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Por que ocorrem invernos extremos se o planeta está aquecendo?

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Nosso planeta já tem seu longo período de existência e já passou por várias mudanças. Uma delas, que os pesquisadores consideram uma das mais drásticas, é a climática. O aquecimento global vem afetando o mundo de várias maneiras e talvez caminhe para um ponto onde se torne cada vez mais difícil a nossa existência. E mesmo que o termo dê a entender que está ficando mais quente, os invernos extremos estão sendo vistos com mais frequência.

Mesmo assim, de acordo com dados da NASA, os últimos 10 anos foram os mais quentes já registrados desde 1880, quando as medições começaram a serem feitas. Por conta disso, os recordes de calor globais superam os de frio. Por exemplo, nos EUA, que tem estações do ano bem definidas, tem acontecido picos de temperaturas altas duas vezes mais frequentemente do que os de baixa.

Contudo, o que muitas pessoas podem não saber, ou se esquecem, é que a principal manifestação da mudança climática é aumentar a frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos, sejam verões ou invernos extremos.

“Quando injetamos energia – aquecimento global – num sistema que tem um padrão de equilíbrio bastante sensível, podemos gerar instabilidades, que fazem com que esses eventos extremos se tornem não só mais frequentes como também mais energéticos, mais poderosos”, afirmou Edmo Campos, professor emérito do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP).

No Brasil, isso pode ser sentido nas ondas de calor. Enquanto que nos países de clima mais temperado, como nos dos hemisfério norte, eles sentem não somente os verões mais quentes, como também os invernos mais extremos, tendo várias vezes rajadas de neve.

Invernos extremos

UOL

Mesmo com as ondas de frio extremo, em vários lugares do hemisfério norte, os invernos estão mais quentes. De acordo com uma análise feita pelo Climate Central, grupo norte-americano composto por cientistas e comunicadores independentes, em 233 lugares dos EUA os invernos esquentaram em média 2,1ºC entre 1970 e 2022.

Existem vários outros exemplos também no hemisfério norte. Por exemplo, a Europa registrou o segundo período de inverno e outono mais quentes da sua história em 2022 e 2023, segundo o Copernicus Climate Change Service, o serviço da União Europeia que estuda as mudanças climáticas.

Além deles, nesse ano, o Japão teve a temperatura média do seu inverno 1,27ºC acima do normal. Essa foi a segunda média mais quente que já foi registrada desde 1898, quando elas começaram a ser marcadas.

Causas

Olhar digital

De acordo com os cientistas, o que pode ser causa dessas ondas de frio extremo é o Ártico. Isso porque o aquecimento dessa região está acontecendo quatro vezes mais rápido do que o resto do planeta. Consequentemente, isso muda o vórtice polar, que é um cinturão de ventos fortes de ar frio em cima do polo norte.

Com condições normais, esse vórtice deixa o ar frio contido. Contudo, por conta do aquecimento global, e principalmente o do Ártico, ele fica menos estável e se expande, o que acaba influenciando no caminho da corrente de jato. Ela fica abaixo na atmosfera e é responsável pelo clima, e acaba empurrando o ar frio do Ártico para o sul.

“Isso faz com que o ar muito gelado do polo Norte adentre no Canadá, nos Estados Unidos e na Europa”, disse Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física e coordenador do Centro de Estudos Amazônia Sustentável (CEAS) da USP.

Outro fator que influencia nos invernos extremos são as mudanças climáticas. Até porque a atmosfera esquentada pode reter mais umidade, o que provoca chuvas ou nevascas mais intensas.

Por mais que esses invernos extremos sejam vistos em países do hemisfério norte, isso não quer dizer que eles não podem acontecer no Brasil. Até podem, mas não vão ser tão intensos como os dos países do hemisfério norte. “Afinal, a nossa distância em relação à Antártica é muito maior do que a distância do Canadá e dos EUA em relação ao polo Norte”, lembrou Artaxo.

Outro ponto, é que os invernos brasileiros já são naturalmente mais amenos por nosso país estar em uma zona de clima tropical. “O planeta é uma esfera, e o calor do Sol não é distribuído uniformemente por ele: nas latitudes médias, as temperaturas são maiores, enquanto, nas regiões polares, elas são mais baixas”, concluiu Campos.

Fonte: UOL

Imagens: UOL, Olhar digital

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