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Plutão e maior lua de Netuno podem ser irmãos de origem, sugere estudo

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Em uma descoberta que pode reescrever a história do nosso Sistema Solar, pesquisadores sugerem que Plutão e Tritão possam ser parentes!

Anteriormente classificado como planeta anão e a maior lua de Netuno podem ser irmãos gelados com origens entrelaçadas no distante Cinturão de Kuiper.

A pesquisa, conduzida por Kathleen Mandt do Goddard Space Flight Center da NASA, em Maryland, revela que Plutão e Tritão possuem composições semelhantes, ricas em nitrogênio e com quantidades significativas de metano e monóxido de carbono.

Segundo os cientistas, essa assinatura química sugere uma formação conjunta nas regiões frias e externas do Sistema Solar primordial, onde o nitrogênio era abundante.

Mandt explicou que ambos provavelmente se formaram na mesma região, diferente da atual localização do Cinturão de Kuiper.

A pesquisa ainda sugere que os dois corpos celestes se originaram a uma distância entre uma e cinco unidades astronômicas (UA) um do outro, antes da estabilização do Sistema Solar.

Via Wikimedia

Outras evidências que apoiam a teoria da irmandade incluem a similaridade na densidade de ambos os corpos e a presença de oceanos subterrâneos em seus passados.

Contudo, acredita-se que Tritão foi ejetado de sua região natal por forças gravitacionais e capturado por Netuno. Enquanto isso, Plutão permaneceu em seu local de origem no Cinturão de Kuiper.

Astronautas já visitaram ambos no passado. Tritão pela Voyager 2 em 1989 e Plutão pela New Horizons em 2015. Assim, uma missão para revisitá-los permitiria desvendar completamente os segredos de sua origem. Mas isso ainda é um sonho distante.

Além disso, a líder do estudo afirmou que é improvável que isso aconteça em breve, devido ao longo tempo necessário para viajar até lá.

Plutão

Plutão, descoberto em 1930 por Clyde Tombaugh, foi inicialmente classificado como o nono planeta do Sistema Solar.

Sua descoberta preencheu a expectativa de encontrar um corpo celeste além de Netuno, corroborando a teoria de um “Planeta X”. Por décadas, Plutão foi ensinado nas escolas e aceito pela comunidade científica como o planeta mais distante do nosso sistema.

No entanto, a visão de Plutão começou a mudar com o avanço da astronomia e a descoberta de muitos outros objetos similares na mesma região do espaço, conhecida como o Cinturão de Kuiper.

Esse cinturão é uma vasta área além de Netuno repleta de pequenos corpos gelados e rochosos, e a descoberta de Eris em 2005, um objeto de tamanho similar a Plutão, catalisou uma reavaliação da definição de “planeta”.

Não é mais planeta

Em 2006, a União Astronômica Internacional (IAU) redefiniu formalmente o termo “planeta”. Segundo a nova definição, um objeto deve satisfazer três critérios para ser considerado um planeta. Primeiro, deve orbitar o Sol, ser grande o suficiente para ter uma forma aproximadamente esférica, e ter “limpado” sua órbita de outros detritos.

Via PICRYL

Plutão cumpre os dois primeiros critérios, mas não o terceiro. Ele orbita o Sol e é esférico, mas não domina completamente sua vizinhança orbital, compartilhando a região com outros objetos do Cinturão de Kuiper.

Essa reclassificação levou Plutão a ser rebaixado ao status de “planeta anão”. Apesar de perder o título de planeta, Plutão continua sendo um objeto de grande interesse científico.

Ele possui cinco luas conhecidas, sendo Caronte a maior e mais notável, que é quase metade do tamanho de Plutão, criando um sistema binário onde ambos os corpos orbitam um ponto comum fora de Plutão.

A missão New Horizons da NASA, que sobrevoou Plutão em 2015, forneceu imagens detalhadas e dados que revolucionaram nosso entendimento sobre esse mundo distante. Revelou uma superfície complexa e diversificada, com montanhas geladas, planícies vastas e sinais de atividade geológica.

E Tritão?

Enquanto isso, Tritão, a maior lua de Netuno, foi descoberta pelo astrônomo britânico William Lassell em 1846, apenas 17 dias após a descoberta do próprio Netuno.

Tritão é única entre as grandes luas do Sistema Solar devido à sua órbita retrógrada, movendo-se em direção oposta à rotação de Netuno. Assim, essa órbita retrógrada sugere que Tritão pode ter sido um objeto do Cinturão de Kuiper capturado pela gravidade de Netuno.

A lua é geologicamente ativa, com vulcões de gelo e uma superfície jovem e variada, composta de nitrogênio congelado, metano, e água gelada.

 

Fonte: Terra, Wikipedia, Wikipedia

Imagens: PICRYL, Wikimedia

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