Curiosidades

Para evitar a 6ª extinção em massa, cientistas propõem proteger 1,2% da Terra

0

Quando se fala em extinção em massa, logo nos vem à cabeça uma situação caótica e apocalíptica. É muito fácil associar isso com o fim dos dinossauros no planeta. Até porque, esse foi o último desse tipo de evento, há 66 milhões de anos, eliminando 75% de todas as espécies do planeta. Mas acontece que foi apenas uma das cinco extinções pelas quais a Terra já passou. E podemos estar vivendo a 6ª extinção em massa.

Até porque, cerca de 30% das espécies de plantas e animais que estão catalogados pelos biólogos estão ameaçadas de extinção, e o principal responsável por isso é o ser humano. Contudo, existem pessoas que estão pensando em formas de reverter essa situação.

Por exemplo, um grupo de pesquisadores e conservacionistas ligados à ONG norte-americana Resolve propôs uma solução inédita para proteger a biodiversidade existente no nosso planeta. Isso seria feito com a preservação de uma área equivalente a 1,2% da superfície da Terra.

Evitando a 6ª extinção em massa

Tecmundo

Essa ideia proposta tem um custo viável e um cronograma realista, além de definir os lugares que têm que ser protegidos a tempo de evitar extinções factuais e iminentes. No total, hoje em dia são 16.825 locais desprotegidos, chamados de Imperativos de Conservação, que são lares de espécies raras ou em risco de extinção. Ao todo, o terreno coberto por essas áreas é de 164 milhões de hectares.

O custo para evitar a 6ª extinção em massa fazendo essas “arcas de Noé” ecológicas iria ser de aproximadamente 169 bilhões de dólares, equivalente a 822 bilhões de reais. Felizmente, 38% desses locais já estão em áreas de conservação ambiental, ou estão a menos de 2,5 quilômetros delas.

Para que esses pontos críticos de biodiversidade na Terra fossem definidos, os pesquisadores fizeram o mapeamento de “distribuições de espécies raras e ameaçadas por meio de seis avaliações de biodiversidade amplamente utilizadas. Esses locais foram sobrepostos com o mapa mais recente ou áreas protegidas globais para identificar locais desprotegidos que precisam de proteção imediata”, explicou Andy Lee, coautor do estudo.

Então, esses lugares desprotegidos de alta biodiversidade, que são refúgios para espécies raras e ameaçadas de extinção, passaram por uma análise fraccionada da cobertura do solo feita com ajuda de imagens de satélite para que os pesquisadores identificassem o habitat que restou para esses animais.

Como resultado, felizmente, eles viram que quase 40% dos locais estavam perto de áreas de proteção que já existem. Outro ponto é que a maior parte dos Imperativos de Conservação se concentram em áreas tropicais e são restritos a cinco países. São eles: Filipinas, Brasil, Indonésia, Madagascar e Colômbia.

Custo dos Imperativos de Conservação

Tecmundo

Claro que evitar a 6ª extinção em massa é algo importante. E mesmo que essa ideia seja viável, é necessário saber quanto ela irá custar. Nesse ponto, os pesquisadores fizeram a análise de dados de centenas de projetos de conservação ambiental já implantados no mundo.

De acordo com um comunicado feito para imprensa, foi levado em conta que mais de um terço dos locais estão perto de zonas de proteção já existentes, o que potencialmente já diminuiria o custo e a gestão de novas áreas a longo prazo.

“Estimamos que custaria US$ 169 bilhões para proteger todos os Imperativos de Conservação nos trópicos e US$ 263 bilhões no mundo inteiro”, disse Lee em entrevista à Interesting Engineering.

Conforme ele, proteger todos os lugares custaria US$ 53 bilhões por ano durante os próximos cinco anos. “Menos de 0,2% do PIB dos EUA, e uma fração do que gastamos em subsídios aos combustíveis fósseis”, pontuou.

Na visão dos pesquisadores, essa preservação das áreas críticas não é somente sobre proteger a fauna, mas sim parte de uma estratégia maior para proteger a Terra contra a 6ª extinção em massa. Até porque, futuramente, esses locais resguardados serão enormes sumidouros de carbono, que irão ajudar a diminuir os gases de efeito estufa na atmosfera.

Por conta disso, esses Imperativos de Conservação são somente um primeiro passo da estratégia global de proteção da Terra que tem mais quatro partes. Ela se chama Rede de Segurança Global e tem o objetivo de proteger pelos menos 30% das terras do nosso planeta até 2030.

Fonte: Tecmundo

Imagens: Tecmundo

Já sabíamos que Saara nem sempre foi um deserto, mas agora temos uma pista de quando isso aconteceu: há 4 mil anos

Artigo anterior

OMS alerta sobre nova variante de mpox e pede urgência

Próximo artigo