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Por que as plantas próximas à usina de Chernobyl não morreram?

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Todo mundo sabe que a explosão do reator 4 de uma usina em Chernobyl acabou se tornando um dos maiores acidentes radioativos da história. Milhares de pessoas foram afetadas com a radiação liberada no ar, assim como os animais e também a vegetação local. Após o desastre, o local acabou se tornando uma cidade fantasma, e continua inabitada até hoje, 33 anos depois. No total, a zona de exclusão se estende por 2.600 km².

Um fato curioso sobre Chernobyl é que, mesmo com a devastação da cidade, hoje a vida está prosperando naquela região, isso com as várias espécies de plantas e animais. Lobos, javalis e ursos retornaram às florestas que cercam a antiga usina nuclear. Quanto à vegetação, praticamente todas as plantas, exceto as mais vulneráveis, nunca morreram. E mesmo nas áreas mais afetadas pela radiação, a vegetação já estava se recuperando em três anos. Inclusive, as populações de plantas atualmente são ainda maiores do que eram antes do desastre.

Aparentemente, por mais danoso que tenha sido o acidente nuclear, ele não foi tão prejudicial para o ecossistema local como foi para os seres humanos. E o motivo dessas plantas terem sobrevivido à exposição radioativa intrigou as pessoas, mas tem uma explicação bem lógica.

As plantas

Para entender como as plantas sobreviveram a essa exposição, precisamos entender como a radiação afeta as células vivas. Para começar, o material radioativo de Chernobyl é muito “instável”. Isso porque ele está constantemente lançando partículas e ondas de alta energia, destruindo as estruturas celulares ou produzindo substâncias químicas reativas.

A grande maioria das partes que compõe as células é substituível caso esteja danificada, mas o DNA é uma exceção crucial. Exposto a grandes doses de radiação, o DNA se torna restrito, e consequentemente, as células morrem.

Em doses menores, a radiação pode resultar em danos mais sutis, na forma de mutações que alteram o funcionamento da célula. Por exemplo, isso pode fazer com que a célula se torne cancerosa, se multiplique descontroladamente e se espalhe para outras partes do corpo. Nos animais, essa reação é fatal. Isso porque as suas células e sistemas são especializados e inflexíveis.

Já as plantas se desenvolvem de forma muito mais flexível e orgânica. A biologia animal pode ser entendida como uma máquina na qual cada órgão e célula têm um propósito. Assim, todas as partes devem trabalhar em conjunto para que o indivíduo sobreviva. Uma pessoa não é capaz de viver sem o cérebro, coração ou pulmões.

Mas como as plantas não podem se mover, elas não têm muitas escolhas. Elas são “obrigadas” a se adaptarem às circunstâncias em que se encontram. Diferentemente dos animais, que contam com uma estrutura definida, as plantas criam as coisas conforme evoluem.

Sobrevivência

Ao contrário das células animais, praticamente todos os vegetais são capazes de criar novas células. Isso, de acordo com a sua necessidade. Ou seja, as plantas podem substituir células mortas ou tecidos muito mais facilmente do que os animais. E isso é independente de o dano ser causado por radiação ou por um ataque animal.

Mesmo que a radiação possa causar tumores nas plantas, as células que sofreram mutações, geralmente, não são capazes de se espalhar de uma parte para outra, como cânceres por exemplo. Além disso, esses tumores também não são fatais na maioria dos casos. Isso graças a capacidade da planta de encontrar formas de “consertar” o tecido danificado.

Um fato curioso é que, além dessa resistência à radiação, algumas plantas da zona de exclusão da usina, aparentemente, estão usando outros mecanismos para proteger o seu DNA. Algumas dessas plantas estão alterando a sua química a fim de se tornarem mais resistentes aos danos. E caso não consigam se proteger, elas estão ativando novos sistemas para remediá-los.

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