Os acionistas da Tesla, fabricante de veículos elétricos, têm até 13 de junho para decidir se a empresa deve pagar US$ 56 bilhões (aproximadamente R$ 189 bilhões) ao cofundador e CEO, Elon Musk.
Caso aprovado, este será o maior pacote de remuneração já concedido a um executivo nos Estados Unidos, superando o PIB do Paraguai, que foi de US$ 43,8 bilhões em 2023, segundo o Fundo Monetário Internacional.
No entanto, essa compensação financeira foi alvo de uma ação judicial movida por um acionista da Tesla, resultando na derrota de Musk no início deste ano.
Uma juíza de Delaware, onde a empresa está legalmente registrada, declarou que o plano era ilegal e “profundamente falho”, mencionando que Musk tem “extensos laços com as pessoas encarregadas de negociar em nome de Tesla”. Ela acrescentou que os conselheiros violaram seus deveres fiduciários ao aprovar o plano.
Para a juíza Kathaleen McCormick, em vez de negociar com Musk os valores, o conselho de remuneração “trabalhou ao lado dele, quase como um órgão consultivo”.
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Votação com acionistas da Tesla
Em resposta, o conselho de administração da Tesla iniciou uma votação entre os acionistas e propôs a mudança do estado de incorporação da empresa para o Texas.
Robyn Denholm, presidente do conselho da Tesla, defendeu o pacote salarial de Musk em entrevista ao Financial Times, argumentando que a empresa alcançou suas metas de receita e preço das ações.
A empresa está tentando convencer os acionistas da Tesla a votar a favor do pacote de compensação para Musk, aprovado em 2018, que não inclui salário ou bônus em dinheiro.
O plano oferece ao CEO a oportunidade de obter 12 lotes de opções de ações da Tesla, que podem ser adquiridos conforme a capitalização de mercado da empresa aumente em incrementos de US$ 50 bilhões e determinadas metas de receita sejam atingidas.
Segundo a emissora americana CNBC, esse plano incentiva Musk a focar no crescimento e desempenho financeiro da Tesla para maximizar seu potencial de recompensa.
No entanto, a consultoria Glass Lewis emitiu um relatório aconselhando os acionistas da Tesla a rejeitarem o pacote de remuneração, citando o “tamanho excessivo” do pacote e a “lista de projetos extraordinariamente demorados” de Musk, que adquiriu o Twitter, rebatizado de X, em 2022.
Tesla
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A Tesla Inc. foi fundada em 2003 por Martin Eberhard e Marc Tarpenning, mas se tornou mundialmente conhecida após a entrada de Elon Musk, que investiu na empresa e se tornou seu CEO e a figura mais associada à marca.
A Tesla foi criada com a missão de acelerar a transição do mundo para a energia sustentável e, desde então, tem se destacado na fabricação de veículos elétricos, sistemas de energia solar e armazenamento de energia.
A empresa lançou seu primeiro carro, o Roadster, em 2008, que foi o primeiro veículo de produção totalmente elétrico a utilizar baterias de íon de lítio. Em seguida, vieram o sedã Model S, o SUV Model X, o Model 3, que é o carro mais acessível da Tesla, e o Model Y, um SUV compacto.
Além dos veículos, a Tesla também desenvolve produtos de energia sustentável, como o Powerwall, Powerpack e Solar Roof, que permitem a armazenagem e uso eficiente de energia solar.
A Tesla é conhecida por suas inovações tecnológicas e por seu papel pioneiro na indústria automobilística elétrica. Seus veículos são elogiados pela alta performance, alcance estendido e integração avançada de software, incluindo recursos de direção autônoma.
Atualmente, a Tesla é uma das empresas com maior valor do mundo. Em maio de 2024, sua capitalização de mercado gira em torno de US$ 650 bilhões.
Esta valorização reflete o crescimento significativo da empresa, seu impacto na indústria automotiva global e seu potencial contínuo de inovação em tecnologias sustentáveis.
Além de ser um ícone de inovação, a Tesla também influenciou outras grandes montadoras a investirem mais em veículos elétricos e tecnologias limpas, moldando o futuro do transporte e da energia sustentável.
