Por A orca é o membro da família de golfinhos de maior porte. Ela é um super predador com uma dieta bem versátil, que inclui peixes, moluscos, aves, tartarugas, focas, tubarões e animais de tamanho maior quando caçam em grupo. As orcas são mais conhecidas como “baleias assassinas”, termo que está errado pelo fato de elas não serem baleias.
Por mais que o termo baleia assassina não seja correto, as orcas estão com um comportamento que pode justificá-lo. Por exemplo, as da espécie Orcinus orca estão sendo vistas em noticiários por conta do seu comportamento nos oceanos, como afundar embarcações.
Além desse comportamento, que estudos recentes dizem ser somente por diversão, as orcas têm outro bem mais perigoso: elas estão devorando tubarões no Golfo da Califórnia.
Já era sabido que na dieta desses animais estavam peixes cartilaginosos, incluindo algumas espécies de tubarões. No entanto, ninguém nunca imaginou que os tubarões fossem tão recorrentes na dieta das orcas.
Orcas caçando tubarões
Olhar digital
O avistamento mais recente foi de orcas matando grandes tubarões brancos na África do Sul. Esses momentos foram capturados por vídeos de pessoas ou por drones. No caso do estudo feito sobre esse comportamento, o foco foi nas orcas no Parque Nacional Cabo Pulmo, no Golfo da Califórnia. Isso porque nesse local elas foram vistas caçando tubarões frequentemente durante quase dois anos.
Nesses dois anos, três eventos diferentes de interação entre as orcas e os tubarões foram registrados. O primeiro foi quando um grupo de orcas estava fazendo uma patrulha da área conhecida por ter tubarões-de-ponta-preta. O segundo, um grupo de orcas tentou atacar um tubarão-touro, mas ele acabou escapando indo para debaixo de um barco de mergulho. Já no terceiro, as orcas foram vistas se alimentando de um tubarão-touro.
Todas as interações foram registradas por drones, o que deu aos pesquisadores a possibilidade de identificarem as orcas específicas que estavam envolvidas nelas. Os animais foram chamados de “Quetzalli”, “Niich” e “Waay”.
Desde 1995, quando o parque foi criado, a quantidade de tubarões na região aumentou de forma significativa. Isso pode ter ajudado na frequência desses ataques vistos. E, em outras áreas, a presenças das orcas tem feito com que os tubarões as deixem.
O próximo passo dos pesquisadores é continuar fazendo o monitoramento das interações entre as orcas e os tubarões no Golfo da Califórnia para compreenderem quais são os efeitos a longo prazo dessas predações nessa área marinha protegida.
Predadores
Socientifica
Como dito, existem interações das orcas com os tubarões. Como nesse caso em que elas atacam com precisão e de forma letal, um tubarão-baleia. No vídeo, esse que é o maior tubarão do mundo, tem seu fígado sugado pelas orcas.
Por mais que seja assustador, o registro dá o vislumbre de como as criaturas marinhas aprenderam a focar suas habilidades predatórias em presas grandes e fazendo uma seleção cuidadosa das partes mais valiosas da presa para serem consumidas.
Quem fez o vídeo foi James Moskito, CEO da Ocean Safaris. No registro é nítido que as orcas desenvolveram uma habilidade bem peculiar. No caso, remover de forma meticulosa os órgãos da sua presa. Os corpos dessas presas têm sido encontrados com uma certa frequência nas praias.
A técnica que essas criaturas marinhas usam é fazer com que os tubarões-baleia fiquem em um estado de imobilidade tônica. Para isso, as orcas os golpeiam com precisão, fazendo com que eles fiquem desorientados e entrem em um estado de catatonia momentânea.
Depois disso, as orcas posicionam os tubarões de cabeça para baixo com suas mandíbulas e os mantêm dessa forma até os animais estarem no estado catatônico que elas querem. Apenas quando isso acontece é que elas vão fazer a retirada dos órgãos, como o fígado, que é bastante cobiçado.
Essa forma de atacar suas presas não é uma coisa limitada e exclusiva aos tubarões-brancos, até porque o vídeo mostra um tubarão-baleia sofrendo com o mesmo tipo de ataque. Isso dá aos pesquisadores uma compreensão maior do grau de adaptação e da inteligência que esses animais marinhos têm. Até porque, elas aprendem a lidar com presas diferentes de formas específicas, e conseguem retirar os órgãos delas de maneira cirúrgica.
Os tubarões-baleia são os maiores tubarões e peixes do mundo, mesmo que o Mola ainda os supere na questão de peso. Justamente por causa do seu tamanho, eles não têm muitos predadores naturais. Contudo, ao que parece, isso não é uma garantia quando esses animais se deparam com as orcas.
Esse vídeo feito por Moskito pode ser o primeiro registro que se conhece de uma interação tão impressionante entre predador e presa, onde as orcas e os tubarões-baleia se encontram em um cenário mortal.
Como se uma presa morta não fosse o suficiente, as orcas continuaram com sua matança com o ataque a um segundo animal depois de pouco tempo que o primeiro tinha sido abatido.
O motivo de orcas gostarem tanto do fígado de suas presas pode ser que a compreensão do valor nutricional do órgão pode ter se propagado entre os animais via transmissão cultural entre esses mamíferos marinhos.
Então, ter como foco os fígados faz sentido se pensarmos que as orcas querem atender suas demandas energéticas acumuladas. Até porque, esse órgão é rico em óleos, o que lhe dá um valor nutricional alto.
Fonte: Olhar digital, Socientifica
Imagens: Olhar digital, Socientifica
