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Por que as pessoas estão comprando tanto papel higiênico?

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Nós estamos vivendo a pandemia do coronavírus, que está deixando todas as pessoas bastante assustadas e surpresas. O COVID-19 surgiu em Wuhan, na China. E  por causa de sua intensidade e capacidade de matar as pessoas, o mundo todo está passando por uma situação bastante delicada. E todos estão em estado de alerta.

Uma medida, tomada por praticamente todos os governos, foi colocar seus cidadãos em isolamento em suas casas. Medida tomada para que o vírus não se espalhe com tanta facilidade e possa ser contido.

Mas com esse isolamento, o comportamento das pessoas mudou um pouco. E os supermercados sentiram essa mudança com as pessoas, no mundo todo, correndo para conseguir mantimentos para se manterem dentro de casa por, pelo menos, duas semanas.

Em Londres, por exemplo, as prateleiras de produtos de limpeza estavam praticamente vazias. E alimentos também foram sumindo gradativamente das prateleiras. O país não está sofrendo um desabastecimento, mas as pessoas já estavam preparando suas casas para permanecer nelas o tanto de tempo necessário.

Compras

Essa compra excessiva e sem necessidade é chamada de “panic buying”. E como o próprio nome diz, ela é motivada pelo medo das pessoas. Os casos em Londres passam dos 400 e o governo disse que o total ainda subiria nas próximas semanas. E indicou que as pessoas que tivessem com sintomas de gripe se isolassem por 10 a 14 dias.

Independente da situação do país, as compras desesperadas podem ser vistas ao redor do globo. Em Cingapura, a demanda de compras aumentou com relação ao arroz e macarrão. Quando o primeiro caso de coronavírus foi confirmado na Nova Zelândia, os gastos no supermercado subiram 40% no outro dia. Na Austrália, duas mulheres brigaram por papel higiênico e o vídeo da briga viralizou.

Segundo Tony Richards, diretor de operações da Essity, empresa que produz papel higiênico e domina um terço do mercado no Reino Unido, foram vendidos 63 milhões de rolos nas últimas semanas. No ano passado, nesse mesmo período, tinham sido vendidos 24 milhões.

“Não entrem em pânico, pensem em toda a comunidade. Nós conseguimos levar papel higiênico para as prateleiras, só precisamos de tempo”, ressaltou.

Motivo

O autor do livro “The Psychology of Pandemics”, traduzido “A Psicologia de Pandemias”, Steven Taylor, explica que essas compras, movidas pelo pânico, também aconteceram em outras pandemias, mas não foram tão documentadas.

Ele diz que, durante a Gripe Espanhola, as pessoas esvaziaram as prateleiras de Vick Vaporub. E a empresa da pomada descongestionante até fez várias propagandas especiais, relacionadas à pandemia.

Nessa pandemia do coronavírus, as pessoas estão esvaziando as prateleiras de álcool em gel e papel higiênico. E Taylor tem uma teoria do porquê isso está acontecendo.

“O papel higiênico virou um símbolo de segurança, embora não vá impedir que as pessoas sejam infectadas pelo vírus. Mas quando as pessoas ficam sensíveis à infecções, aumenta a sensibilidade delas para o que é nojento. É um mecanismo para nos proteger de patógenos”, explica.

Então, o papel higiênico é visto como uma forma de evitar as coisas nojentas. E com isso, ele vira um símbolo de segurança. O autor diz que as pessoas, que fazem compras movidas pelo pânico, geralmente, são pessoas ansiosas.

“A diferença fundamental dessa pandemia para outras são as redes sociais e nossa interconexão. As pessoas são expostas a vários materiais, inclusive fotos e textos dramáticos. É uma ‘infodemia'”, afirma.

E como as imagens, que viralizaram, foram as de prateleiras vazias, as pessoas não se sentiram seguras para não fazer nenhum estoque. Além de, exatamente por essa conexão mundial que temos, se acontecer alguma orientação oficial em algum país para que a população estoque algum produto, isso estimulará as compras daqui e em outros lugares do mundo. Mesmo que outros países não precisem fazer o mesmo.

Efeito

Taylor também diz que as pessoas são guiadas pelo chamado “efeito manada”. Que é exatamente as reações irracionais de um grupo, que é guiado por um outro grupo de pessoas. Ele diz que isso acontece em situações de incerteza.

“As pessoas observam as outras para saber como devem responder, é mais instintivo do que racional. É como fogo dentro do cinema. As pessoas não fogem por causa da fumaça, mas porque veem outras pessoas correndo. O medo é contagioso”, explica.

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