo, Cinthia ficou pensando em um jeito de fazer com que o marido visse o casamento dos dois da mesma maneira que todas as outras pessoas presentes. E com a ajuda da sua irmã e do seu cunhado, que são coreógrafos de casamento, eles conseguiram que tudo desse certo no grande dia dos dois.

Eles começaram os ensaios dois dias antes da cerimônia. Cada ensaio era uma emoção diferente porque a incerteza era muito grande de que o que eles tinham planejado funcionaria. “Por ele ficar muito tempo sentado, ele tem muitos espasmos, a perna dele dobra e não fica reta”, disse Cinthia.

Até mesmo o lugar em que o casamento foi feito foi pensado em Hugo, para que ele conseguisse se movimentar pelo salão com facilidade. “A gente não tinha dinheiro para fazer o casamento daquele jeito, tivemos parceiros que contribuíram e que tinham a curiosidade de saber como era o casamento de um cadeirante”, relembra Cinthia.

Parceria

Atualmente, eles trabalham juntos. Ela é maquiadora profissional e viaja o país dando cursos e palestras, enquanto ele cuida da parte administrativa, financeira e de outras burocracias da empresa. “Se não fosse assim, a gente não conseguiria ficar junto. Teve mês que fiquei só quatro dias em Cuiabá”, finalizou Cinthia.

A parceria do casal vai além do profissional. Eles se apoiam em todo o resto também. “Eu lembro que a gente entrou em uma loja e fui olhar umas camisas. Eu ouvi ele falando: ‘para, eu não quero!’, quando fui ver a mulher estava empurrando a cadeira dele no provador. Ela queria estender um lençol para ele se trocar na frente de todo mundo”, relata.

Eles sempre levantam a discussão de acessibilidade para cadeirantes onde quer que eles vão. “Em qual marca você vê um cadeirante no catálogo? Em qual desfile você vê o cadeirante entrando? Não tem!”, desabafa Cinthia.

Até mesmo encontrar roupas é difícil. O terno que Hugo usou no casamento foi feito sob medida para que o tecido do paletó não encostasse nas rodas da cadeira e para que fosse confortável para os movimentos.

E até mesmo a viagem de lua de mel do casal foi um pouco difícil de ser definida por causa da falta de acessibilidade. “Nunca é para mim, eu sou o que menos precisa de tudo isso. Quem precisa dessa acessibilidade são os idosos, mulheres grávidas, mãe que tem filhos pequenos com algum tipo de lesão, é uma luta para todas essas pessoas”, disse Hugo.

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