Curiosidades

Por que os cientistas tentam entender os ruídos do Universo

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universo sempre foi um tema de grande interesse para nós. Ele é muito maior do que podemos imaginar e tentar idealizar. Sua imensidão e todo o desconhecido que o circunda atiçam a curiosidade de todos os cientistas e até mesmo de pessoas que são intrigadas para saber o que tem nesse universo, além de nós. E até coisas que pareçam sem importância tem o seu papel, como no caso dos ruídos do universo.

Quem viu uma televisão analógica deve se lembrar do chiado que elas faziam quando não encontravam um canal para sintonizar. O que muitos não sabem é que 3% desse ruído é correspondente ao que os cientistas chamam de radiação cósmica de fundo em micro-ondas (RCFM). Ou seja, esses ruídos ajudam a entender um pouco do universo.

Ruídos do universo

Olhar digital

Eles são chamados de “ecos do Big Bang” ou “fóssil do Big Bang” porque seriam resquícios de um tempo logo depois dessa grande explosão que originou o universo. Tempo em que não existiam estrelas, planetas ou galáxias. Isso quer dizer que a radiação cósmica de fundo viajou cerca de 14 bilhões de anos até chegar ao nosso planeta.

Isso é importante porque toda a informação que chega até nós do universo é por conta da radiação, que são ondas que viajam à velocidade da luz, que é de 300 mil quilômetros por segundo. O que quer dizer que quanto mais longe a fonte emissora está, mais tempo irá demorar para que essa informação chegue até aqui.

No caso da radiação cósmica de fundo, a primeira vez que ela foi detectada foi na década de 1960, quando os físicos norte-americanos Robert Wilson e Arno Penzias descobriram um ruído vindo do espaço por acidente. E mesmo com todos os esforços feitos por eles, esse ruído não desaparecia.

A primeira ideia deles era que o ruído estivesse vindo de Nova York porque eles estavam perto da cidade, depois que ele era proveniente de dejetos de pombos na antena. Contudo, eles limparam o equipamento e o barulho continuou.

Quando eles fizeram essa descoberta, os dois estavam trabalhando no laboratório da Companhia Telefônica Bell com uma grande antena para detectar sinais fracos de rádio. Nesse momento eles perceberam que o ruído podia ser detectado de várias partes do universo, além de ter a mesma intensidade sempre.

Visto isso, Wilson e Penzias foram conversar com colegas da Universidade de Princeton que fizeram a constatação de que o sinal tinha sido previsto em 1948 por cientistas, mas que até então não tinha sido provado. Por conta dessa descoberta, os físicos norte-americanos ganharam o Prêmio Nobel em 1978.

Estudo

G1

Sem ter aparelhos específicos não é possível ouvir esses ruídos do universo. Até porque as ondas sonoras, que são ondas mecânicas, não se propagam no espaço. Então para poder estudá-las os cientistas transformam as micro-ondas em gráficos criados por programas de computador. Na realidade, eles não ouvem esses ruídos, mas sim leem a radiação.

A radiação é transformada em dados para que os cientistas consigam entender várias características e fenômenos do universo, como por exemplo, saber a sua idade, como se expande e qual é a sua composição.

A principal fonte de dados cosmológicos é a radiação de fundo. Através dela os pesquisadores conseguem olhar para várias direções e fazer um mapa da temperatura do universo, que não é a mesma em todos os locais. E a partir dessas flutuações eles conseguem estudar a quantidade de matéria escura, de energia escura, e como ele está se expandindo.

Como dito, as chamadas de ecos Big Bang foram “congeladas” por conta do resfriamento do universo e por conta disso tem informações guardadas a respeito da origem de tudo. É justamente o tamanho de cada uma dessas ondas que contam a respeito da geometria e a interação dos corpos que compõem o universo.

Fonte: UOL

Imagens: Olhar digital, G1

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