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Por que a Warner precisou dividir os custos de Coringa?

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Embora a colaboração entre DC Comics e Warner Bros. tenha precedido a investida cinematográfica da Marvel Studios, os resultados foram completamente diferentes. Enquanto de um lado, em 2005, tínhamos Batman Begins, no outro extremo só fomos ver um representante em 2008, quando estreou Homem de Ferro. Coincidentemente, o tempo de produção e lançamento da trilogia de Christopher Nolan foi o mesmo que o da consolidação da Fase Um do MCU. Logo, durante esse intervalo de tempo, vimos as duas companhias trabalhando em linhas diferentes, porém igualmente bem sucedidas. No entanto, com a revolução ocasionada pelo universo compartilhado da Marvel em Os Vingadores, a Warner decidiu embarcar no ritmo. Mal sabiam os executivos que essa, talvez, seria sua pior decisão.

Apesar de termos soado contrários ao Universo Estendido DC, é importante ressaltar que esse não é o caso. A nossa crítica não é dirigida ao conceito e sim à falta de elaboração. Veja bem, após o sucesso da Marvel em 2012, no ano seguinte, tivemos Homem de Aço, filme que, tecnicamente, encabeça o DCEU. No entanto, considerando o período de três anos que separa o longa Zack Snyder de seu trabalho em Batman vs Superman, é perceptível que o filme de Clark Kent não foi originalmente pensado para fazer parte de um universo compartilhado. Bom, a demora também pode ter sido decorrente de uma espera para que o hype do Batman de Christian Bale diminuísse, para dar lugar a Ben Affleck.

De qualquer forma, o importante é que a partir daí a Warner passou a investir pesado em suas produções. Como resultado, de 2016 à 2019, tivemos no mínimo um filme do DCEU lançado por ano. Obviamente, alguns foram mais bem recebidos que outros, e essa disparidade foi bastante significativa para a produtora.

O investimento da Warner no DCEU

De Batman vs Superman até Mulher-Maravilha, encontramos críticas polarizadas, porém a arrecadação de bilheteria foi constante. Quer dizer, até uma reviravolta inesperada. Surpreendentemente aquele que deveria ser o sucesso da DC e trazer um lucro estratosférico, acabou sendo um grande erro. Sim, estamos falando de Liga da Justiça. O filme de 2017 custou trezentos milhões de dólares para ser produzido e arrecadou um valor muito abaixo do esperado. Com seiscentos e cinquenta e sete milhões de dólares arrecadados mundialmente, a maior aposta da Warner rendeu a empresa um retorno aquém do esperado. Agora que essa breve recapitulação te deixou a par da situação da Warner, podemos falar sobre Coringa.

Após quebrarem a cara com Liga da Justiça, os executivos da Warner foram contatados por Todd Phillips. Segundo do The New York Times, Greg Silverman e Kevin Tsujihara, presidentes do estúdio na época, ficaram surpresos com a ideia do cineasta. Phillips, conhecido por seu trabalho em blockbusters de comédia, chegou apresentando um conceito nada convencional para filmes inspirados em quadrinhos. De acordo com relatos, o diretor expôs a ideia de uma história de origem para o Coringa. Porém, o elemento chave era a descrição do personagem inspirada pela mentalidade de serial killers da vida real. Não é preciso ser um grande produtor pra saber que esse é o tipo de ideia que pode dar muito certo, ou extremamente errado. Por isso, Phillips teve de passar um ano tentando convencer o estúdio a dar uma chance para sua visão.

Juntando a recente decepção da companhia com a imprevisibilidade do impacto de Coringa, a cautela da Warner era completamente plausível. Felizmente o estúdio resolveu se arriscar, mas antes tomou uma precaução.

Por que a divisão de lucros se fez necessária?

Preocupada com as perspectivas comerciais de Coringa, a Warner nem considerou a recepção crítica. Mal sabia ela que o longa levaria o prêmio máximo no Festival de Veneza. Contudo, bastou uma rápida olhada no roteiro de Phillips para saber que a produção seria polêmica. Foi assim que, determinada a agir com segurança, a empresa convidou dois estúdios, Bron e Village Roadshow, para cofinanciar o filme. Essa decisão tornaria o projeto mais barato e serviria como um seguro para a produtora. Porém, contrariando todo o receio da Warner, Coringa se tornou um fenômeno, e agora, a empresa precisa dividir os lucros com seus associados. Com apenas cinquenta e cinco milhões gastos em seu desenvolvimento, o longa de Phillips já arrecadou mais de seiscentos milhões de dólares. Alguns analistas acreditam que o filme pode chegar a oitocentos milhões. Enquanto isso, entusiastas já apostam no tão esperado bilhão da DC.

Após a publicação dessa notícia, muitos passaram a questionar a preocupação da Warner. Comentários chegam a apontar que essa cautela era infundada. Os principais argumentos utilizados giram em torno do sucesso inerente aos filmes de quadrinhos; popularidade de personagens relacionados ao Batman; e a obviedade de que, mesmo sendo classificado para maiores e tendo uma temática controversa, o filme arrecadaria o suficiente para cobrir os custos de sua produção. Até mesmo um herói desconhecido pelo público geral, como Shazam!, conseguiu arrecadar mais de trezentos milhões de dólares. No fim, a polêmica em torno da violência incitada em Coringa se tornou seu maior golpe de marketing, o filme se tornou um forte candidato ao Oscar e a Warner saiu perdendo, literalmente.

E então, já assistiu Coringa? Acredita que o filme chega à um bilhão? O que achou da ideia de cofinanciamento? Compartilhe sua opinião com a gente.

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